sábado, 21 de agosto de 2010

"Poemas de Mesa", coletânea de poemas do Ideal Clube

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O Ideal Clube, não é a primeira vez, reuniu, em breve coletânea, poemas de 37 autores cearenses, frequentadores (ou não) da Cesta Literária, dentre os quais: José Telles (editor do Poemas... e Diretor de Cultura e Arte da casa), Ubiratan Aguiar (Presidente do Conselho Curador de Cultura), Aíla Sampaio, Adriano Espínola, Tércia Montenegro, Fernanda Quinderé, Barros Pinho, Batista de Lima, Lúcio e Beatriz Alcântara, Dimas Macedo, Carlos Augusto Viana, Giselda Medeiros, Lourdinha Leite Barbosa, Eduardo Pragmácio Filho, Hermínia Lima, Horácio Dídimo, Dummar Filho, Jorge Tufic, Juarez Leitão, Leda Maria, Luciano Maia, Majela Colares, Pedro Henrique Saraiva Leão e outros, e enfeixou o Poemas de Mesa: coletânea de poemas oferecidos pelo restaurante do ideal Clube.

Composto pela Book Editora e impresso na Tiprogresso, a coletânea de 80 páginas traz alguns dos nomes mais reconhecidos da poesia cearense, como
José Alcides Pinto, Linhares Filho, Artur Eduardo Benevides, Francisco Carvalho e José Costa Matos.

Como recorte, alguns dos poemas, ou de seus trechos, esparramados à mesa do Ideal:

O que mais doi
não é o retrato na parede,

mas o prego ali cravado,
persistente,

no centro da mancha
do quadro ausente.

(O Prego, Adriano Espínola)

(...) a face que me revela
não traz na sua geometria
o sorriso que persigo,
aquela que procuro
perdeu-se sem brilho,
dormiu e sonhou
mas não acordou comigo!

(trecho de Sem Brilho, Aíla Sampaio)

(...) Enxuguem lágrimas
Nas estrelas
Do meu universo
Para que se tornem
Poças de luz
No azul
Da minha poesia morta.

(trecho de Em Tempo, Fernanda Quinderé)

Triste não é saber que não há
nem que não haverá
triste é saber que nunca houve
e que agora para todo o nunca
choraremos.

(trecho de Triste, Horácio Dídimo)

Os poetas são desvarios
vários rios
rindo na solidão
revelam seus matizes
suas torrentes de palavras
e quando negam o sagrado
são pura contradição.

(Trecho de Desvarios, João Dummar Filho)

Eu vi
quando a seta dos teus olhos
furtivamente, como quem se
esconde,
feriu os meus.(...)

(Trecho de Prelúdio, Hermínia Lima)

Os pés dos homens são frágeis,
mas a teimosia de seus passos
acaba alisando as pedras da rua.

(O Milagre das Paciências Itinerantes, José Costa Filho) *

(*) caramba, esse é bom demais!!!

Varanda da intemperança
fio da navalha
tempo de pura ousadia.
No riso de astuta pantera
a paixão nos espera
e a vida vale um dia. (...)

(Trecho de Namoro, Juarez Leitão)

(...) Meus olhos são como os crepúsculos...
Retém o silêncio das torres da matriz
e a voz queixosa dos sinos... são o alaúde
que restou, sem cordas, sobre as ancas do
tempo.(...)

(Trecho de Sonata ao Luar, Giselda Medeiros)

ninguém lembrará
do flandre enferrujado
impresso nas rugas
das mães zelosas
que desaparecem
no fundo das casas
no oco dos cansaços
onde se cose uma família.

(Impressões, de Webston Moura)

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