Há quase quinze anos não ia a Crateús, localizada no centro-oeste de nosso Estado, que sempre foi uma espécie de sub-capital da região em que nasci, porque antes de ser fácil se viajar para Fortaleza, as cidades menores (como a minha Tamboril) resolviam todos seus negócios por lá.
Eu adorava quando meu pai ia comprar sola, vaqueta e outros utensílios para sua pequena sapataria. Era oportunidade para encontrar revistas em quadrinhos e, principalmente, a saudosas Placar, que corriam nas mãos dos amigos o resto do ano.
Voltei a convite dos escritores amigos Lourival Mourão Veras e Elias de França, que fariam lançamento conjunto de suas ótimas peças de teatro (respectivamente, Açucena não é flor que se cheire e Histórias de Roça – ciranda, cirandinha, venham monstros cirandar; as duas premiadas pela Secult em seus editais de Literatura). Então fomos, eu e os amigos Bernivaldo Carneiro, Luciano Bonfim e Silas Falcão, desbravar sertões juntos em direção às antigas terras do Piauí.
Além de rever os dois amigos e participar de uma noite de autógrafos com quase 350 pessoas, tive a oportunidade de visitar a Casa de Arte e Cultura João Batista, capitaneada pelo grande Edílson, de ouvir as valorosas memórias futebolísticas do Aldo (que, junto com seu irmão Ari e uma geração de ouro, ajudaram a construir a história do futebol da cidade e da região) e conhecer mais de uma dezena de pessoas inteligentes e simpáticas.
Achando pouco ainda fomos a um saboroso almoço sertanejo na residência da linda família de Elias de França, depois tomar cerveja com tilápia acompanhando o movimento do trenzão em frente à Praça dos Pirulitos e do trenzinho do Louro da Cruz carregado de crianças e sonhos.
P.S.: Antônio Elias de França é crateuense nascido na localidade Arvoredo, no distrito de Santo Antônio, e autor de livros de poesia, teatro e literatura infantil, além de músico e artista plástico. Vencedor de diversos prêmios e festivais. Lourival Mourão Veras é dramaturgo, poeta e contista nascido e radicado em Crateús. Tem marcante atuação nos movimentos culturais de sua terra, onde, em cima de sua alada cadeira de rodas, é referência há várias gerações.
Pedro Salgueiro. Contato: pedrosalgueiro64@yahoo.com.br
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