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Esse é o poema de Liana Rebeca, minha filha de 11 anos (uma das duas), publicado no jornalzinho do colégio Agnus, escola em que estuda. Luana também me apresentou um poema, dia desses, mas a Liana, agora, é “autora publicada”. Aguardo o da Lua.
Sair da gaveta pode parecer é difícil, mas ainda mais difícil é retornar a ela, e, ao final, poder e não querer abri-la.
“Meu Mundinho”, título da peça, quase “Meu RayMundinho”.
Inevitável é não quedar-me no dilema de O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa, livro-oráculo que me tomou na adolescência (e não mais me devolveu).
Ela, toda orgulhosa:“Pai, não está bonitinha?”. Eu, a pensar no que significa um “meu mundinho tão sozinho”, mesmo “com campos floridos e parques coloridos”.
As contradições de criança, aceitas e desejáveis de crianças, que vê “o céu então todo estrelado, com a lua no alto, com o céu ensolarado”. Meio barroco. Criança pode tudo... Ah, se nós pudéssemos sempre nos rebelar contra a racionalidade das vidas vazias e tristes dos adultos, tão carentes de poesia.
E para que serve a poesia, Liana, senão para humanizar-nos, lembrar de nossos inlembrados sentimentos não-expressos da nossa vida que se escoa rápida, sempre rápida para ligeira, sem ser (suficientemente) vivida, à beira — com a licença de um Audifax — de desmorrer para sempre, embora “sempre”, assim como o “nunca” (detesto essa palavra agourenta, feito estribilho de corvo de Poe), não existe?
Ah, minha Lia, “este mundo de imaginação” é mesmo “mais bonito que uma canção”, mas é tão difícil de ser trilhado e compreendido. Tanta solidão... Será que é esse o tal “mundinho tão sozinho”?
Beijo grande de seu Papai que a admira, enquanto ama
De língua fininha de tanto lamber a cria, né, Ray?
ResponderExcluirEssa semana fiquei muito triste por conta de um problema na família causado pela bendita genética.
Agora fico feliz pela mesma genética!
Parabéns a dupla por ter um pai tão espetacular!
Parabéns a você (ainda não pela data) por ter conseguido contagiá-las bem!
Abraços poéticos!
Bela Iza