sábado, 1 de novembro de 2014

AlmanaCULTURA SUPER IN Dica: "O Lugar Escuro", na Caixa Cultural (até 2 de novembro)


Isabella, Camilla e Clarice
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"Aquele foi o instante da explosão, o marco zero. Pela primeira vez, minha mãe falava a linguagem dos loucos — daqueles que enxergam o que não há. Dali em diante, cairíamos — minha mãe e todos que estávamos à sua volta — em uma espiral assombrada, feita de vertigem e dor, que giraria cada vez mais rápido, apagando o real."

Esse é um dos primeiros trechos do autobiográfico livro O Lugar Escuro: uma história de senilidade e loucura (Objetiva), de Heloisa Seixas, que versa sobre uma família, composta de três personagens, mãe (79), filha (49) e neta (22), que têm que conviver com a doença (Alzheimer) da avó. Aliás, bom sabermos que a Academia Brasileira de Neurologia já prevê que, com o crescimento da população com mais de 60 anos no país, a doença degenerativa conhecida como Mal de Alzheimer se tornará um problema de saúde pública. Atualmente, são mais de 20 milhões de casos no mundo.
Voltando, na sexta-feira, dia 31 de outubro, fui ao teatro da Caixa Cultural (antiga Alfândega Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema) para assistir à peça "Lugar Escuro" interpretada por Camilla Amado, Clarice Niskier e Isabela Dionísio.

André Paes Leme, diretor da peça, a traduz como um "corajoso depoimento de Heloisa Seixas [...] uma potente luz colocada sobre as inesperadas e delicadas experiências da vida [...]

E é mesmo! Uma interpretação fantástica e tocante sobre um tema de família, relações interpessoais, medo, inveja, orgulho, abandono, solidão e perdas. Cenografia, luz, som, tudo perfeito, enquanto um pensamento se esvai para um lugar escuro, cantando uma melodia de Chopin, com doçura, em busca da memória, da compreensão, da casa... qual casa?

"Sete oito nove dez"; "Sete oito nove dez";"Seteoitonovedez"
"O escritor é um condenado... "alma exposta em praça pública" [...] e "ele foi embora"... "foi embora!" e "só não enlouqueceu pois colocou as suas histórias no papel".

Um texto bem escrito, fluente, bem expresso e inteligente. Adorei ter ido assisti-lo e aconselho a todos que gostam do que lhes é humano.

Quem tiver velhinhos na família, pode ser uma boa também, principalmente para aqueles que não aceitam a doença. Tudo é um processo e você tem que se encontrar para entender.

A peça está em cartaz até o dia 2 de novembro, sendo que no sábado, dia 1º, às 20 h (com direito ao final da peça de um bate-papo com a autora Heloisa Seixas), e no dia 2, às 17h e às 19h30.

Vão por mim: é imperdível! Convidem seus amigos e familiares!



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