sábado, 4 de janeiro de 2014

"Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo", de William Joyce (4.1)

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Num dia de chuva, como de hoje, há algum pouco tempo, tive em minhas mãos um livro. Não me é um livro qualquer, por vários motivos sensíveis, dentre os quais enumerarei apenas aqueles de interesse de todos e/ou de qualquer um. Seu nome: Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo (Ed. Rocco, 2012), do escritor, ilustrador e cineasta William Joyce.
Ah, você já ouviu falar? Viu o filme que, dentre vários outros prêmios, ganhou o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação?
Pois é, mesmo assim: leia o livro, leia o livro, leia... Assim também o fiz.
A narrativa é curta, composta por frases ágeis e diretas, ilustrada pelo próprio autor e por Joe Bluhm.  A obra é dedicada à memória da filha de Joyce, Mary Katheryne, morta pouco antes de escrevê-la. A tradução para o português é da, também escritora, ilustradora, Elvira Vigna, da qual, em breve destacarei alguns outros trabalhos que tive a felicidade de ler e acompanhar. Aliás, o antitético nome "Modesto Máximo" foi atribuído por Elvira, já que no original o protagonista chama-se "Morris Lessmore".
Sim, a história nos apresenta um rapaz, o Modesto Máximo, de terninho, bengala e chapéu palheta, de movimentos chaplinianos, a escrever, todos os dias, o livro de sua vida, até que um furacão o arranca de seu quarto mora em um hotel , destrói seus inúmeros livros, rasgando as suas páginas, embaralhando todas as suas letras e palavras, inutilizando-os, restando com ele apenas o próprio livro, só que, agora, em branco. Numa cena alusiva ao "Mágico de Oz", mas sem Doroty ou caminhos amarelos, chega a outro mundo, cinzento, onde encontra uma moça, carregada por livros-pássaros, a cruzar os céus, então coloridos aliás, quem colore o mundo e as pessoas é a presença de livros , até chegar numa casa encantada, uma espécie de biblioteca — só que dos sonhos, claro —, habitada por livros vivos, que logo se tornam seus amigos e companheiros, ficando perdido entre eles, dançando, dormindo, acordando, cuidando, conservando, restaurando ou simplesmente lendo, compartilhando leituras, ou reescrevendo a sua história, durante muito tempo: "Modesto tentava manter os livros em algum tipo de ordem, mas eles sempre se misturavam. As tragédias, precisando de alegria, iam visitar as comédias. As enciclopédias, exaustas de tantos fatos, relaxavam com os quadrinhos e os livros de ficção. No fim, até que a bagunça fazia sentido."
Poética, a grande aventura de vida de Modesto passa pelo livro e por tudo que há em sua volta ou em tudo que a sua leitura e o seu mundo podem proporcionar. Existem pessoas e sentimentos que se encontram por meio deles e com eles, ou que por eles, ou com eles também se afastam, mas nunca mais serão as mesma, levando-os para sempre dentro do coração.
"A história de cada um é importante!", como diz o Máximo, em sua modéstia, e devemos lê-la com muito carinho, empatia e amor, caso contrário, de nada nos servirá essa leitura nem essa vida.
Fica a dica!

Para acessar a animação d'Os Fantásticos Livros Voadores... acesse o link:



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