I – O
calendário, o relógio e o mapa
Bendito seja o calendário com suas pausas e
marcos fictícios. Sem ele enfrentar a vida seria uma tarefa inglória: um mar
sem fundo, um sertão sem serras...
Dizem que se não tivessem dividido a construção
da Muralha da China em diversos blocos bem distantes uns dos outros nunca os
trabalhadores teriam terminado a monumental obra.
A lonjura das montanhas a serem enfrentadas faria
muitos desistirem, se suicidarem.
Grandes ideias do homem essas de inventar o
calendário, o relógio e o mapa.
***
II - Marco
zero
Gosto de iniciar o ano em meu marco zero, em meu
ponto de partida. Passei do dezembro para o janeiro durante dois terços de
minha vida na minha cidade natal, na minha pequena Tamboril, no pé da Serra das
Matas, sentado na varanda de nossa casinha no Alto das Pedrinhas, de onde se
escuta o badalar do sino da Igreja de Santo Anastácio durante a missa do galo
(e com alguma ajuda do vento ouvimos perfeitamente alguns trechos da pregação).
Gosto de iniciar o ano lembrando meu pai, que por
sua vez adorava passar recordando os seus familiares desaparecidos. Sentado em
sua cadeira de balanço, fumando seu Continental
sem filtro e coçando mecanicamente a velha cabeça.
Rezava de longe suas orações, mas bem distante
das igrejas e dos padres, como sempre preferiu (e mais perto de Deus, como
gostava de dizer).
***
III – Feliz
2012
Hora, sim (por que não?), de arrependimentos, de
promessas, juras e preces.
Momento certo de ler um livro só por prazer, de
ouvir uma música apenas para lembrar a infância...
Instante útil para se ligar para os amigos
(mandar mensagens pelos diversos meios) e dizer que gosta muito deles e que
desejaria continuar contando com todos eles nessa nova jornada que se inicia.
Até para se escrever essa singela croniquinha
somente para desejar a todo mundo um Ano Novo repleto de felicidade, saúde, paz
e prosperidade.
A todos, pois, um Feliz 2012!
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