segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Impulso na Área Cultural", editorial do Diário do Nordeste (4.11)


A administração pública, no Ceará, sempre se deparou com uma profusão de problemas, em paralelo com a escassez de recursos financeiros, por causa de sua fragilidade econômica. Mas as últimas gestões conseguiram realizar um parâmetro diferente, ao revigorar a atração de empresas originadas em outras plagas, mediante a oferta de incentivos fiscais para consolidar a infraestrutura, a produção industrial e a prestação de serviços, diversificando a receita pública.

O impulso financeiro daí resultante permitiu irrigar setores antes relegados a plano secundário, como a política cultural. Nos últimos anos, os números comprovam transformações substanciais na difusão da cultura, formação de plateias e recuperação dos acervos bibliográficos nos quais repousam as origens históricas, costumes e tradições dos cearenses.


Esse trabalho, partilhado entre Estado, municípios, universidades e instituições culturais, públicas e privadas, permitiu, de início, a construção do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas. Hoje, existem no Ceará, em plena atuação, 192 bibliotecas distribuídas pelos 184 municípios, caso raro no País. Elas foram inicialmente abastecidas por 300 mil livros publicados por editoras locais, como parte da cota de 1 milhão e 50 mil livros adquiridos para a composição dos acervos.


Decorrido o quadriênio da administração em fase conclusiva, a Secretaria de Cultura exibe programas que, bem- sucedidos, serão, em breve, disseminados pelo País, como os agentes de leitura, ação voltada para a promoção da leitura mediada e compartilhada no ambiente familiar ou em espaços educativos e culturais no seio das próprias comunidades. Além disso, 340 agentes de leitura motivam as comunidades espalhadas pelos povoados, distritos e municípios, para a leitura e compreensão de textos nas regiões do Cariri, Baturité, Jaguaribe, Salgado, Ibiapaba, Sertão Central, Litoral Oeste, Fortaleza e sua região metropolitana.


A universalização da política do livro permitiu a aquisição de 27 mil livros publicados por novos autores cearenses, para diversificar os acervos. A coleção Nossa Cultura viabilizou a edição, reedição ou coedição de 107 obras de autores consagrados, dentre eles, o Barão de Studart, Juvenal Galeno, Rodolfo Teófilo, Gustavo Barroso, Joaquim Alves, Papi Júnior, Mário da Silveira, Antônio Sales, Lívio Barreto e outros intelectuais contemporâneos.


Diante desse empreendimento cultural, não foi difícil à Secretaria de Cultura sensibilizar o mecenato para apoiar suas iniciativas. O Prêmio Literário do Ceará de 2010 contemplou com a publicação 110 títulos, no vasto universo de obras literárias habilitadas nas condições previstas no edital regulamentador do certame. O Estado também alcançou a exata relevância dessa política, dotando o Fundo de Cultura, neste ano, de R$ 30 milhões, para patrocínio.


O setor cultural atingiu assim um patamar inovador, pela qualidade da gestão e pela relevância da democratização das políticas culturais, de forma republicana, priorizando as manifestações da criatividade cearense e reconstruindo o expressivo acervo documental do passado.

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