Vivas e Socorro ao Teatro da Praia!
Sou fã incondicional do artista, dramaturgo, produtor e militante cultural, o cearense de Pacajus, Carri Costa.
Observo, desde há muitos anos, o seu trabalho e o acompanho de perto, mesmo quando passamos tempos a rodo sem trocarmos sequer palavras de corredor.
Tive o privilégio de assistir, e levar meus amigos e familiares para também fazê-lo, sem medo de má indicação, suas peças, todas elas Tita & Nic 1 e 2, Albergue Broder Ceará, As Vizinhas, Quidânese: o Circu do seu Zé, Loucuras de Amor, e agora, a assistir, o farei domingo, Cacos de Família.
Sempre marcado pelo estilo jocoso, satírico (ele diria “fuleiro”) e pela legítima molequês cearense, Carri domina o palco com a sensibilidade de quem conhece seu povo e o seu ofício, desenvolvendo na medida certa essa coisa tão difícil que é a comédia (de nível), ou melhor, o teatro.
A sua Cia Cearense de Molecagem, única no Ceará em seu gênero, agora completa 15 anos, já debutando com ares de patrimônio em nosso cabedal de arte e cultura, mais ainda, de resistência, diante da dura prova de que se é possível fazer as coisas no Ceará, mesmo quando se tem quase a certeza de que ninguém está nem aí para isso.
Sempre atento às coisas do teatro, Carri “das veiz” nos acena a luz vermelha de “perigo” (ou socorro?) com a sua voz amolecada, porém, falando de “coisas engraçadas de não se rir” do teatro, tão mazelento quanto às demais linguagens que grassam por nossa terra e que somente quem as pratica sabe e conhece (e acredita...). Daí, admiro-lhe ainda mais pela coragem, pois bem sei, e ele também sabe, as oportunidades que perde — e as inimizades que recebe em troca — por revelar, por tratar de coisas que desagradam aos que não querem ver, ouvir e que nem não se preocupam com a nossa cultura, como ele bem o faz vestido inteiro de amor, ou de palhaço, se assim for preciso.
Outros, no seu lugar, privilegiam-se por silenciar, ou por puxar e polir o saco de outrem, indignos em sua medíocre individualidade de se dar bem, no hábito tão disseminado em nosso meio artístico da autopromoção predatório (“não importa apenas que eu me dê bem, é preciso que outros fracassem”).
Gente como o Carri é quem faz história, e o Teatro da Praia, aquele lugar mágico de confortáveis cadeiras de plástico e ambiente completamente refrescurado na José Avelino, 662, Praia de Iracema (próximo ao Dragão do Mar) é para mim tão importante quanto o vistoso Theatro José de Alencar, e já é tempo da nossa sociedade reconhecer e dar-lhe o devido valor. Quem sabe, Carri, não poderíamos fundar uma Associação de Amigos do Teatro da Praia? Já pensou nisso?
Pois bem, desde quarta, dia 20, até o domingo, dia 24 de abril, todas as peças do Carri (ler link a seguir de O POVO) serão reapresentadas, uma a uma, sempre às 20h, em comemoração aos 15 anos do Teatro. Para quem ficar em Fortaleza, garanto: não se tem melhor forma de garantir o sorriso espontâneo para o final da noite... e olhe que o ingresso é baratíssimo (R$ 5,00)... A dica foi dada!
E, como sempre diz o Carri, ao final de tudo: “Programe a televisão, adie o cinema e vá ao Teatro!” e “DIVULGA AÍ, VÁ LÁ... AJUUUDA!!!”
SERVIÇO
TEATRO DA PRAIA 15 ANOS
O quê: Encenação dos principais espetáculos, de hoje (20) a domingo (24)
Onde: Rua José Avelino, 662 – Praia de Iracema
Hora: Sempre às 20 horas.
Ingresso: R$ 5
Outras informações: 3021. 5420/8711. 1010 ou http:// teatrodapraia.blogspot.com
Link da matéria de O POVO sobre o Teatro da Praia:
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