Capa da reimpressão da 3ª edição de Dolentes
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A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, por meio de sua Coordenadoria de Políticas do Livro e de Acervos/COPLA, publica a Coleção Nossa Cultura, constituída de quatro séries, dentre as quais Luz do Ceará, Biblioteca Bolivariana, Memória e Panorama Nacional, que destacam em seus títulos aspectos como a formação mestiça da cultura ibero-americana, a contribuição relevante de autores cearenses tanto na área de criação quanto de reflexão, a recuperação documental e patrimonial de nosso acervo literário e o resgate da expressão cultural do povo cearense.
Os títulos da Coleção Nossa Cultura, após a impressão, são imediatamente distribuídos ao Sistema Estadual de Bibliotecas Municipais, composto de 192 bibliotecas em todo o Ceará, o que amplia a ação e assegura que todo leitor cearense terá acesso às obras - não podemos esquecer de dizer que muitas delas são raríssimas - por ela publicadas.
Aos poucos, no AlmanaCULTURA, falaremos sobre alguns dos títulos publicados pela Coleção. Muita surpresa boa, acreditem, virá por aí.
Comecemos com uma das obras raras de nossa Literatura Cearense: Dolentes, de Lívio Barreto.
Publicado pela Coleção Nossa Cultura, Dolentes é obra póstuma do poeta Lívio Barreto, o "Lucas Bizarro", um dos fundadores da Padaria Espiritual, grêmio literário mais original das letras cearenses.
O livro, obra maior do Simbolismo no Ceará, se apresenta em 242 páginas e tem introdução (riquíssimo ensaio sobre o Simbolismo no Ceará, suas influências portuguesas, e sobre as características poéticas e literárias de Dolentes) e notas de Sânzio de Azevedo, o maior estudioso da Padaria Espiritual na Terra e em seus arredores.
Na folha de rosto, a capa original da primeira edição, 1897, acervo do Sânzio. Depois, o texto de Juvenal Galeno (publicado n'O Pão em homenagem a Lívio), uma imagem a lápis de Otacílio de Azevedo e o apêndice de Waldemiro Cavalcanti.
Segue biografia do Poeta:
"Lívio Barreto nasceu na fazenda dos Angicos, distrito de Iboaçu, comarca de Granja, Ceará, em 18 de fevereiro de 1870. Cedo, tinha apenas o Ensino Primário, teve que abandonar os estudos para atuar como caixeiro no comércio. Foi quando conheceu o magistrado Antônio Augusto de Vasconcelos que o ensinava, nas horas de folga, lições de Português, Geografia e Francês. Assim, com amigos, fundou o jornal literário Iracema publicando seus primeiros versos e crônicas humorísticas. Com esperanças de conseguir melhor condição de vida, viajou ao Pará (1888) onde teve acesso à leitura dos maiores poetas portugueses e conheceu João de Deus do Rego, que contribuiu para a formação de sua orientação literária. Em 1891, com beribéri e saudoso de casa, retornou ao Ceará. Nesse período, viu-se envolvido por uma intensa e triste paixão que o acompanharia até os últimos de seus versos e suspiros. Ainda em 1891, publicou “Versos a Estela”, além de sonetos e crônicas em A Luz. Em fevereiro de 1892, na busca do poético “fugir para esquecer”, dirigiu-se a Fortaleza, passando a trabalhar como caixeiro e a publicar versos no Libertador. Fundou e participou, como “Lucas Bizarro ”, da agremiação literária Padaria Espiritual. Porém, desgostoso com o seu ofício no comércio, retornou à Granja (junho de 1982) a bordo do vapor Alcântara que naufragou, lançando ao mar revolto seus livros e um poema inédito. Em 1893, ingressou na Companhia Maranhense de Navegação a Vapor, em Camocim, na qual, sobre sua banca, na tarde de 29 de setembro de 1895, caiu morto.
Este Dolentes, um dia depois da sua morte, chega, finalmente, ao seu editor."
Quem se interessar por conhecer a obra e residir em qualquer um dos 184 municípios do Ceará, procure a Biblioteca Municipal e a confira.
Contato: copla@secult.ce.gov.br
Um dos meus livros favoritos.
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