Que pesavam sobre as caravelas,
Escaras velhas,
Monótonos fados enfadados
Lusos emboabas mascates
Mascotes de Império
Em pústulas, postulantes de epístolas de apoderação
Poder Ação
E Morte.
Que desciam das caravelas
Fid-algas ervas daninhas
Danosas curiosas solitárias e famintas
Em séquito de predação e aporte
A exortar do forte Portugal a sorte
De atentar o Nativo da terra branca inda ilha
E a filha do homem nudipelo que lhe deu amparo
Recebendo em troca desespero amaro
Velas desfraldes de realentejo-alentejoulas
Espelhos colares de contas amuletos
Oraçoeiros cruz sagrada e sangrenta e sonetos
Grafados a pau na brancareia.
A carta de Vaz entre araras e papagaiadas
Caminha entre virgens alfaiadas
afinal.
A Caravela se foi a singrar o mar
A sangrar de mal
A novidade, coberta da lêndea, de sífilis, de mentira e da ganância
Etnocêntrica
A contar a terra verde descoberta
A descobrir a porta aberta
De a nova Civilização.
Largadas largas velas no céu descoberto ao mar aberto
À lharga criolina nos olhos da menina esquecida na baía
Engolfada em palavras crióis pelos cutubas
Que traziam das caravelas
A água de fogo, a impureza para a virgem e a desonra nativa.
A escravidão em sua própria terra de oiruda esperança viva:
“Orabutã! Orabutã!”
Núncia vaga em trança na estreita boca Verdesmeraldinada
Em barbas brancas baças e brumosas
Em nada
Manchando o leito de um povo pobre com opróbrios
Deitando a lenha em Curumins em uma terra desprotegida.
O que ficou das caras velas
Não foi a glória
O que restou das rotas velas foi só a história.
No poema triste da memória sem valor
E das Palmeiras onde o sabiá, por um dia,
Cantou.
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