domingo, 10 de abril de 2011

Lançamentos Títulos Prêmio Eduardo Campos de Dramaturgia da SECULT


Histórias de Roça: ciranda, cirandinha venham monstros cirandar

de Elias de França


Açucena não é Flor que se Cheire

de Lourival Veras


— ganhadores do Prêmio Literário para Autor (a) Cearense

Prêmios Eduardo Campos, de DRAMATURGIA, da SECULT/CE —


Data: 9 de abril de 2011 (sábado)

Horário: a partir das 19h30min

Local: Teatro Rosa Moraes (os autógrafos acontecerão na Academia de Letras de Crateús, Ceará)

Para aquisição de livros e contato com os Autores:

Lourival Veras - lmveras2@hotmail.com – (88-9201.5010)


Sobre as Obras:


Açucena não é flor que se cheire

No meio dos sertões nordestinos, lá nos recônditos, ainda há temas extremamente delicados. Sexualidade é um deles. Para muitos, os gêneros são apenas dois, e basta. Homem é o macho, o provedor, aquele criado com a função primordial de ser o par da mulher. Mulher, por outro lado, é a figura da casa, filha, mãe, esposa... e sem defeitos, que essas figuras não os tem. E quando algum foge a essa lei, é sempre filho de outro, nunca gente de nossa própria prole. Açucena é assim, com gente dos dois gêneros, mas divididos em outros, que ninguém precisa saber. Homens poderosos, brutos, típicos estereótipos do macho, e outros nem tanto. Mulheres femininas, criadas para as prendas domésticas, mas nem todas. Açucena é o "mundo da cidade" invadindo o sertão. São coisas que nunca se viu, embora tenham sempre existido. Peça nascida apenas para suprir um vazio momentâneo de texto da Cia. Os Cara da Arte, de Crateús (CE), acabou caindo no gosto dos atores/atrizes e do público, lotando o teatro em todas as suas apresentações. Premiada no Edital Literário para Autor(a) Cearense, da Secretaria da Cultura do Estado, agora ganha outras possibilidades de divertir mais e diversas platéias. Açucena não é flor que se cheire é como sua protagonista, feito para trazer alegria a todos. Boa leitura, boa montagem, feliz diversão.


Elias de França - escritor


Historias de roça: ciranda, cirandinha venham monstros cirandar


“Botar sentido na roça é proteger as sementes do futuro”. Esta frase do personagem Espantalho resume a mensagem central do texto, que é a atenção que devemos ter com a formação da criança, se quisermos ter uma nação com futuro mais promissor, onde os indivíduos, além de deveres, tenham também direitos assegurados, por exemplo, à saúde, à justiça, enfim, à dignidade humana e à cidadania. Para isso, o autor lança mão de figuras bizarras, conhecidas do universo infantil, de forma concreta ou abstrata, através do folclore, mitos, acalantos e lendas, criadas para assustar as crianças, ou, ainda, fazê-las entender conceitos como: bem/mal, pode/não pode, certo/errado, dominante/dominado... Estas figuras, personificadas nos atores e suas falas e atitudes, irão sutilmente despertar nos expectadores a consciência do “botar sentido no Mundo”, isto é, estar atento e participante. Esta preocupação deve ser constante e, conhecedor desta necessidade, o autor sabiamente se utiliza de figuras atemporais para transmitir sua mensagem. Assim, ao mesmo tempo em que se divertem, estarão diante de algo para além de mero entretenimento, assimilando conceitos que, vivenciados, farão com que mudem para melhor, mudando também o ambiente em que vivem. Montado uma única vez por meninos trabalhadores de Roça de um distrito Rural de Crateús, obtendo três prêmios no Festival de Teatro Estudantil da Cidade, contemplado também no IV Prêmio Domingos Olímpio, em dramaturgia, e agora virando livro com o Prêmio Literário para Autor Cearense da Secult, “Ciranda, Cirandinha, Venham Monstros Cirandar”, como texto, roteiro teatral e como pesquisa do imaginário e das problemáticas infanto-juvenis faz jus ao reconhecimento que tem tido. É uma obra original de raiz e sempre atual. Diríamos mais: é um texto interessantíssimo, oportuníssimo que educa e diverte.


Socorro Bezerra Pinho - jornalista

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