quinta-feira, 21 de abril de 2022

SEBO NAS CANELAS: "Literatura de Cordel: Antologia", organização e notas de Ribamar Lopes


Uma relíquia, entre tantas da minha estante, esta é uma das mais caras: A Literatura de Cordel: Antologia (1982), publicação comemorativa do 30º aniversário do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

O que a encarece para mim, além de ser uma referência obrigatória aos estudos do gênero, em suas mais de 700 páginas, é o fato de ser organizada e conter notas de um amigo querido: o pesquisador, poeta e contista RIBAMAR LOPES (1932-2006).
Conheci o Ribamar ainda criança. Ele era paciente de minha mãe, que era dentista e tinha um consultório instalado em nossa casa.

Ele sempre chegava com livros (sabia que a minha mãe sempre atrasava) e, cruzando as pernas, se punha, sereno, a ler ou a conversar com aquele menino curioso, que ousava em apresentar-lhe alguns versos muito bobos, mas que ele avaliava e criticava com muita seriedade, pedindo e esperando outros.

Quinze Casos Contados, de sua autoria, foi o primeiro livro de contos que li na minha vida.

Mais tarde, seria o único escritor presente – e que eu conhecia pessoalmente – no lançamento de meu primeiro livro, Um Conto no Passado: cadeiras na calçada, em 2005. Depois disso, virou personagem de uma das Crônicas Absurdas de Segunda, obra ganhadora do Edital da Secult-CE e finalista do Prêmio Jabuti de Literatura em 2016.

Para melhorar, é amigo comum de vários outros também queridos amigos cordelistas e, como para mim, sempre é lembrado com muito carinho.

Viva para sempre, Ribamar Lopes.




 

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