domingo, 30 de agosto de 2009

Luau Literário do Movimento Proparque (04.09.2009)

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A PROMOÇÃO ALMANACULTURA AGOSTO CHEGA AO FINAL!

O seu blogueto Cultural!

O blogue AlmanaCULTURA entrou no ar em 4 de agosto de 2009 e, desde então vem divulgando textos, eventos, notícias e promoções literárias e culturais.


O sorteio de livros de autores cearenses, mediante a indicação de títulos e respectivos autores, foi uma forma de dar visibilidade aos trabalhos aqui produzidos.


Abaixo, vocês poderão conferir as indicações de um pouco mais de 30 aspirantes às obras “A Lua de Ur num Prato de Terra” (Alan Santiago), “A Grande Casca do S” (Jorge Pieiro), “Inimigos” (Pedro Salgueiro) e “Eu Vou Esquecer Você em Paris” (Carmélia Aragão), todos, na edição de agosto, de Contos.


O sorteado receberá um kit composto pelos quatro títulos AUTOGRAFADOS pelos seus autores e, entre os 39 seguidores do blogue AlmanaCULTURA acontecerá, conforme prometido, outro sorteio do livro de contos “O Mundo do Vivos” (Carlos Roberto Vazconcelos), ganhador dos prêmios Osmundo Pontes de Literatura e Clóvis Rolim de Contos, ambos, por intermédio da Academia Cearense de Letras.


O sorteio, aberto, naturalmente, ao público interessado, acontecerá no Café Lua (no andar de cima da Livraria Lua Nova, Av. 13 de Maio, 2861 – em frente do Shopping Benfica), dia 2 de setembro (quarta-feira), às 19 horas.


Agradeço pela participação e a belíssima divulgação pelos blogueiros cearenses e de outros estados (Tiago Viana, Luiza Helena Amorim, George Silva, Alan Santiago, Banda ONE, Boletim Vivaleitura, Emanuela Ribeiro, Fabiana Guimarães, Nirton Venâncio, Iara Lima, Poeta de Meia Tigela, Márcia de Oliveira, Madalena Barranco e outros)


Espero vê-los por lá.

Livros Indicados pelos visitantes do AlmanaCULTURA (ordem alfabética)

A Cachoeira das Eras, de Carlos Emílio Correia e Lima/ A Casa, de Natércia Campos/ Aldeota, de Jader Carvalho/ A Leste da Morte, de Nilto Maciel/ Alma Sertaneja, de Gustavo Barroso/ A Normalista, de Adolfo Caminha/ A Palavra e a Palavra, de Horácio Dídimo/ Árvore de Manivelas, de Carlos Nóbrega/ A Viuvinha, de José de Alencar/ Beira-Sol, de Adriano Espínola/ Cante Lá que eu Canto Cá, de Patativa do Assaré/ Casimiro Coco de Cada Dia, de Ângela Escudeiro/ Confronto: um diálogo com Deus, de Pedro Lyra/ Contos Brasileiros, de Araripe Jr/ Desmundo, de Ana Miranda/ Distância, de Virna Teixeira/ Dizem que os Cães Vêem Coisas, de Moreira Campos/ Diva, de José de Alencar/ Dolentes, de Lívio Barreto/ Dona Guidinha do Poço, de Oliveira Paiva/ Dôra, Doralina, de Rachel de Queiroz/ Dos Valores do Inimigo, de Pedro Salgueiro/ Entre a Boca da Noite e a Madrugada, de Mílton Dias/ Espaçaria, de Eduardo Jorge/ Fins d'águas, de Genuíno Sales/ Fortaleza Encantada, de Nilze Costa e Silva/ Iluminuras, de Natércia Campos/ Iracema, de José de Alencar/ João Miguel, de Rachel de Queiroz/ Libertação do Ceará, de Rodolfo Teófilo/ Luzia-Homem, de Domingos Olímpio/ Moça com Flor na Boca, de Airton Monte/ Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz/ Objetos, de Carlos Augusto Lima/ O Dragão, de José Alcides Pinto/ O Espantalho, de Pedro Salgueiro/ O Galo de Ouro, Rachel de Queiroz/ O Grande Pânico, de Airton Monte/ O Guarani, de José de Alencar/ Os Guerreiros de Monte-Mor, de Nilto Maciel/ O Quinze, de Rachel de Queiroz/ O Mistério da Professora Julieta, de Socorro Acioli/ O Novo Messias: em busca da verdade, de Tiago Sales/ O Peso do Morto, de Pedro Salgueiro/ O Poder e a Peste, de Lira Neto/ O Ponto, de Antenor Costa Filho/ O Resto de Teu Corpo no Aquário, de Tércia Montenegro/ O Inimigo do Rei, de Lira Neto/ Os Doze Parafusos, de Moreira Campos/ O Sertanejo, de José de Alencar/ O Verso Trivial, de Lucas Carneiro/ Parabelum, de Gilmar de Carvalho/ Pastoral dos Dias Maduros, de Francisco Carvalho/ Pluralia Tantum, de Gilmar de Carvalho/ Praias e Várzeas, de Gustavo Barroso/ Quadrante Solar, de Francisco Carvalho/Relembranças, de Milton Dias/ Sábado: Estação de Viver, de Juarez Leitão/ Saco de Memórias, R.Batista Aragão/ Senhora, de José de Alencar/ Tantos Anos, de Raquel de Queiroz/ Tempo e Antítese, de Dimas Macedo/ Trapiá, de Caio Porfírio Carneiro/ Trilogia Tempo dos Mortos, de José Alcides Pinto/ Um Conto do Passado: cadeiras na calçada, de Raymundo Netto/ Vende-se uma Família, de Socorro Acioli/ Versos Diversos, de Antônio Sales

sábado, 29 de agosto de 2009

"O Sentimento é o Barco na Garrafa" de Raymundo Netto

Andruchak – Barco na garrafa – 2004
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O sentimento é o barco na garrafa: represo, inútil e vazio.
É a raspa do tacho que faltava, é a desilusão, é o estio.
A mancha na roupa mais querida, a saudade que infarta.
É no peito, o lastro que se cria e na mente a imagem que se mata.

Do prego, a ferrugem que tetaniza. Na pele, a marca da navalha.
No amor, a ferida que se abre e na noite a folha que orvalha.
O sentimento é tal alegria que se esvai ou a fumaça que no azul vapora
No olhar traz a cinza da memória de um poema que em versos chora.

O sentimento é a fadiga na subida e a brasa que em cinzas arrefece.
É a calma piedante embebida na espinha que pela goela desce.
Dos sentimentos, o mais triste é a tristeza
E o amor, acreditem, dentre todos, pouco importa
Pois é no deserto que, diante da certeza da solidão,
A vida se conjuga e se conforta.

O sentimento é o barco na garrafa, poeticamente inavegável e comido por cupins.

"O Espantalho" do Poeta de Meia Tigela

"Espantalho" de Portinari (1958)
O espantalho
com seus farrapos
corpo de palha
roupa de trapos
A cruz de galhos
moço sem tripas
pobre paspalho
olhando o tempo
Não têm as gralhas
medo do tipo
aves canalhas
metem-lhe o bico
Todo frangalhos
nem voz nem tímpanos
ser de bandalhos
sempre no trampo
Um ato-falho
viver tão triste
mas o fedelhonão vive, é traste

(Extraído do "CONCERTO Nº 1NICO EM MIM MAIOR PARA PALAVRA E ORQUESTRA", 1º Movimento, Livro 3, Seção 2; publicado no Jornal V.O.L.A.N.T.E 4)

http://opoetademeiatigela.blogspot.com/

"Os FitoManos" de Raymundo Netto em "Prisioneiros mentais"

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Projeto "Bordel Poesia" no Acervo Imaginário (29 de agosto/sábado)

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"Uma Cena Banal" crônica de Pedro Salgueiro para O POVO


Começo de mês, as mariposas todas na rua, apesar do sol alto. O magricela puxou o camisão sujo até o nariz. Com o pulmão em brasa cheirou toda a coragem do mundo, o olho duríssimo mirando a velhinha do outro lado da rua. As duas adolescentes distraíram a vítima fingindo uma briga. Por trás o ataque, o erro, o vacilo da mão trêmula. Segunda tentativa e o bote quase perfeito, não fosse o rasgo da unha no pescoço engelhado da senhorinha.
No descer da calçada alguém grita:
- Pega!...

O táxi barra a carreira, o motoqueiro tenta o atropelo, e as pernas do magrinho bambas demais para a fuga.
- Pega as duas que ele jogou o cordão pra elas, pega!

As primeiras tapas, a mãozona do senhor de gravata não dá trégua. O da moto tira o capacete pra acertar o coco do franzino, resvala mais do que tenta; parece cansar, de vez em quando desfere um chute certeiro no infeliz.
- Pegaram as meninas, lá vem...

O comerciante da esquina traz a maior pelos cabelos, de quando em vez sacode com um safanão a pequena, que, aturdida, não sabe se foge ou se ajuda a amiga. A cada pergunta de “onde jogou o cordão”, o magrote responde com um gemido: novos tapas e chutes. As meninas são levadas para um canto, e alguém, obedecendo as ordens do comerciante, baixa as roupas das meninas. Nada. Quando alguém, mais esperto, sugere:
— Ela botou na boca! Abre...

Um ambulante, que até então apenas ria, passou as bugigangas para uma só mão e com a outra tentou abrir a boca da maior, não conseguiu. Jogou os apetrechos no chão. Uma tapa e um aperto nos maxilares facilitaram: enfiou os dois dedos e saiu de lá com o cordão, que havia sido parcialmente engolido. Deixou a baba e um filete de sangue na camisa, antes de entregá-lo limpinho ao do comércio.

Mais alguns tapas nas meninas, mais alguns chutes no magrinho e parecem ter cansado de vez. Alguém sugere a polícia; o da moto desdenha que é tempo perdido. Divertem-se mais um pouco; a metade da bundinha seca da menor permanece fora da calcinha. A maior se resigna a chorar. O magro jaz sentado no beiço da calçada, cabeça entre os joelhos.

Uma senhora arrumada se compadece da situação e ameaça denunciar aos “direitos humanos”, mas logo percebe que não conseguiu o apoio de ninguém e se afasta falando ao celular. Nem escuta o que o da moto lhe diz:
- Vai-te embora, jabiraca, é porque não foi contigo...

Pelo sim, pelo não, arremessam mais uns safanões nas meninas, um empurrão no magrinho, que saem correndo de pernas bambas, ente a saraivada de gritos:
— Pega! Pega ladrão!...

No dia seguinte, no mesmo local, lá vem o mesmíssimo magrelo, o joelho descascado, a camisa ainda rasgada, e o olho direito, um pouco menos inchado, à procura do vacilo da senhora de verde, na outra calçada.

Acena para as meninas, dando o sinal; atravessa calmamente a rua por entre os carros.

PEDRO SALGUEIRO é escritor. Publicou o livro Fortaleza Voadora, de crônicas, além de cinco volumes de contos: O Peso do Morto, O Espantalho, Brincar com Armas, Dos Valores do Inimigo e Inimigos

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Raymundo Netto no projeto Bazar das Letras do SESC

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A 2ª edição do livro Um Conto no Passado: cadeiras na calçada, ganhador do I Edital de incentivo às Artes da SECULT (2004), estará disponível na ocasião pelo preço de R$ 20,00 (vinte reais).

Venha você também participar, discutir, questionar, conhecer um pouco mais do trabalho do autor.

Concorra também ao sorteio do livro (cinco exemplares, ao todo).

Esperamos vê-los por lá.

domingo, 23 de agosto de 2009

ÚLTIMA SEMANA DE PARTICIPAÇÃO DO SORTEIO ALMANACULTURA DE LIVROS CEARENSES!!!

O endereço eletrônico para participar do sorteio é:
http://raymundo-netto.blogspot.com/2009/08/sorteio-edicao-agosto-para-leitores-do.html
Acessem e lembrem-se: coloquem os seus endereços eletrônicos (e-email) e o nome de três livros cearenses e de seus respectivos autores.
Convidem seus amigos para participar. Divulguem o sorteio em seu blogue ou lista de e-mails.
Vamos movimentar a nossa literatura.

Obrigado.

Concerto Internacional Brasil-Alemanha 28.08 – Entrada FRANCA


O Consulado da Alemanha no Ceará e Orquestra Filarmônica do Ceará têm a satisfação de convidar V. Sª. e família para o Concerto Internacional Brasil-Alemanha, celebrando o 20° ano da Queda do Muro de Berlim e 60 anos da Lei Fundamental da Alemanha, com a participação do violoncelista Walter Michael Vollhardt.

Data: sexta-feira, dia 28 de Agosto de 2009, às 19h30min
Local: Theatro José de Alencar.
Entrada Franca.

Repertório:
Leslie Vollhardt – Overtüre – Wettlauf mit der ZeitMax Bruch op. 47 – Kol Nidrei – Adagio für Violoncello Anton Dvorak op. 104 – Konzert für Violoncello in Si menor
I - Allegro
II – Adágio ma non troppo
III – Finale – Allegro Moderato

Patrocínio: Wobben Windpower Enercom/ Fuhrländer/ Amêndoas do Brasil/ CIONE/ Goethe Institut/ Gran Marquise Hotel
Realização:
Consulado da Alemanha no Ceará
Orquestra Filarmônica do Ceará

Endereço da Orquestra Filarmônica do Ceará (Maestro Gladson Carvalho):

Rua Moreira de Sousa, 90, Parquelândia, Fortaleza, Ceará - CEP: 60.450-080
Fone: (85) 3287 1378 e cel: (85) 9618 5840
Site: www.filarmonicadoceara.com.br

sábado, 22 de agosto de 2009

"A Minha Casa de Taipa", crônica de Ana Miranda

Ana Miranda no Cumbe, assistindo à confecção de labirintos
(foto de Raymundo Netto/2005)

www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/895728.html


Uma das inesquecíveis visitas que fiz, quando vinha a Fortaleza, foi ao Cumbe, há uns cinco anos. Fica ali, nas redondezas de Aracati. Lugar de rendeiras dos labirintos e meninos fabulosos autores e atores de teatro de mamulengo, os Calungas, lugar em cujas dunas, nas noites sem lua, dom Sebastião emerge das areias com suas bailarinas, cozinheiros, músicos, soldados, os tambores rufam e a terra se move, os moradores ouvem os cantos. Não deixa de ser o reino do Preste João, tem o rio seco, tem os desertos de aniagem, um Sétimo Império. Cumbe seria quilombo? Ali perto fora morto Jacó Rabbi? Tantas guerras antigas entre carnaubais, paus-de-coité, bosques de cajueiros, árvores rendadas de luz...


Chegava-se ao Cumbe por uma estrada de piçarra, ladeada por casas singelas, austeras, umas feitas de palha, outras de barro em taipa, cobertas por folhas de carnaúba e quase todas com varanda e rede. As casas ficavam em terrenos amplos cercados por varas de marmelo, ou pau sabiá, fincadas no chão brejado, entre um e outro braço do mar que azulavam a alvura, cercas mortas onde as pessoas dependuravam cabaças, favas, o que fosse secar ao sol. Admirei a beleza e sabedoria daquela paisagem campestre.


A taipa é um material apaixonante. Nossas sólidas casas e igrejas coloniais foram feitas em taipa de pilão. Ainda hoje na Alemanha há casas em taipa construídas no século 13. A própria muralha da China, tão resistente, usa a taipa. A taipa tem mais de nove mil anos, serviu para construções no antigo Egito e na Mesopotâmia. Há taipas diversas, como a de pedra, usada no Piauí, a de madeira com bolas de barro vista no Maranhão, a taipa de carnaúba, a taipa mista de moldura de tijolos, a taipa feita com sobra de madeiras e sucata... Ela aproveita a maleabilidade infinita do barro, permite novas estruturas e dimensionamentos do espaço, oferece imensas possibilidades de melhoria da técnica tradicional. Pode ser combinada com elementos da cultura industrial, sem perder o aconchego da antiga construção de estuque.


A casa de taipa nasce do chão, vem da natureza, é construída com o material que está ali, a terra e as árvores, e tem uma grande contribuição a dar a um estado que não oferece moradia para todos, como o Ceará. Um arquiteto amigo meu, Cydno da Silveira, desenvolveu um projeto de casas populares que ensina a pessoa a construir sua própria casa e a cuidar dela, para manter viva uma sabedoria antiga e muito nordestina (o interior das casas de taipa é fresquinho como um ninho de joão-de-barro). Ele fez uma experiência na cidade de Bayeux, Paraíba aqui ao lado, para treinamento de pessoas no projeto, na construção, melhoria e restauração de casas, ou igrejas, ou escolas em taipa de pau-a-pique. Não recebendo a casa pronta, mas construindo-a, o dono toma por ela mais amor. Se for privado de sua terra, ele saberá construir uma nova habitação. O saber pode lhe servir também como meio de vida, e a profissão tem um nome: taipeiro.


A casa de taipa é uma alternativa para a habitação no meio rural, nas periferias urbanas, também como casa de praia ou de campo. Para as populações mais pobres é uma forma de independência, uma estratégia secular de abrigo, preservada nos sertões brasileiros especialmente por mulheres. O sistema elimina a compra de material, o transporte, o crédito, o processo industrial e poluente de construção. A edificação é rápida, tem caráter tanto transitório quanto perene, e é um instrumento para a posse imediata da terra. Pode ser levada aonde não chega o material industrializado. Uma simples caiação evita a umidade e basta fechar as frestas onde os insetos gostam de se aninhar. Integra a família, as mulheres e crianças podem trabalhar na construção, e integra o grupo na comunidade, quando feita em mutirão. Não há desperdício de material e nem agressão ecológica, a madeira usada nas estruturas é em quantidade cinco vezes menor do que a necessária na queima de tijolos para uma mesma parede. Disse dela Lucio Costa: “...faz mesmo parte da terra, como formigueiro, figueira-brava e pé-de-milho – é o chão que continua... Mas justamente por isso, por ser coisa legítima da terra, tem para nós, arquitetos, uma significação respeitável e digna...”


Soube, recentemente, que uma estrada passou de forma violenta pelo Cumbe, quase derrubando a igreja e destruindo o caráter local. As casas de taipa provavelmente serão substituídas por casas de tijolos vermelhos, sem a pureza da tradição regional. Morro de pena... Sempre sonhei ter uma casinha de taipa, com fogão a lenha. Dois coqueiros, um riacho, o mar adiante, jangadas, e uma varanda para fazer renda. É a paisagem que levei comigo, quando fui embora de Fortaleza e era criança.


ANA MIRANDA é escritora, autora de Boca do Inferno, Desmundo, Dias & Dias, entre outros romances, editados pela Companhia das Letras. amliteratura@hotmail.com
Fonte: Vida e Arte d'O POVO

Cover do U2? A melhor banda é daqui: Banda ONE!

O Projeto Cover do U2 em Fortaleza foi iniciado, a primeira vez, em agosto de 2006, por Junior Melo, músico e colecionador da produção artística do U2, banda irlandesa de grande prestígio internacional.

Com o intuito de permitir o acesso à sensação de estar em show ao vivo da banda, reuniu a tecnologia de produção e um grupo de competentes profissionais que se empenham na reprodução fiel (musical, visual e temática) dos seus principais sucessos. O reconhecimento do trabalho foi imediato.

Daí, surgiram diversos convites para apresentações. A princípio em casas de espetáculos e bares em Fortaleza, depois, em outros estados nordestinos durante festivais, shows beneficentes (Projeto McDonald’s, Instituto Peter Pan, Centro de Reabilitação Infantil/CRI e outros), exposições etc., além de ter dividido o palco com a banda O Verbo e com outras bandas covers.

Para saber mais, acompanhar o trabalho, assistir e contratar:

Onde ouvir o ONE: www.myspace.com/oneu2cover
No Twitter: www.twitter.com/bandaoneu2cover
No ORKUT:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=6361723282817392796
ONE Band ON LINE: u2.one.msn@hotmail.com
Agenda, fotos, vídeos, fã-clube, contatos e outros: http://www.one.mus.br/
Contatos: Júnior Melo - 085. 9999.03.90/ 085. 8607.3711

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"Mito e Magia" com Sarah Diva Ipiranga (22.08)


Assessora: Sarah Diva da Silva Ipiranga, professora de Literatura Comparada, mestra em Estudos Literários e doutoranda em Educação Brasileira.
Objetivos: Estudar as lendas brasileiras na sua riqueza temática e na relação com o mito da origem; compreender o imaginário mítico na composição das narrativas folclóricas; e acompanhar a reatualização constante do folclore por meio do 'reconto' das histórias.
Público-alvo: Educadores, contadores de história, bibliotecários, estudantes de Pedagogia e pessoas interessadas.
Data: 22 de agosto (sábado)
Horário: das 9h às 12h
Taxa: R$ 10,00 (com direito a certificado de 4h/aula)
Local: Auditório Paulinas Livraria (Rua Major Facundo, 332, Fortaleza - CE)
Informações e inscrições: Tel.: (85) 3226-7544

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Os FitoManos" de Raymundo Netto em "Plantando tudo se dá!"


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PROCURA-SE!

autor: Edgar Degas
Músicos...
SELEÇÃO ORCEC - A Associação Artística de Concertos do Ceará realiza seleção de músicos para compor a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.
As inscrições ficam abertas até segunda-feira (24.08).
As vagas disponibilizadas são para as funções de:
Segundo Violino Classe A Nível 2 (1 vaga - remuneração bruta de R$ 2.299,00) e
Bolsista (Violino e/ou Viola) Classe B (3 vagas - remuneração bruta de R$ 1.045,00).
Aviso de seleção e regulamento na internet (www.orquestra-ce.org.br).
Outras informações: (85) 3252.3378 / 8828.6405 (Roberto César Lima).

Dançarinos...
GRUPO DE TRADIÇÕES CEARENSES - O grupo está selecionando dançarinos(as) com experiência em danças folclóricas para temporada de espetáculo no Bar Cultural Arre Égua e para o XVI FIDA - Festival Internacional de Dança da Amazônia,
que será realizado em Belém/PA.
Interessados devem ligar para (85) 8724.4774 (falar com Valmir Bráz).

Alunos com fôlego...
GAITA IN BLUES - Oficina de iniciação ao ensino da gaita diatônica.
Aulas aos sábados durante oito semanas.
Ministrante: Francisco Carlos.
Mais informações: (85) 3285.1673 / 8776.5166.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Prata 950: Novo CD do Pingo de Fortaleza


O cantor, compositor e produtor cultural Pingo de Fortaleza lançou na sede da ONG Solar, no dia 25 de julho, seu 18.º disco: "Prata 950".

Iniciado ano passado, com o intuito de comemorar seus 25 anos de carreira contados desde o primeiro show individual "Que espetáculo é esse?” realizado em 1982 na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará/UFC.

Pré-lançado na abertura do show do cantor Nando Reis no VIII Acampamento Latino- Americano da Juventude em Icapuí, Prata 950 é independente e conceitualmente pop-clássico, executado por uma banda de formação básica e com arranjos simplificados. A maioria, dentre 12 faixas, são inéditas, sendo três regravações (Filhos, Coração de Pedra e Lógica) escolhidas a partir da receptividade com o público. A faixa Aproveite o Dia, em parceria com o poeta Henrique Beltrão, abre o disco. A música foi usada no projeto do UNICEF, Selo UNICEF, Município aprovado nos estados do Rio Grande do Norte e Piauí.

Segundo o cantor, é um disco simples, comum, mas que vai na contramão de tudo que fez até então. O projeto gráfico é uma mostra disto. A capa cita a Art-Pop. “Essas músicas têm linguagem direta, falam o que eu queria falar”.

A intenção é que o trabalho alcance um maior número de pessoas em seus mais diversos níveis, idades e preferências. O disco pode ser adquirido pelo valor popular de R$ 5,00 (na sede da Solar na Av. da Universidade, 2333, Benfica-Fone: 085 - 3226 1189).
Entretanto, o cantor permite que o copie, faça downloadies, e inclusive disponibiliza o trabalho em seu blog: http://pingodefortaleza.blogspot.com/. Acrescenta: “A gente tem de desprender da distribuição”.

Maiores informações sobre o CD: Joanice Sampaio - (85) 8784.1741/9109.1706

"Brasil x Argentina" - não perca este clássico da Scortecci

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"Os FitoManos" de Raymundo Netto em "Gente romântica? Éca!"


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domingo, 16 de agosto de 2009

Lançamento da coleção Fábrica de Leitores das Edições Demócrito Rocha (17 de agosto)

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A Fábrica de Leitores, projeto da Edições Demócrito Rocha em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria de Educação do Estado, com a Cordenação Editorial de Concy Bezerra, é uma coleção especialmente dedicada a um dos principais agentes no processo da leitura e do aprendizado: o professor. Entre contos, crônicas, poesia, cordel, oralidade e outros gêneros, reúne vinte títulos destinados a alunos e alunas das séries iniciais (1ª e 2ª) de escolas da rede estadual de ensino do Ceará, crianças entre seis e oito anos residentes nos 36 municípios com as menores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Mantido pelo Ministério da Educação, o IDEB associa o desempenho e a taxa de aprovação nas escolas. O resultado reflete o nível de alfabetização e aprendizagem em todo o País.

Ao todo, 2.546 educadores serão beneficiados com o projeto, que tem aprovação do Minc. A coleção, com tiragem de 60.000 livros, traz obras escritas e ilustrados por “gente da terra”. De forma criativa, eles apresentam narrativas tradicionais (A lenda do labirinto, de Audifax Rios e Suzana Paz), fantasia (A batalha de Jericoacoara, de Daniel Adjafre e Ronaldo Almeida), histórias de trancoso (Um sapo dentro de um saco, de Marcos Mairton e Eduardo Vieira), causos populares (Dona Baratinha e seu casório atrapalhado, de Arievaldo Viana, Selma Ginêz e Marisol Albano), crônicas (A Casa de Todos e de Ninguém, de Raymundo Netto e Tarcísio Garcia), dentre outros.

No lançamento, professores e representantes das escolas dos municípios selecionados receberão kits contendo os vinte exemplares da coleção. Além disso, participarão de oficinas relacionadas à temática dos livros. Serão dez oficinas, distribuídas em dois turnos de três horas. Em cada uma, cerca de trinta participantes.

Segundo Eloísa Vidal, idealizadora da coleção, os livros que integram a Fábrica de Leitores representam um grande auxílio no processo de aprendizagem e alfabetização de crianças nos municípios com baixo IDEB. Nessas regiões, registra a professora, “os indicadores de educação são mais resistentes”. Com isso, o ciclo de alfabetização não se efetiva. “Há um gargalo identificado nas séries iniciais”, pondera. Ainda de acordo com a professora, o grande "barato" dos livros que a Edições Demócrito Rocha publica é que eles não estarão nas bibliotecas, mas nas mãos dos próprios professores. Assim, os livros circulam na sala de aula. Afinal, esse é o objetivo da coleção: produzir leitores!

Lançamento da coleção Fábrica de Leitores, da Edições Demócrito Rocha, na próxima segunda-feira, 17, a partir das 16 horas, no hotel Porto d’Aldeia Resort (avenida Manoel Mavignier, 6433, na estrada que vai para a Cofeco).

Títulos da coleção:

O Circo das Coisas Incríveis (autor: Demitri Túlio/Ilustrador: Kaleo Mendes), Jangadeiro Pequenino (autor: Flávio Paiva/Ilustrador: Avany Oliveira), A História de Maria-Fumaça (autor: Elvira Drummond/Ilustrador: Elaine Oliveira), Mansidão, a vaquinha de estimação (autor: Arlene Holanda/Ilustrador: Cecília Andrade), A Lenda do Labirinto (autor: Audifax Rios/Ilustrador: Susana Paz), Um Museu Encantado (autor: Concy Bezerra/Ilustrador: Manuel Neto), O Tesouro da Felicidade (autor: Klevison Viana/Ilustrador: Jackson Simões), Um Sapo Dentro de Um Saco (autor: Marcos Mairton/Ilustrador: Eduardo Vieira), Livro de Pedra (autor: Társio Pinheiro/Ilustrador: Cristiano Selo), Dona Baratinha e seu Casório Atrapalhado (autor: Arievaldo Viana/Ilustrador: Selma Ginêz e Marisol Albano), O Menino Adivinho (autor: Guaraciara Barros Leal/Ilustrador: Francerli), Um Boneco Chamado Mamulengo (autor: Graça Freitas/Ilustrador: Vitória Alves e Newton Dias), Um Duelo Diferente (autor: José Mapurunga/Ilustrador: Hélio Rocha), Povo de Barro (autor: Ricardo Guilherme/Ilustrador: Maria, Socorro e Lourdes Cândido), A Casa de Todos e de Ninguém (autor: Raymundo Netto/Ilustrador: Tarcísio Garcia), O Escravo do Escravo Jubo Juboga (autor: Arlene Holanda/Ilustrador: Lana Guerra), O Big Bang em Cordel (autor: Fernando da Paixão/Ilustrador: Sérgio Melo), A Batalha de Jericoacoara (autor: Daniel Adjafre/Ilustrador: Ronaldo Almeida), O Decreto da Raposa (autor: Matilde Mariano/Ilustrador: Cardoso Jr) e Cavalo de Talo, Boneca de Milho (autor: Rouxinol do Rinaré/Ilustrador: Inácio Braúna)

Literatura em Revista com Alan Mendonça:"Varandeiro" (18 de agosto/terça-feira)

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Participações especiais:

Ayrton Pessoa (Bob)
David Duarte
Isaac Cândido
Carlos Hardy
Fernando Abreu
Jácio Cidade
Cleydson Catarina

MISturas Culturais de Agosto no Museu da Imagem e do Som (18 de agosto)



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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

"O Cortejo Confederado" crônica de Raymundo Netto para o jornal O POVO

Crônica

O Cortejo Confederado
30 de julho do ano da graça de 2000 e 9. Era Dia Estadual do Patrimônio Cultural do Ceará. O sol brilhava em raios fúlgidos, como diz o Hino. No Fortim holando-português, uma multidão brincante exortava a cal triste da muralha.

Ali tudo começou... Palhaços, feitos gafanhotos em pernas de pau, anunciavam a tragédia: os condenados seriam executados, fuzilados a sangue frio. Tais desgraçados contrariavam Sua Majestade, El-Rei, o Defensor Perpétuo sem fé nem palavras de nosso Brazil. São loucos?!

Soldados, pegados em armas e carrancas, ameaçavam sem “quartas paredes” a mostrar as coronhas a todos que se aproximavam: “Não se grude, não. Não se grude!”

Oswald Barroso, com um riso brincante de quem faz teatro por encantamento, dirigia a execução. À frente, dentre os degradados, Ary Sherlock deixara todas as lágrimas nas masmorras dos séculos. Que final dramático para mais de 50 anos de dedicação à arte... Ao lado de Ary, outros inconsoláveis Carapinimas, Antas, Bolões, Ibiapinas e Mororós seriam arrastados pela cidade de prédios altos patinados pelo sol, a revelar, em cada auto, a nova ordem das coisas.

Otávio, Paulo Renato e Luís Alves, escuderia do Conselho, após a degradação de alvas curtas e brancas, soltaram as correntes e os tambores davam rufos abafados no ar diante do quartel imaginoso de Marajaitiba. O cortejo seguiria as ruas, assistido por populares revoltados e revoltosos a correr as calçadas conclamando os passantes a notícia: “Eles vão morrer e ninguém diz nada? Ninguém diz... NADA!” Diz, sim: Liberdade!

“Te Deum”. “Te Deum”. “Te Deum”.

Demônios imperialistas, a sacudir postes e lampiões, corriam trilhas marcadas de sangue e ódio. Riam-se da loucura dos homens quão repetida em sua estrada de asfaltos. Subiam às árvores, zombavam de nós tão desgraçadamente violentados pela história e confortavelmente acomodados às cerimônias de beija-mão.

Homens rudes apontavam às viúvas, sinos repicavam despedidas e policiais, vestidos em montarias, guardavam o cortejo que se ia alegre de morte.

Assim como a bárbara D. Bárbara, do sítio Pau-Seco, o fez na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o tristonho Tristão, feito Cristo quedo e varado à bala sob as poeiras duma jurema preta, emergia às sacadas do Sobrado Dr. José Lourenço a denunciar a loucura de todos nós na voz mansa de um Poeta de Meia-Tigela, um misto de Diógenes de Sínope e São Miguel Arcanjo.

Outros poetas, escritores, atores, pintores e fotógrafos contemplavam a agonia carnavalizada, a marcha derradeira, a suprema violência do poder de direito, a inconteste agrura de ousar-lhes o pensamento.

Na praça-coração, narizes curiosos se amontoavam, perguntavam quem eram aqueles, o que era aquilo? “É isso que é o ‘Fortal’, é?” “É não, abestado, não está vendo que é drama?”

O Bumba-meu-boi, enfurecido, bailava a rebolar as suas fitas de cores de ressurreição... No cortejo seguiam também o Maracatu Az de Ouro, a Capoeira do Mestre Índio, o Reisado de Nossa Senhora das Dores, a Quadrilha do Zé Testinha, os batuqueiros da Caravana Cultural, os índios Pitaguary, a Escola de Samba Independentes da Bela Vista, ao passo que bacamartes lentos se desfaziam em caretas confirmando a dificuldade de se segurar um povo quando se une: Liberdade!

No caminho, crianças metálicas do Vale do Rio Salamanca refletiam o desenlace final, o futuro da covardia, o sem-futuro, a miséria do cárcere coletivo.

Um moço magro, Oficial de Ordenanças, seguia à frente da escolta. Clamava o respeito e não permitia o amor, pois o sabia: não iria ser amado: “Viva o Rei?” “Não, vivas o escambau!”

No Campo da Pólvora do Passeio Público, finalmente, a noite assomava luminosa nas frondes das árvores. Exaltados gritavam “Liberdade!” numa noite quente.

Um a um, os independistas são chamados ao fuzil. O Padre recusa a venda, coloca a mão ao peito e aponta para o povo atônito ao seu redor: “Camaradas, os alvos são estes!”.

Preparar... apontar... atirar... fogo, FOGO! — um holofote incendeia, a produção apaga. — Com o tiro, dedos debulhados semeiam a terra, e dela, fértil, nasce um baobá de raízes silenciosas e imensas. Nossas raízes... silenciosas... imensas!

A artilharia queixa-se entre mosquetes, salvas de canhões e o massacre continua: “Diz pára! Diz pára!”. Os corpos rebeldes caem como folhas (clichê bonito...) no chão. A vida se vai guiada por girândolas a estourar nos céus da praça, por si, de Mártires. Os famintos vira-latas de todos nós se deliciam com saborosos miolos cheios de idéias revolucionárias vertidos nas areias.

Então, a cidade inteira, toda ela, se viu em negro... era o luto pela liberdade, mas só a Ana, Triste, ficou: Liberdade!

Cortejo Confederado: evento comemorativo do Dia Estadual do Patrimônio Cultural,30 de julho, realizado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com a participação de atores e grupos culturais repetindo o trajeto feito, em 1825, pelo membros da Confederação do Equador e que culminou com o fuzilamento no Passeio Público. O Cortejo teve a direção de Oswald Barroso, textos do Poeta de Meia-Tigela e a participação de atores, dentre os quais, Ary Sherlock.

Raymundo Netto é autor do romance “Um Conto no Passado: cadeiras na calçada”. Contato:
raymundo.netto@uol.com.br / blogue: http://raymundo-netto.blogspot.com



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O "Templo da Poesia" canta Vinícius (13 de agosto)


Inaugurado em 4 de abril de 2009, o Templo da Poesia se insere como eixo de difusão, incentivo e fomento à reflexão e à produção em todas as linguagens artísticas por meio da circulação e intercâmbio entre poetas e escritores, artes visuais e teatrais, no sentido de estimular a multiplicidade e a diversidade de tendências da linguagem em suas variadas modalidades de manifestação.


Segundo Reginaldo Figueiredo, arte-educador e poeta, o “Chá com poesia”, outro evento que mantém encontros em Fortaleza, tem um objetivo a mais: promover a auto-estima, engrandecer as pessoas. A idéia surgiu há dois anos a partir de uma conversa com o poeta Ítalo Rovere. A escritora Nilze Costa e Silva, que fundou em 2001 o grupo “Poemas Violados”, do qual também participam Ítalo e Reginaldo, é uma das integrantes do Templo. Como não poderia deixar de ser, a formação influenciou a estrutura do Chá. Além de declamação, o evento é musicado, sob a responsabilidade de Arnaldo Sá


Realizado no primeiro sábado de cada mês, o encontro é aberto ao público e conta com uma média de 80 a 100 pessoas por encontro, segundo Reginaldo.


Nas segundas e quintas-feiras, ocorrem debates sobre poetas escolhidos.


Nos últimos sábados de cada mês, há uma espécie de ensaio de declamação, nos quais poetas mais tímidos ou que não estão habituados a recitar suas poesias treinam a apresentação, com a ajuda de amigos poetas. “É um lugar de experimento, de contato com o palco. Costumamos recitar somente poesias nossas”.


As Rodas de Leitura do Templo da Poesia, estimulam o prazer de ler os melhores e mais instigantes poetas da Literatura cearense, brasileira e universal.


Às 17h desta quinta-feira, dia 13 de agosto, o Templo da Poesia passará pela obra do poeta Vinícius de Morais.


Endereço: Rua Barão de Aratanha, 201 - Centro. (Esquina com Meton de Alencar)


Contatos organizadores:


Ítalo Rovere: 88554289

Reginaldo Figueredo: 86034105

Nilze Costa e Silva: 3081.80.88/9115.54.05/Fone/FAX: 3241.02.01




Letra de Bar (13.08): "Quando Éramos Felizes... Nem Tanto!" de Luizinho Ferreira

O projeto "Letra de Bar", criado por Ricardo Kelmer e produzido por Cristina Cabral e Ricardo Black, semanalmente, às quintas-feiras, recebe, dia 13 de agosto, a partir das 20h, o lançamento do livro "Quando Éramos Felizes... Nem Tanto!" do fotógrafo e historiador Luizinho Ferreira.
O livro relata, por meio de 87 fotos em preto e branco, de ilustrações do arquiteto Damião Lopes, e de textos e depoimentos, cerca de duas décadas (1977 - 1989) de momentos vividos na cidade de Fortaleza, em meio a épocas marcantes do nosso País, como a morte de TancredoNeves e a campanha Diretas Já.

No palco, Ricardo Black conversa com o autor que discorrerá sobre a obra.

Após a entrevista, o autor estará disponível para autógrafos, enquanto Ciribah Soares, Mimi Rocha e Denilson Lopes apresentam show musical.

O projeto tem o apoio cultural do Bar do Papai (Torres Câmara esquina com Monsenhor Bruno), Expressão Gráfica e Garin Cópias.

Contatos com a produção:
Ricardo Black (Fortaleza) - ricardoblackce@gmail.com
Cristina Cabral (Fortaleza) - kriscabral@yahoo.com.br
Ricardo Kelmer (São Paulo) - rkelmer@gmail.com
Mais Sobre o Letra de Bar? Acesse letradebarfortaleza.wordpress.com

Participe você também do Projeto Letra de Bar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Os FitoManos" de Raymundo Netto em "A liberdade"



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Programação Ano da França no Brasil 12 a 17 de agosto


Programação Ano da França no Brasil
12 a 17 de agosto de 2009

Dia 12 de agosto - quarta-feira

10h00 - Coletiva de Imprensa
Local: MAUC – Museu da UFC

11h00 - Atelier Vídeo-Arte de Marc Mercier (cineasta e Diretor Artístico francês)
Local : VILA DAS ARTES
Durante toda a semana do dia 12 ao 17 de agosto com a participação de 12 estudantes.
Objetivo : Realização de um vídeo-arte sobre a temática “Expressão corporal e canto”

14h00 às 16h00 - Sessão Escolar -Exibição de curtas brasileiros e franceses para crianças e adolescentes seguido de debate com o público
Local : Casa Amarela Eusélio Oliveira

“Coleção Viagens em Curtas – Curtas de Recreio” (França, 2006).
Cores, Duração 32’ , versão original, legendados em português

“Você viu a Rosinha?” de Célia Gurgel, Brasil 2008
Cores, Duração 25’ (versão original português)


18h45 - ABERTURA OFICIAL DO PROJETO “ARTE E CULTURA” (seguido de Apresentação do Coral da UFC)
Local : Auditório da Reitoria – UFC

20h30 - Filme de estréia : "Obras, A gente sabe quando começa..." (Travaux, on sait quand ça commence....) (França, 2005). Seguido de apresentação e debate animado por Jeanne Baumberger (Crítica de cinema Francês)

Dia 13 de agosto - quinta-feira


8h30 - Visita ao “Emaus” apresentado por Airton Barreto.

10h30 - Apresentação das terapias comunitárias da ONG Quatro Varas por Adalberto Barreto e Cezar Peres de Souza.

12h00 - Almoço na Comunidade com visita do local

14h00 - Apresentação do trabalho sobre Psicologia Transpessoal e Dinâmicas de Grupo por Ashara Guilherme Souza.

15h00 - Visita ao ‘’PIRAMBU DIGITAL’’ apresentado por Mauro Oliveira

(Após cada visita, um debate será aberto no intuito de tirar conclusões e de estabelecer futuros projetos entre a região do Sul da França e o Brasil).


19h00 às 20h30 - Filme “Acossado” (À Bout de Souffle, França, 1960), seguido de apresentação e debate animado por Jeanne Baumberger.
Local: Casa Amarela Eusélio Oliveira

Dia 14 de agosto - sexta-feira

9h30 - Palestra : Definição de uma obra de arte, visão filosófica.
Palestrante : Luisa Marques dos Santos (Professora de Filosofia francêsa)
Local – MAUC - Museu de UFC

10h00 às 12h00 - Sessão de curtas franceses e brasileiros legendados
Local : Casa Amarela

“Coleção Viagens em Curtas – Estranhamente Animados”
(França, 2006).Cores. Duração 30’.
“Vida Maria” de Márcio Ramos (Curta de animação brasileiro, 2006 . Duração 8’
“Il était une fois” Filme francês de Anaïs Vachez 18’ (faixa étária aconselhada : adolescentes a partir de 14 anos e adultos)
Importante: a legenda foi feita pelos alunos de mestrado em tradução da Universidade Estadual do Ceará.

Debate com os alunos e professores
Debatedores :
Leonor Harispe - Presidenta da Associação Solidarité Provence Amérique du Sud (ASPAS),
Jeanne Baumberger – Crítica de cinema francês,
Elizabeth Borghino – Co-organizadora do Projet e tradutora
Liana Garcia – Professora de Francês e tradutora
Vera Santiago – Professora da Universidade Estadual do Ceará
Intérprete : Roterdan Damasceno


14h00 – Projeção de “Mansouria”. Filme sobre dança, Groupo Grenade, 45’, seguido de debate animado por Jeanne Baumberger
Local : Casa Amarela

15h30 às 17h30 - Projeção de :
« Ce qui nous sépare, ce qui nous réunit” de Marc Mercier. (Legenda em português feita por ASPAS)
“Eh la famille” de Anne Alix (Legenda em português feita pelos alunos de Mestrado em Tradução da Universidade Estadual do Ceará).

18h30-20h00 - Mesa Redonda “O cinema regional francês e brasileiro : semelhanças e diferenças”.
Debatedores :
Anne Alix - Cineasta francêsa
Aurélia Barbet - Cineasta francesa
Jeanne Baumberger - Crítica de cinema francês
Marc Mercier - Cineasta, escritor francês
Wolney Oliveira - Cineasta brasileiro e Diretor da Casa Amarela
Rosemberg Cariri - Cineasta brasileiro e Diretor de Cariri Filmes
Márcio Ramos - Cineasta brasileiro
Mediação : Silvanildo Tavares


20h00 : Filme “Venus et Fleur” de “Emmanuel Mouret” Duração: 1h20. 2003, seguido de apresentação e debate animado por Jeanne Baumberger e Elizabeth Borghino.
Local : Casa Amarela

21h30 : Apresentação do grupo "Quarteto de violões" e apresentação do vocal de Liana Garcia (cantora e Professora de Francês – representante da associação dos professores de francês no Ceará).
Local: ADUFCE


Dia 15 de agosto - sábado

15h00 – Projeção do filme “Corisco e Dadá” de Rosemberg Cariry, Brasil 1996, longa, 96’, Ficção, Classificação étaria aconselhada: a partir de 16 anos Projeção em presença do cineasta Rosemberg Cariry, seguido de debate com o público.
Local : Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel


16h30-17h30 - Palestra “Literatura e Cinema do Nordeste do Brasil”
Palestrante : Sylvie Debs (Adida de cooperação cultural da Embaixada da França no Brasil, escritora)
Local : Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel


17h30 – Projeção de “Desassossego”. Documentário de Marc Mercier sobre Fernando Pessoa. Duração 20’
Local : Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel


18h00- 19h00 : Palestra “A Literatura Contemporânea na França”
palestrante : Pascal Jourdana (jornalista e crítico literário francês)
Local : Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel


19h00 - Projeção de “Samia” (França, 2000). Drama em Cores. Duração 73’, seguido de apresentação e debate animado por Jeanne Baumberger
Local : Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel



Dia 16 de agosto - domingo

Debate e conclusões com registro cinematográfico
Local: Pousada OCA DO ÍNDIO (Morro Branco – Ceará)

Dia 17 de agosto - segunda-feira

8h30 às 12h00 - Atelier de Marc Mercier. Encontro com as cineastas Anne Alix e Aurélie Barbet com projeção do filme “Hotel Plaski” de Aurélie Barbet e outros filmes a definir.
Local : Vila das Artes

15h00 – Sessão de curtas franceses variados “Coleção Viagens em Curtas – Clermont Ferrand (França 2006) Cores. Duração 90’. Classificação etária Livre.Coleção de 7 curtas-metragens entre os melhores do Festival de Clermont-Ferrand
Local : Casa Amarela

16h30 às 18h00 – Projeção de “Missão demissão”. De Jean-Marc Moutout. (França, 2004). Comédia dramática em Cores. Duração 99’, seguido de apresentação e debate com o público.
Local : Casa Amarela

18h00 - Mesa redonda – “Experiências Associativas na França e no Brasil, parcerias e projetos”
Local : Casa Amarela

Palestrantes :
Adalberto Barreto - Presidente da ONG Quatro Varas, Psiquiatra e Antropólogo
Marie Berenger - membro do CCFD-comité católico contra a fome e para o desenvolvimento
Airton Barreto - Presidente da Associação EMAUS
Leonor Harispe - Presidenta da Associação Solidarité Provence/Amérique du Sud Cláudia Leitão - professora da UECE e consultora da Animacult
Mauro Oliveira - Presidente do Pirambu Digital
Mediação : Cezar Perez de Souza

20h00 - ENCERRAMENTO

Local: Auditório da Reitoria

Intervenção das AUTORIDADES do Estado e do Municipio (Governador, Prefeita, Secretário da Cultura do Estado, Secretário de Turismo do Estado, Secretaria da Cultura do Municipio, Fundação da Criança e da Familia cidadã (FUNCI), Representantes das Universidades Federal e Estadual, das Associações parceiras : QUATRO VARAS, Pirambu Digital, Emaus e Estação Zen e de ASPAS.

Apresentação e projeção da produção do Atelier de Marc Mercier com a participação e a intervenção dos estudantes.
Finalização com um “drinque” DA AMIZADE!

Apresentação do grupo "Cordão do Caroá"

REALIZAÇÃO:
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará

Promoção:
Solidarité Provence /Amérique du Sud
ONG Quatro Varas

Contatos:
Solidarité Provence /Amérique du Sud76, rue Perrin-Solliers 13006 MARSEILLE / Tél. 04 91 48 78 51 aspasc@wanadoo.fr http://aspas-marseille.org/
Leonor Harispe leonorharispe@hotmail.com – 00 33 (0) 4 91 07 27 06
Elizabeth Borghino elizabeth.br@wanadoo.fr - 00 33 (0)6 31 36 21 65

ONG Quatro Varas
Adalberto Barreto
Cezar Peres de Souza cezar.peres@yahoo.com.br - 55 85 9984 10 04

Produção: Jaime Lins
Associação dos Produtores e Empreendedores Culturais do Ceará jaimelins@produce.com.br - 55 85 88255437

domingo, 9 de agosto de 2009

Os "FitoManos" de Raymundo Netto em "Sobre a linguagem"


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Reunião do Fórum de Literatura do Estado do Ceará/FLEC



A Comissão Provisória do Fórum de Literatura do Estado do Ceará/FLEC convida todos os escritores, mediadores de leitura, editores e livreiros para encontrar-se no dia 11 de agosto de 2009 (terça feira), às 19 horas, no Salão de Eventos da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel/BPGMP (Av. Presidente Castelo Branco, 255 – ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura).


Informes e Pautas para o encontro:


- VI Edital de Incentivo às Artes da SECULT (encaminhamento de sugestões e esclarecimentos)
- Mobilização e informes sobre o seminário, promovido a partir do Fórum, envolvendo os diversos segmentos que compõem a cadeia do livro e da leitura.
- O Projeto de Lei que tramita na Câmara de Vereadores sobre a exposição do livro do autor cearense e pernambucano;
- Posição da Fundação Biblioteca Nacional a respeito das compras de livros de forma regional.

Outras informações:

Fórum de Literatura do Estado do Ceará/FLEC
Comissão Provisória:
· Mileide Flores: 8802.9656
· Luiza Amorim: 8804.0503
· Urik Paiva: 8749.8561
· Francilio Dourado: 8681.6582

Sorteio Edição AGOSTO para leitores do AlmanaCULTURA. Participem (até 30 de agosto)

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O blogue AlmanaCULTURA presenteia seus leitores com o sorteio de 01 kit de livros de contos: (1) A Lua de Ur num Prato de Terra de Alan Santiago (ganhador do IV Edital de Incentivo às Artes da SECULT), (2) A Grande Casca do S de Jorge Pieiro (ganhador do IV Edital de Incentivo às Artes da SECULT), (3) Inimigos de Pedro Salgueiro (ganhador do I Edital de Artes da SecultFor e indicado ao prêmio Jabuti) e Eu Vou Esquecer Você em Paris de Carmélia Aragão (ganhador do III Edital de Incentivo às Artes da SECULT).
Para participar do sorteio, basta fazer um comentário a esta postagem indicando um e-mail de contato e citando três livros (em qualquer gênero e de qualquer época) de autores cearenses.
O sorteio será realizado ao final do mês de agosto e o resultado divulgado por meio do blogue. O sorteado receberá os livros AUTOGRAFADOS pelos autores.
Importante: os "seguidores" (até o final do mês) do AlmanaCULTURA terão, independentemente de inscrição ou comentário, a oportunidade de participar do sorteio mensal de 1 (hum) livro de autor cearense, inclusive de algumas raridades.
Participem e divulguem a Literatura Cearense:

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"Os Fantasmas de Aquidabã" crônica de Ana Miranda (07.08)


Mesmo tendo saído de Fortaleza bem menina, levei comigo memórias da primeira moradia de minha vida, na avenida Aquidabã. Talvez o tempo e a imaginação tenham modificado paisagens ou traços da casa, mas ela sempre existiu dentro de mim, como se fosse uma constelação, da qual vemos os pontos luminosos e formamos a figura por linhas imaginárias. Num instante volto a ser pequenina e estou em frente à casa. Ela faz parte de um conjunto de bangalôs com a mesma arquitetura, banhados em branco e separados por cercas vivas de fícus benjamim, podados em forma de muro. O sol se põe em seus telhados.
Vejo uma varanda, um arco de pedra, a porta principal, altíssima para a perspectiva de uma criança. A mágica furtiva desse jogo aprimora minhas lembranças. Estou na sala, com meus pezinhos piso no chão de madeira encerada. Em dois ambientes, janelas acortinadas, a sala é um pouco penumbrosa, como costume em Fortaleza, talvez pela ânsia de descansar da linda e extrema luz que banha a cidade, ou porque a luz traga uma sensação de calor...
Num canto ergue-se uma imponente escada de madeira que dá no segundo piso, onde ficam os quartos, e de cuja varanda avisto coqueirais, casas fronteiras, pedras negras, lua ou navios ao longe. Volto à sala. Percebo que os móveis são grandes para o espaço, coloniais.
Há cadeiras de braços em torno de uma eletrola onde minha mãe e suas visitas ouvem "Beijinho doce”, depois "Clair de lune" de Debussy, em silêncio, aos trabalhos de costura. Na sala contígua está a mesa longa e larga sob um lustre de cristal, onde ocorre um jantar de circunstância, talvez um aniversário, mas estão presentes apenas meu pai, familiares e amigos mais próximos.
Penetro mais fundo na casa. A copa e a cozinha são repletas de vultos de mulheres, encarregadas do serviço da casa, trabalham na cozinha, na limpeza, na lavagem da roupa, no engomar, no cuidado com as crianças... Há uma lavadeira apenas para as camisas de meu pai e os lençóis de linho. Andam pela casa as agregadas, moças vindas de Icó, de Lima Campos ou de Cajazeiras, moças prendadas, e as rendeiras, bordadeiras e costureiras que sentam ao redor de uma saia aberta formando uma roda composta de desenhos, gestos, cintilações, risadas...
Uma casa animada e feminina. Na copa há uma mesa em madeira, na qual faço algumas refeições, que poderia ser um lugar de martírio para a criança sem apetite que sempre fui, mas onde todas as atenções da babá querida, Odete, se voltam para mim, para meus olhos marejados, para meus cabelos trançados. “Coma, minha chiquitinha, coma!” Os doces de dona Zuila, exímia rendeira e bordadeira, são delícia para a boca e para os olhos.
Atrás da casa há um quintal longo, com árvores, plantas, parte cimentado, ladeado por canteiros com roseiras, flores favoritas de minha mãe, se a vejo tão jovem inda, tão simples, tão meiga e linda... Um jardineiro cuida dos verdes da casa. Há uma garagem para o jeep de meu pai, no qual Maria do Céu se exercita à direção, e o Oldsmobile hidramático de minha mãe.
Com toda essa imagem de esplendor e encanto, fui visitar a primeira casa de minha vida, levada por Valdir, meu primo memorialista, e sua mulher, a doce Aparecida. A rua mudou de nome, as casas quase nem existem mais, de tão mudadas, e são bem menores e modestas do que eu recordava. Fiquei no outro lado da calçada, procurando resquícios, indícios, aromas...
Valdir bateu palmas à frente da casa, e veio um senhor atender. Após uma breve apresentação e uns dedos de prosa, o assunto correu para a poesia, paixão daquele velho morador, que, sem saber exatamente quem eram as pessoas ali à sua porta, declamou Gonçalves Dias, um poema, outro, mais outro... E seguiu declamando Augusto dos Anjos, a última quimera, Versos íntimos, e outro, e ainda outro... Conhecia de cor a obra completa desses dois poetas brasileiros. Perguntei-lhe se havia decorado também a poesia de Gregório de Matos, mas o senhor nunca encontrara um livro desse nosso primeiro poeta, todavia apreciava-o pelo pouco que ouvira. Nem sei mais o que aconteceu...
Ia a lua pelos ares docemente equilibrada qual linda concha embalada pela corrente dos mares... Incertas sombras pelos ares voam... O vento estava forte e aquela matemática da morte com os seus números negros me assombrava... Dali partimos, levando a sensação de que havia mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia, frase de Hamlet que é a epígrafe do poema de Gonçalves Dias, intitulado "Fantasmas".
ANA MIRANDA é escritora, autora de Boca do Inferno, Desmundo, Dias & Dias e Yuxin, entre outros romances, editados pela Companhia das Letras. Escreve quinzenalmente neste espaço. amliteratura@hotmail.com.

VII Mostra de Teatro Transcendental em Fortaleza (18 a 23 de agosto)


A cultura em nome da paz, do amor, da solidariedade e do comportamento ético em seis dias de apresentações teatrais, tendo como fio condutor principal mensagens positivas que incentivam uma postura transcendental do ser humano. É com essa proposta que a Mostra Brasileira de Teatro Transcendental chega à sua sétima edição com o tema "Ética".

Além das apresentações no TJA, serão realizadas ações paralelas, como uma Mostra Itinerante, com exibições especiais em 13 municípios do interior do Ceará e em terminais de ônibus da capital. Dentro da programação da Mostra, também será realizada uma Feira Solidária e um concurso cultural de desenhos entre os alunos da rede pública de ensino de Fortaleza. Os ingressos individuais para os espetáculos poderão ser adquiridos com a doação de dois quilos de alimento a partir do dia 4 de agosto nos shoppings Aldeota, Via Sul, Iguatemi, North Shopping e Benfica.

Na quarta-feira, dia 19, o pesquisador Paulo Ess ministrará a palestra “Augusto Boal e o Teatro do Oprimido – Um Teatro do Bem. Na quinta-feira, dia 20, a diretora e roteirista Suzy Elida falará sobre “O Ator e a Espiritualidade”, e na sexta-feira, dia 21, Saliba Filho, diretor da ONG Ser em Cena (SP), ministrará uma palestra “O Teatro sobre a perspectiva do trabalho de reabilitação com os afásicos”. Todas as palestras são abertas ao público e serão realizadas às 16 horas no Foyer do Theatro José de Alencar.

Para o público infantil a programação também está garantida. As sessões do espetáculo “Histórias para Aprender e Sonhar”, do bonequeiro Aristides, acontecerão nos dias 22 e 23, às 16 horas, no pátio nobre do TJA.

O resultado da arrecadação de alimentos provindos dos espetáculos será doado para seis instituições filantrópicas: Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Associação Semente de Amor, Artesanato Vocacional Escola (Ave), Toca de Assis, Lar Torres de Melo e Polo Bezerra de Menezes.

Na programação da sétima edição da Mostra estão agendadas ainda apresentações nos terminais de ônibus de Fortaleza e a realização de três workshops para alunos do curso de teatro do Theatro José de Alencar, com vagas abertas ao público.
No Theatro, também será montada a exposição “Ética”, onde o público poderá votar nos desenhos enviados para o Concurso de Cartazes. O concurso conta com a participação de estudantes das escolas profissionalizantes do Estado e o vencedor será premiado com um computador. A iniciativa tem o apoio da Secretaria de Educação do Estado/SEDUC.

VII Mostra Brasileira de Teatro Transcendental
Dia: 18 a 23 de agosto de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Ingresso individual: 2 quilos de alimento não-perecível
Mais informações: (85) 3260. 5140/8745.0634 (Isabelle Bento)/ 8879.8474 (Mauro Costa)

"Quidane-se: Cirqu do seu Zé" com a Companhia Cearense de Molecagem (agosto e setembro)


Natural de Pacajus, Ceará, Carri Costa, ator e diretor, produtor do experimental Festival de Esquetes de Fortaleza (FesFort), na minha opinião, um dos melhores e mais criativos representantes do teatro e do humor cearense, aventura-se (fazer teatro aqui é aventura mesmo!!!) em mais uma peça: Quidânese: cirqu do seu Zé.

Conhecida pelos mega-sucessos Tita e Nic: a comédia (um fenômeno de público no Ceará e no Brasil), Tita e Nic 3: o blecaute, As Vizinhas (impagável), Albergue Broder Ceará e Loucuras de Amor, desta vez, aproveitando a passagem da turnê do espetáculo Quidam do pomposo Cirque du Soleil, a Companhia Cearense da Molecagem lança seu olhar cearense por sobre tendas coloridas, seres mágicos, luzes e fumaças e os satiriza brilhantemente.

Sempre marcado pelo estilo jocoso, satírico (ele diria “fuleiro”) e pela legítima molequês cearense, ao contrário dos lotados showzinhos vazios de pizzaria (frase barroca, não?), Carri domina o palco com a sensibilidade de quem conhece seu povo e seu ofício, desenvolvendo na medida certa essa coisa tão difícil que é a comédia.

Assisti ao Quidânese, domingo passado, no simpático e alternativo Teatro Carri Costa ... ops! digo, Teatro da Praia, em confortáveis cadeiras de plástico e ambiente completamente refrescurado na José Avelino,662, Praia de Iracema (próximo ao Dragão do Mar), onde o espetáculo pode ser conferido até SETEMBRO, aos sábados e domingos às 20horas.

Eu recomendo a vocês, meus amigos, e, sem medo, podem fazê-lo com os seus... e isso não é piada!

E, como sempre diz o Carri ao final de tudo: Programe a televisão, adie o cinema e vá ao teatro... quero dizer, ao Cirqu... do seu Zé!

Contato com Carri Costa: carricosta@oi.com.br


Divulga aí, vá lá, ajuuuuda!!! Hehehe

Lançamento da revista "PINDAÍBA"


Editada desde 2003, quando saiu a número 1, a revista semestral PINDAÍBA, por motivos homônimos, lança agora a sua segunda edição, a de número 11 (onze semestres após a primeira).
A revista é independente (independente de dinheiro sai, mesmo que um dia...) e tem sua capa ilustrada por André Dias. Quem é ele? Procure no Google.
Após exaustivas reuniões em bares e em frente ao à residência universitária, os "desclassificados e descontentes de toda a ordem" chegaram à conclusão: "Não dá para viver nesse mundo sem ficar muito puto."

O resultado disso é a "Pindaíba" que conta com a participação de Ayla Andrade, Cláudio Bentemuller, Augusto Nascimento, Dedham Califa, Nuno Gonçalves, Guilherme Linhares, Amanay Parangaba, Manoel Carlos, Felipe Neto, Cellina Muniz, Auria Rafael e outros.

O lançamento será na sexta-feira, dia 07 de agosto, na praça João Gentil, Benfica. Inconformados, não dispuseram o horário para ter a certeza de que todos o adivinharão e compareçam.


Se tem esperança em ver algo publicado nela (daqui há dois, três, seis anos), envie:




ou os procure nos bares do entorno.


O Ministério da Cultura adverte:
a Pindaíba não tem interesse em agradar ninguém.


Letras & Livros: sítio policultural - sugestão de leitura


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O sítio "Letras & Livros", espaço sem fins lucrativos e sem vinculação a nenhuma editora, gravadora ou publicação, é uma iniciativa de Vladimir Lima Araújo, cearense, advogado e bacharel em Letras. Tem como objetivo a divulgação de matérias referentes à literatura e artes em geral.
Além de resenhas e dicas de livros, CDs, DVDs, Cinema e Música, encontramos no sítio: resenhas, artigos, textos de colaboradores de diversas regiões brasileiras, e muito mais.
Vale a pena conferir:

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Os FitoManos" de Raymundo Netto em "Natural Vingança"


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V.O.L.A.N.T.E. - Periódico Bimestral totalmente útil e GRATUITO



V.O.L.A.N.T.E. - Veículo Original Litero-Alternativo Nascido Totalmente Emancipado é um periódico bimestral, criado e editado pelo Poeta de Meia Tigela, distribuído gratuitamente em Fortaleza, principalmente onde se encontra vida artística.

O seu 4º número - julho/agosto de 2009 - traz uma série de textos (crônicas, poesias e depoimentos) de autores cearenses (Sânzio de Azevedo, Poeta de Meia Tigela, Carlos Vazconcelos, Frederico Régis, Pedro Salgueiro e Raymundo Netto) que homenageiam o poeta Francisco Carvalho, além de poesias de sua própria autoria e uma entrevista inédita concedida ao Poeta de Meia Tigela e Carlos Vazconcelos.

Neste número, tem-se a presença também de Jorge Tufic, Ana Cristina de Moraes e outros. Na capa, a ilustração de André Dias e, no interior, de Lúcio Cleto.

Para adquirir a V.O.L.A.N.T.E, sugerir ou reclamar, o e-mail deverá seguir para: volante.volante@yahoo.com.br

Para ler edições anteriores: http://corsario.art.br/volante

"A verdadeira poesia, sendo de todos os tempos, não é de tempo algum."

(Francisco Carvalho)

Final de Semana no ACERVO IMAGINÁRIO (07 e 08 de agosto)

Acervo Fino Apresenta: Homenagem de aniversário a Caetano Veloso dia 07 de agosto

“Nessa 2a. homenagem do Projeto Acervo Fino, queremos evidenciar todas as épocas, em que esse grande artista mostrou ao mundo, canções que até hoje embalam nossas vidas, nossos amores e até desamores. Sempre tentando resgatar o que a nossa música e a arte tem de melhor, teremos, além da música, poemas que serão recitados entre uma canção e outra. Será o resgate da música e dos versos de Caetano”.

Farão parte desse Projeto:
Arnaldho de Sá – Voz André Lobo - Guitarra - violão e vocais Cleber Viveiros- bateria Romualdo - baixo Abertura da festa: Ana Vládia - Bailarina e Performática




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Dia 08 de agosto: Os Transacionais


Se você gosta de dançar e se divertir, vá ao ACERVO IMAGINÁRIO, dia 08 de agosto, às 22h. Os Transacionais não deixam ninguém parado, além de resgatar o melhor da música brasileira produzida nas décadas de 60 e 70, incluindo, claro, MUITA música de Roberto Carlos. Passeiam também pelo samba-rock, o carimbó, o brega e a descontração do surf-music. Conheça a Música Retrô Brasileira!!! A banda é formada por:


Jolson Ximenes (contra-baixo e voz)
Juliana Costa (teclados e voz)
Vitoriano (guitarra e voz)
Wilker D´Angelo (bateria)
Luiz Alberto Zoo (guitarra e voz)
Participação especial do DJ Caú Borges!!!

Serviço:
Ingresso individual: R$ 10,00
Informações: 3212 1627 - 3221 4894
Data: 08/08/2009
Horário: 22h

Acervo Imaginário: Rua José Avelino, 226, ao lado do Centro Cultural Dragão do Mar.