Andruchak – Barco na garrafa – 2004
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O sentimento é o barco na garrafa: represo, inútil e vazio.
É a raspa do tacho que faltava, é a desilusão, é o estio.
A mancha na roupa mais querida, a saudade que infarta.
É no peito, o lastro que se cria e na mente a imagem que se mata.
Do prego, a ferrugem que tetaniza. Na pele, a marca da navalha.
No amor, a ferida que se abre e na noite a folha que orvalha.
O sentimento é tal alegria que se esvai ou a fumaça que no azul vapora
No olhar traz a cinza da memória de um poema que em versos chora.
O sentimento é a fadiga na subida e a brasa que em cinzas arrefece.
É a calma piedante embebida na espinha que pela goela desce.
Dos sentimentos, o mais triste é a tristeza
E o amor, acreditem, dentre todos, pouco importa
Pois é no deserto que, diante da certeza da solidão,
A vida se conjuga e se conforta.
O sentimento é o barco na garrafa, poeticamente inavegável e comido por cupins.
É a raspa do tacho que faltava, é a desilusão, é o estio.
A mancha na roupa mais querida, a saudade que infarta.
É no peito, o lastro que se cria e na mente a imagem que se mata.
Do prego, a ferrugem que tetaniza. Na pele, a marca da navalha.
No amor, a ferida que se abre e na noite a folha que orvalha.
O sentimento é tal alegria que se esvai ou a fumaça que no azul vapora
No olhar traz a cinza da memória de um poema que em versos chora.
O sentimento é a fadiga na subida e a brasa que em cinzas arrefece.
É a calma piedante embebida na espinha que pela goela desce.
Dos sentimentos, o mais triste é a tristeza
E o amor, acreditem, dentre todos, pouco importa
Pois é no deserto que, diante da certeza da solidão,
A vida se conjuga e se conforta.
O sentimento é o barco na garrafa, poeticamente inavegável e comido por cupins.
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