Uma
relíquia, entre tantas da minha estante, esta é uma das mais caras: A Literatura de Cordel: Antologia (1982),
publicação comemorativa do 30º aniversário do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O que a encarece para mim, além de ser uma
referência obrigatória aos estudos do gênero, em suas mais de 700 páginas, é o
fato de ser organizada e conter notas de um amigo querido: o pesquisador, poeta
e contista RIBAMAR LOPES (1932-2006).
Conheci o Ribamar ainda criança. Ele era paciente
de minha mãe, que era dentista e tinha um consultório instalado em nossa casa.
Ele sempre chegava com livros (sabia que a minha
mãe sempre atrasava) e, cruzando as pernas, se punha, sereno, a ler ou a
conversar com aquele menino curioso, que ousava em apresentar-lhe alguns versos
muito bobos, mas que ele avaliava e criticava com muita seriedade, pedindo e esperando
outros.
Quinze
Casos Contados, de sua autoria, foi o primeiro livro de
contos que li na minha vida.
Mais tarde, seria o único escritor presente – e
que eu conhecia pessoalmente – no lançamento de meu primeiro livro, Um Conto no Passado: cadeiras na calçada,
em 2005. Depois disso, virou personagem de uma das Crônicas Absurdas de Segunda, obra ganhadora do Edital da Secult-CE
e finalista do Prêmio Jabuti de Literatura em 2016.
Para melhorar, é amigo comum de vários outros
também queridos amigos cordelistas e, como para mim, sempre é lembrado com
muito carinho.
Viva para sempre, Ribamar Lopes.
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