quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Votos de um feliz Ano Novo, por Raymundo Netto para seus amigos, colegas e familiares


Não apenas o ano que passou, mas todo os demais percorridos, mesmo aqueles ainda em preto e branco, nem teriam sentido não fosse a necessária existência e/ou presença dos familiares e verdadeiros amigos.
O passar dos dias aligeirados pelos tempos a galope, muitas vezes não nos permite contemplar a beleza das folhas das árvores a cruzar hoje as nossas vistas como nódoa verde e sem vida, assim como silencia o canto dos pássaros e mesmo o das estrelas, que apenas nas nossas memórias mais distantes emitem com seu piscar celestial um cricrido de paz.
Noutros tempos, éramos nós a sentir o brilho do sol num afago de nuvens, a noite esparramando luares, as verdes palmas reverenciando aos ventos assoprados de marés, as areias finas e brancas a calçar-nos os passos alheios à maldade, a incompreensão e às dúvidas. Éramos nós, a sentarmos à mesa e a nos permitir conversas delongadas com sabor de café adocicado de histórias e afetos. Éramos nós, construindo a experiência única de sermos apenas nós.
Em 2016, que deixemos os “éramos” e “sejamos”, que corramos para a vida, para o que ela nos dá de graça – o que fica para sempre, geralmente assim nos chega –, e não nos esqueçamos do outro, esse universo paralelo de sempre desconhecido; sempre presente; sempre necessário. Lembremos: “É impossível ser feliz sozinho”.
Desejo assim, a todos aqueles que compartilham essa minha tela de vida, um ano realmente novo, em desafios, e mesmo quando a derrota ou a tristeza persegui-lo(a), que possa erguer-se novamente, como se adentrasse outro ano e a vida se renovasse na sua própria e próxima respiração.
Com o abraço e a gratidão de Raymundo Netto


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

"Papai Noel com Alzheimer", de Raymundo Netto para O POVO


Papai Noel dá descarga, sai da privada e não lava as mãos. É verdade. Nunca antes havia sabido do bom velhinho ter tais necessidades, mas quem anda em shopping vê de um tudo.
Época culturalmente festiva, o Natal alimenta o comércio, muitas vezes o salvando de prejuízos de um ano inteiro de investimentos com design e campanhas de vendas incompatíveis com a saúde financeira do consumidor ainda programado a “ter que comprar” presentes. Há algum tempo se dizia que bom mesmo era o presente original, preparado artesanalmente, com cheirinho de grude ou cola branca, polvilhado de glitter colorido num pequeno riscado de lápis de cores e canetinha hidrocor. Ora, ninguém tem mais tempo nem ideias para isso. Até os cartões de Natal já vêm com texto prontinho adequado ao freguês. Sentimento, sentimeeento de verdade é duvidoso, embora as famílias ainda se encontrem, cada vez mais numerosas, mais sonolentas, mais glutonas, menos interessantes.
Nas ruas é possível cruzar com pessoas que nos desejam um Feliz Natal, ainda que não nos conheçam, e nós respondemos, ou não, com alguma mesura ou com os mesmos votos, pensando qual o sentido disso tudo ou não pensando em nada completamente, a não ser na nossa rotineira pressa de fazer qualquer coisa da vida, menos viver, pois que nos seria insuportável.
Pessoas cheias de Jesus em seus corações – ou pelo menos cheias na língua – continuam destruindo ou planejando destruir os outros, que não reconhecem como irmãos, mas frutos de uma divina pulada de cerca celestial, tais como os praticantes das religiões africanas, os negros (pobres), os doentes (pobres), os moradores de comunidades (pobres) – para muitos, todos traficantes, drogados e prostitutas – ou em situação de rua (pobres), ciganos, entre outros, além daqueles que não concordam com as suas opiniões ou gostos, seja eles qual forem.
Nunca entendi por que para eu me sentir bem deveria olhar para o meu redor e ver que muitos estão em condição pior do que eu. Essa psicologia de contentar-me com a miséria alheia sempre me foi intragável, assim como sempre afirmei que só os egoístas serão felizes, pois não me sinto no direito de empurrar nos olhos esse colírio desagradável de conforto, enquanto assisto à injustiça, corrupção, descaso, exploração, intolerância, desigualdade e, por que não dizer, de maldade bem vestida (nua jamais) e crua (em forma de sashimi), temperada com presunção e extremo individualismo.
Nas igrejas, as pessoas clamam ridiculamente pela SUA salvação (o mundo que se vire), melhores dias para os seus, a megasena da virada para torrar em viagens ao redor do mundo, em banheiras com torneiras douradas, privadas automáticas, no carro do ano de nunca arrancar os plásticos dos estofados de couro, em silicones, acessórios de luxo e de grife. É uma pobreza espiritual de dar dó e pau em doido, nesse imenso mundo de vendilhões em busca de bons negócios espirituais.
Eu só acreditaria no Natal se Jesus viesse com chicotes arrastando as ovelhas e os bois, despertando a humanidade de sua sonolência salteadora – só existe o rico porque existe o pobre – para a prática da gentileza e da gratuidade, do amor incondicional, do reconhecimento do outro numa enxurrada de empatia e de amor, coisa que não se pratica muito comumente, nem é valorizado por aqui, mesmo por aqueles que os pregam pateticamente em praças, calçadas e ônibus por meio de berrantes aparelhos sonoros de baixa qualidade, de CDs de padres e pastores, esbanjando a sua falta de noção. Aliás, já era tempo do Senac oferecer um curso de “Noção”. O povo precisa e muito.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"Da Noite pro Dia", com Alan Mendonça e convidados, HOJE

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Espetáculo
Da noite pro dia
de Alan Mendonça
- Celebração de 15 anos de escrevências -
Data e Horário: 14 de dezembro, às 20h
Local: SESC Iracema, Fortaleza/CE
Lançamentos
CDs “Mesmo que seja tarde” e “Do tempo faltando um pedaço”
E do livro “De peixes e aquários (poemas signos)”
Sobre o espetáculo: Celebrando 15 anos de escrevências, o escritor e compositor Alan Mendonça lança os CDs “Mesmo que seja tarde” e “Do tempo faltando um pedaço”, e o livro “De peixes e aquários (poemas signos)”. Os CDs são compilações de músicas suas gravadas por grandes nomes da música cearense e de além fronteiras. No livro, há um ciclo de poemas sobre os signos do zodíaco que ganharam uma versão sinfônica pelo talento de Liduíno Pitombeira. As ilustrações são assinadas por Yuri Yamamoto e o prefácio por Fabiano dos Santos Piúba, Dércio Braúna e Liduíno Pitombeira. Haverá, no hall de entrada do teatro, uma exposição contando sobre momentos marcantes dos 15 anos de escrevências de Alan Mendonça. Participarão, em sons e palavras, artistas como Aparecida Silvino, Mona Gadelha, Marta Aurélia, Ayrton Pessoa, Makito Vieira, Thiago Arrais, Jânio Florêncio, Carlos Hardy, Marcos Paulo Leão, Daniel Sombra, Rodrigo Castro, Felipe Rubens, Joyce Custódio, Lenine Rodrigues, Felipe Breier, Fernando Rosa, Simone Sousa, Andréa Piol, Rafael Torres, Cinco em Ponto, Pingo de Fortaleza, Auri D’yruá, Linda Pedra, Ana Rios, Fernando Leão, Lauriene Marreiro, Henrique Beltrão, Francélio Figueredo, Raymundo Netto, Ivânia Maia, entre outros e outras...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Para quem acha que conhecia a casa onde nasceu José de Alencar...

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Será aberta domingo (13), às 10h, a exposição Casa de José de Alencar: há 50 anos patrimônio brasileiro, que celebra o cinquentenário do tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) da casa onde nasceu, em 1829, e viveu até os nove anos de idade o romancista cearense José de Alencar.
Em 1964, o então presidente Humberto de Alencar Castelo Branco providenciou a compra do imóvel e de oito hectares ao redor da construção, transferindo para a UFC a administração e a guarda desse patrimônio histórico para ser um equipamento de extensão acadêmica e de incentivo à produção literária.
De caráter permanente, a exposição reúne cerca de 50 peças, entre imagens das décadas de 1910 a 2000 e raridades encontradas na prospecção arqueológica feita nas ruínas do engenho que foi propriedade do senador José Martiniano de Alencar, pai do escritor. Há louças, moedas e artefatos de ferro do início do século XIX.
Entre as fotos expostas estão algumas da antiga casa grande; do antigo engenho (o primeiro movido a vapor do Ceará); da inauguração oficial do equipamento cultural em 1966, com a presença do presidente Castelo Branco e do reitor Antônio Martins Filho; e dos trabalhos da prospecção arqueológica realizada em 2000, por equipe comandada pelo prof. Marcos Albuquerque, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A exposição, que integra a programação dos 60 anos da UFC, tem curadoria e organização da própria Casa de José de Alencar, com apoio do Memorial da UFC.
EQUIPAMENTO DA UFC – Em 1964, a casa grande do sítio Alagadiço Novo já havia sido demolida e as únicas edificações que restaram foram o pequeno imóvel tombado e as ruínas do engenho do senador José Martiniano.
Atualmente, o sítio Alagadiço Novo é um equipamento cultural pertencente à UFC, que possui, além do patrimônio histórico tombado pelo IPHAN, a Pinacoteca Floriano Teixeira; o museu reunindo as coleções Arthur Ramos (cultura afro-brasileira) e Luiza Ramos (renda de bilros), além de peças de couro, pano, barro, cerâmicas e instrumentos líticos (de pedra); a Biblioteca Braga Montenegro; a Sala Iracema, com 33 desenhos a bico de pena em nanquim feitos por Descartes Gadelha; restaurante; centro de treinamento com salas e auditório, e considerável área verde, onde são realizadas diversas atividades culturais, como o Pic-Nic Literário do Clube da Sivozinha.
A Casa de José de Alencar está localizada na Av. Washington Soares, 6055, em Messejana. Visitas ao acervo do equipamento podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados e domingos, das 8h às 12h. O Acesso é gratuito. Outras informações são encontradas no site da CJA.


Fonte: Frederico Pontes, diretor da Casa de José de Alencar – fones: 85 3276 2379 e 3229 1898

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

I Festa Literária do Humor Cearense, de 10 a 20 de dezembro, no Museu do Humor Cearense


De 10 a 20 de dezembro de 2015, o Museu do Humor Cearense apresenta a I Festa Literária do Humor Cearense.
Como tema, a homenagem aos 140 anos de Quintino Cunha e os 100 anos do bode Yoyô, além da comemoração do Dia do Palhaço.
A programação é diversa, incluindo lançamento de livros e cordéis, palestras, exibição de filmes e vídeos, espetáculos e brincadeiras infantis, cantorias, recitais de poemas, shows de humor, entre outros. Programação para todas as idades e, de quebra, você poderá conhecer o Teatro Chico Anysio e o maior acervo (incluindo o literário, na biblioteca Professor Raimundo, e peças/curiosidades do próprio Chico) deste que, sem dúvida, é o maior humorista brasileiro de todos os tempos.
Entre as obras a serem lançadas, Crônicas Absurdas de Segunda, de Raymundo Netto, O Genial Quintino Cunha, de Stélio Torquato Lima, Leandro Gomes de Barros: o mestre da literatura de cordel, de Arievaldo Viana, álbum Fortaleza a Pé, de Gerson Linhares, O Teatro de Jorge Ritchie, de Jorge Ritchie, Causos, de Totonho Laprovitera, Paula Ney: o primeiro humorista cearense, de Jader Soares, O Direito de Rir e Vir, de Giovani de Oliveira.
E ainda há espaço para ações não programadas, ou seja, VOCÊ pode se candidatar a fazer parte dessa grande Festa Literária do Humor Cearense. Entre em contato com Jader Soares, curador dessa Festa: (85) 3252.3741/99991.0460.
O Museu se localiza na Av. da Universidade, 2175, Benfica.

Não perca. A programação completa pode ser conferida em museudohumorcearense.com.br