Ao preparar uma palestra sobre “Mercado
jornalístico regional, em foco o Nordeste”- proferida no Recife (PE) - não
nego: tomei um susto.
Embora vivendo no ramo há mais de 50
anos e debatendo o tema em congressos e encontros, os dados que colhi me
assustaram.
O Ceará tem uma população de 8.185.286
pessoas (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); espalhada
em 184 municípios, com Fortaleza à frente com 3.655.259 de habitantes. Em
termos de ensino, o quadro é o seguinte: Ensino superior: seis universidades;
um instituto federal e 40 faculdades (Capital e Interior). Municípios que
possuem faculdades: Aracati (1) Juazeiro do Norte (3) Crato (1), Milagres (1),
Icó (1), Maranguape (1), Quixadá (1) e Sobral (3) e Fortaleza, 25 (Dados:
Anuário do Ceará 2011). Ensino Fundamental: 96.534; Médio: 338.729 (Dados:
Secretaria de Educação Básica do Estado).
Comparemos esses dados com o número de
veículos de comunicação existentes no Estado: três jornais em Fortaleza); no
Interior nove (Sobral tem quatro); na Região Metropolitana, dez. Em termos de
tiragem creio que os três jornais de Fortaleza não chegam a lançar 80 mil
exemplares diários.
Confrontemos, então, os veículos de
comunicação existentes na Capital e no Interior, com a população alfabetizada
do Estado.
O que procuro demonstrar com isto? Que
somos um povo que não lê jornais. Em termos de livrarias o quadro não é menos
lamentável. Talvez em Fortaleza não tenhamos meia dúzia de livrarias e sim
casas que vendem, grosseiramente falando, livros, não literatura, filosofia,
ciências.
Também poderia falar nas vendas em
dependências de faculdades, mas o número é irrisório em comparação com a
clientela universitária. Em síntese: somos um povo que não lê. Daí porque
é lamentável e triste a “conversa” das pessoas (entre si), notadamente os
jovens.
O tema é uma provocação. Eu o assumo.
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