segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

"Abdias Lima e um Livro de 1946", por Sânzio de Azevedo, para a OPINIÂO de O POVO

Sânzio de Azevedo

Falo de um marco esquecido da literatura cearense.
Crítico literário, estudioso da gramática portuguesa e romancista, Abdias Lima deixou obra vasta, mas a cultura do Ceará ainda não lhe fez justiça.
Quero destacar dele aqui um livro praticamente desconhecido, que está completando 70 anos, pois é de 1946. Falam os intelectuais do Ceará é um inquérito com escritores do Estado, “de julho de 1944 a fevereiro de 1945”, sendo um retrato do pensamento de 24 escritores na época da Segunda Guerra Mundial. Só tem precedentes nos livros Enquete sobre a evolução literária (1891), de Jules Huret, na França e, no Brasil, O momento literário (1908), de João do Rio. Abdias Lima contempla poetas, ficcionistas, sociólogos, jornalistas etc.
Para não citar os 24 autores, direi que são poetas Cruz Filho, Filgueiras Lima, Otacílio de Azevedo e Artur Eduardo Benevides; jornalistas João Jacques, Paulo Sarasate, Perboyre e Silva; contistas, Eduardo Campos, Braga Montenegro; filólogo, Martinz de Aguiar; sociólogo, Joaquim Alves, e assim por diante.
Amigos meus do Grupo Clã (que firmou o Modernismo no Ceará) costumavam dizer que o grupo era de 1942; para mim, o grêmio ganhou maior força em 1946. Por isso, exultei quando li, no livro de Abdias Lima, entrevistas com Braga Montenegro, Joaquim Alves, Eduardo Campos e Artur Eduardo Benevides, e nenhum deles se refere a um grupo chamado Grupo Clã, o que é sintomático.
Na abertura do livro, põe o autor as entrevistas entre 1944 e 1945. E acrescenta: “O mundo estava mergulhado em sangue e por toda a parte, desde as planícies geladas da Rússia às terras generosas da América, só se ouvia a voz do canhão.”
E no final da “Apresentação” diz o escritor: “Sabemos que há falhas nesse inquérito. Que a crítica honesta as emende, ‘não murmurando em sua casa porque desfaz em si’.”
Como me informou a filha do escritor, professora Claudete Lima (que foi minha colega quando eu lecionava literatura na UFC), Abdias Lima nasceu em Massapê, Ceará, no dia 29 de janeiro de 1911, vindo a falecer na Capital cearense no dia 6 de julho de 2004, com 93 anos de idade.

Sânzio de Azevedo é doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Cearense de Letras.
Contato com o autor: sanziodeazevedo@gmail.com


sábado, 27 de fevereiro de 2016

"A Mulher e o Poeta", de João Soares Neto



Apenas em torno de uma mulher que ama pode surgir uma família.
 (F. Von Schlegel)

Esta semana fui ver fábrica comandada por uma mulher de fibra e talento. Fica no lado oeste da praça Presidente F. D. Roosevelt, no Jardim América. Roosevelt, como se sabe, foi presidente dos Estados Unidos até quase o final da Segunda Guerra. A ele foi prestada essa homenagem pela cidade. Aqui, no Pici, por acordo entre o oscilante mando de Vargas e a América do Norte, foi montada base de apoio – por ser próximo da África e da Europa – na travessia pelo céus do Atlântico Sul e reabastecimento das tropas contra os integrantes do Eixo, composto por Alemanha e Itália. Isto sem falar do Japão, pois situado no outro lado do mundo, a Ásia.
Essa digressão singela é apenas para dizer da alegria ao ver a coroação do esforço de Maria Soares Leitão, mulher, amiga e confidente de Juarez Leitão. Juarez teve livrarias, foi vereador e professor reconhecido de História Geral. Por fim, o casal montou uma fábrica de fardamentos profissionais e escolares. Na verdade, “montou” é licença poética. À frente de tudo está essa mulher destemida, bem vestida, no albor da sua maturidade e amor visível por aquilo que sabe fazer.
É encanto ver a sala de demonstração ou, como falam os anglicistas, o show-room. Centenas de modelos com pluralidade de cores e estilos. Cada peça, seja camisa, calça, jaleco, paletó, avental, macacão e outros que tais, tem corte perfeito, costuras retas e curvas com esmero. Tudo contém o toque pessoal da estilista que Maria Leitão se tornou. E é.
Ela traduz, em palavras adequadas, traçados, talhes, costuras e pespontos com sensibilidade e alegria. Quiçá o convívio com o inquieto bardo inoculou-se em seus gestos. Por trás de suas dioptrias emolduradas por óculos, ela vai dissertando sobre o fardamento escolar e a roupa profissional. As fardas exibem a imagem e o cuidado que empresas têm, respectivamente, com seus alunos e colaboradores.
Não sem razão, Maria Leitão é hoje empresária de sucesso para a dimensão que definiu. Parece artesania mecanizada com costureiras em filas simétricas, sob claras luzes a produzir beleza a influir no amor próprio daquelas pessoas que as vestirão.
Ainda não falei com o Juarez sobre as impressões que ora estão sendo escritas na pressa semanal de entregar o texto ao jornal. Agora, entendo, as confissões – não as de Santo Agostinho – que o poeta, professor, biógrafo e contador de “causos” me fez ao ter o seu coração renovado por bisturis, pontes e pontos. Era a consagração do liame que o atava, sem sufocar, à companheira de décadas concebendo família equilibrada e o aceitava, com ou sem versos, seus horários peculiares de sono e vigília.  Maria cuida até dos sucos e da goma para as tapiocas publicitadas por infiltrado em convescotes do Juarez com amigos palradores.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Lindo Pendão da Esperança", de Pedro Salgueiro para O POVO


Parafraseando o americano John Fante: 2015 foi um ano ruim! A economia saiu do eixo, depois de mais de uma década sob controle; a situação política, então, nem se fala – as frágeis máscaras de nossa recente democracia caem a cada dia: alianças pregadas com cuspe derretem ao mínimo “bafo”; sobram lamas e detritos pelos riachos desse pobre projeto de país. Poucos escapam deste lado e do outro do balcão. Eleitores aos borbotões apontam o indicador para os políticos, esquecendo dos outros três dedões voltados pra si (e o “mata-piolho” cruelmente cravado pra Deus). Velhos fantasmas teimam em sair dos armários: moralismos baratos, soluções radicalmente fáceis; aves de rapina disfarçadas de pássaros exóticos espreitam seus imensos bicos tortos, sentindo já bem perto o cheiro do sangue, cutucam a onça com suas garras sujas. 
Nasci em pleno golpe militar de 1964, na falsa ordem dos porões velados; bem disfarçados em figurinhas de generais, poetas e educadores distribuídos pelas escolas; colecionei muitas de Costa e Silva, Geisel, criminosamente misturados com Castro Alves e Marechal Rondon; trocávamos pelas de Jairzinho, Gerson, Tostão e Pelé, que eram mais valiosas para a molecada que já rolava a bola “canarinho” (mas nela injetávamos óleo queimado para que ficasse pesada e parecendo com a “dente de leite”, que só os mais abastados podiam comprar) pelos muitos campinhos da cidade.
As comemorações do Dia da Bandeira, da Proclamação da República e, principalmente, do movimentado 7 de Setembro eram sempre muito esperadas pela meninada; a plateia agitando bandeirinhas, os soldados do Tiro de Guerra de Crateús fazendo malabarismos, manobras e demonstrações arrojadas: nós, os menores, sonhando em sair da rabeira da fila e ir para frente, lugar sempre destinado aos mais altos e bonitos; já quem tinha alguma habilidade disputava lugar na “banda”, que orgulhosamente ostentava seus instrumentos pelas ruas principais. 
Somente nos tempos de estudante em Fortaleza foi que essa imagem idílica da minha infância foi sendo desconstruída, vieram as primeiras leituras sugeridas pelos novos amigos – recordo bem de Cartas da Prisão e Batismo de Sangue, do Frei Betto, A Ilha, de Fernando Morais, dentre outros; apenas na universidade é que essas leituras mais políticas foram dando lugar à paixão pela literatura, desde o apaixonante Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, ao Cem Anos de Solidão, recém-lançado por Gabriel Garcia Marquez... 
De todas essas memórias, verdadeiras e falsas, da meninice, coladas e despregadas depois, ficou um gosto meio dúbio pela falsa ordem, pelo moralismo barato, pelo discurso nacionalista, que sobem das pernas, passando pelo intestino, escorregam estômago acima, inflam o peito, mas que, felizmente, rebatem no cérebro, que tenta, coitado, nem sempre com êxito, desconstruir todos esses perigosos mitos da infância.


sábado, 6 de fevereiro de 2016

"Cartas de Amor", de Ana Miranda para O POVO



Ilustração: Carlus Campos

Algo que me admirou, quando voltei a morar no Ceará, foi o amor de homens por suas esposas. Notei logo, desde quando assisti a uma festa em que senhores discursavam. Era uma festa de trabalho. Mas cada um deles aproveitou o momento para fazer uma declaração de amor. Verdadeiras cartas de amor ditas em voz alta. Isso pode ter vários significados, mas como meu pai foi a vida toda apaixonado por minha mãe, e assim aprendi a acreditar no amor matrimonial, interpretei como gestos de puro sentimento.
Guardo uma coleção de cartas de amor escritas por meus pais, nos anos 1930, 1940. Estavam noivos e se separaram por um período, quando ela foi estudar na Escola Doméstica de Natal, preparando-se para o casamento; ou, depois de casados, durante alguma viagem de trabalho do “doutor”. As cartas de amor são sempre saudosas, doloridas, porque são escritas quando o ser amado está distante. Tratavam-se por “minha filhinha”, “meu filhinho”, usavam diminutivos carinhosos: “Aceite mil beijos e saudades do maridinho só seu”. E ela, com uma letra harmoniosa e delicada: “Bem, meu futuro maridinho, aceita muitas saudades e beijos da tua noivinha que muito te quer”. Ele estava sempre preocupado com a saúde dela, e ela, com o excesso de trabalho a que ele se dava. Pode-se perceber que ele ainda era senhor de si, quando noivos, mas depois do casamento demonstra o quanto está arrebatado pela paixão. Por essas cartas, redescubro meu pai como um novo homem.
Lembrei-me dessas cartas e da festa noturna de declarações de amor quando estive a folhear um livro com as cartas trocadas, desde 1882, pelo estudante de direito, Clóvis Beviláqua, com sua “boa e querida” musa, a escritora Amélia de Freitas, após se conhecerem numa praia do Recife – ela quase se afogava e ele a salvou. Ainda uma vez, a emoção destrona a razão, e o rapaz escreve “como quem conversa, sem método, sem concatenação, sem mesmo pensar no que disse nem no que vou dizer”, achando-se um tolo. Nas cartas, um pouco de filosofia, de usos e costumes, de paisagens, sobretudo a história de um eterno amor, que ficou registrado nesta jura: “Juro por quanto há nobre e grande ... que te adoro, que te idolatro, que és o meu mundo e a minha glória, minha ambição e o alvo de meus anelos, juro que jamais se apagará em meu seio este ardor que me é alento e vida...”. Essa jura me faz lembrar as declarações de amor, naquela noite de discursos, assim que cheguei ao Ceará.
Há toda uma literatura de missivas de amor, como as cartas de Graciliano Ramos para a noiva, Heloísa Medeiros. Ela era uma moça de 18 anos, e Graciliano, um viúvo de 35, pai de quatro filhos, empregado na Prefeitura de Palmeira dos Índios. As sete cartas, publicadas em livro, impressionam pelo derramamento de Graciliano; ele, sempre tão contido, reclama da frieza de sua pretendida que lhe mandava cartas de duas linhas; provam que não há matemática na psicologia de um ser apaixonado. “Adeus, minha noivinha amada”. “Adeus, minha santa”. Mas ele continua a ser o homem de poucas palavras, mordaz, negativista: “Eu te procurei porque endoideci por tua causa quando te vi pela primeira vez. É necessário que isto acabe logo. Tenho raiva de ti, meu amor.” Ele diz que não sabe mentir, e “os outros me veem por dentro melhor do que por fora”. Com uma série de confissões amargas, as cartas não esclarecem o “mistério” Graciliano, mas ficamos conhecendo melhor seu temperamento. São conhecidas cartas de amor de Machado de Assis a Carolina, de Dostoievski a Anna Grigoriévna, de Victor Hugo a Juliette Drouet, de Plínio a Calpúrnia; de Mark Twain, de Flaubert, Mozart, Darwin, Beethoven, lord Byron, Robert Browning, a suas amadas, ou de mulheres a seus amados, como Florbela Espanca e Mariana de Alcoforado.
Mas não é preciso ser um escritor para arrancar suspiros do ser amado. A carta de amor pertence a todos os que amam. Ao contrário do que disse Fernando Pessoa, que todas as cartas de amor são ridículas, e se não fossem ridículas não seriam cartas de amor... Ele mesmo escreveu a sua amada Ofélia: “Meu Bebezinho, minha almofadinha cor-de-rosa para pregar beijos (que grande disparate!)” Nenhuma carta de amor provoca riso ou escárnio, a não ser naqueles que têm medo de amar. Portanto, escrevamos cartas de amor, ainda que fiquem guardadas nas gavetas, sem endereço. Escrevamos para a pessoa amada, para nós mesmos. Guardemos nossas cartas de amor em maços perfumados, em caixinhas macias, elas serão a lembrança mais doce de um tempo que nunca passou.


Obs: O livro em questão é De Clóvis para Amélia, org. José Luís Lira, Ed. UVA/ASEL.


"Consuelo", conto de Raymundo Netto para O POVO


Deoclécio casara com Consuelo inda muito jovem. Tinham filhos e contavam mais de 45 anos em comum, o que sempre parecia impressioná-lo: “Quem diria...”
Na cozinha, por horas, detinha a atenção naquela mulher a varrer, passar o pano, catar feijão e cortar cebolas. Ansiava pela hora em que reencontraria nela a mocinha de olhar brilhante que vira pela primeira vez na pracinha a semear gargalhada inconfundível, a propor ingênuo futuro de amores e a beijá-lo demorosamente como se o mundo fosse acabar ali, naquele instante. Ao contrário, então, sorria quase nunca, pouco se expressava, chegava ao ponto de parecer não ter nenhum querer ou esperança na vida. Se o ouvia? Não sabia. O rosto, geralmente sisudo, era sulcado de rugas. O corpo, frio e flácido. Olhava para ela e via a sua mãe. Pensava: “Como tocar em minha mãe?”
Consuelo, também com o tempo, recusava apetites. Quando de muita insistência, se dava a qualquer coisa, muito pouca e tímida, quase ausente, numa friúra de má atuação. O desejo trocado por frustração e impotência. Uma desgraça seguida de boa noite.
A fome e a longa jornada de rejeição deu portas para um inesperado caso. Deoclécio sabia: “A amante não era metade da Consuelo de sua lembrança, mas o fazia homem de novo, achamado em paixão e ardor.”
Naturalmente, os arranjos se avolumaram e foi difícil manter a discrição: a filha o encontrara ao telefone público diante do bar. A outra, no carro parado em quarteirão escuro. O filho ouviu da vizinha que “parecia” ter visto seu pai com outro alguém num calçadão de praia. As filhas nunca, mas o filho o abordou. Ambos envergonhados, sem jeito, se encaravam: “Você é muito novo para entender.” “Eu não quero entender nada. E a minha mãe, como fica?” Olhavam para Consuelo sentada na sala e alheia a tudo. Apenas duas coisas lhe pareciam fazer algum sentido: a missa e a novela.
Deoclécio continuou vendo a amante, entretanto, o conflito o corroía. Não permitia que ela falasse de Consuelo, uma santa! Nem de longe criticar aqueles filhos. Ela silenciava, mas se impacientava diante daquela imprevista insegurança.
Um dia, a notícia: Consuelo morreu! “Foi o câncer”. Em meio ao sofrimento e à culpa, ainda ouviu da caçula: “Pai, você conseguiu. Agora está livre para sem-vergonhice!” Os outros filhos silenciaram. Nada mais importava agora.
Deoclécio quedou-se em cacos. Chorava a soluçar, feito menino. Esforçava-se, mas não conseguia se lembrar da última vez que conversaram nem sobre o quê. Morria com Consuelo a sua melhor porção.
Deitaram os anos. O homem envelhecera tudo o que podia na vida. A amante desaparecera há tempo. Porém, um dia, no bar, a encontrou agarrada a outro, chamando pelo mesmo apelido de cama que outrora lhe pertencera. Fitava-a e pensava como pôde: “Tão sem graça aquela...” Voltou para casa escura e vazia. Com a ponta dos dedos acompanhava o desfile de porta-retratos a relembrá-lo da irreparabilidade de uma vida, o desencontro, o desamor, a insuportável saudade daquilo que foram e tiveram.
Daí quando o fulminante silêncio tomou seu peito, ao ouvir uma alegre gargalhada chegar daquela cozinha: “Consuelo? É você, meu amor?”


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Prof. Myrson Lima sobre sua leitura de "Crônicas Absurdas de Segunda"

Raymundo Netto,
Encerrei a leitura do Crônicas absurdas de segunda, que gentilmente me presenteou. Por que absurdas? De início, admirei-lhe a refinada apresentação, o excelente projeto gráfico, a capa dura com as ilustrações do Valber Benevides, que enriquecem também o miolo, a qualidade da impressão, a leveza da disposição dos capítulos, com a sintética e útil informação dos biografados, a escolha das cores, que já chamam a atenção até do mais distraído frequentador de livrarias.
A surpresa maior foi, no entanto, o conteúdo. Você me lembrou de me haver enviado os primeiros textos, no início da carreira, o que depois me despertou a lembrança. Não me lembra que me tenha na época provocado espanto, como dessa vez. Surpresa agradabilíssima! Não imaginava que iria encontrar textos tão ricos, leves, cheios de verve e de humor. Percebem-se o alto nível de leitura, o culto pela palavra exata e sonora, os criteriosos e eruditos recortes da história da cidade, a realidade e a fantasia interlaçadas em cada página. Parabéns, rapaz!
As apresentações da Ana Miranda e do Sânzio estão à altura do livro, ricas, felizes, justas, carinhosas. O “Dândi pós-moderno” de Salgueiro corrobora a imagem que aos poucos você já criara no confidente leitor de escritor versátil e de adorável figura humana.
Cumprimento-o com entusiasmo e admiração.

Myrson Lima

Serviço:
Crônicas Absurdas de Segunda, de Raymundo Netto
Apresentação: Ana Miranda
Prefácio: Sânzio de Azevedo
Posfácio: Pedro Salgueiro
Ilustrações (capa e miolo): Valber Benevides
Det: Capa dura | 231 páginas | colorido | Formato: 15,5 x 21,5cm
Investimento: R$ 30,00
Compra On-Line: livrariadummar.com.br
Contato com o autor: raymundo.netto@gmail.com