Parabélum
(Armazém da Cultura)
de Gilmar de Carvalho
Data: 21 de junho de 2011 (terça-feira)
Horário: a partir das 19h30min
Local: Espaço Multicultural do Armazém da Cultura (Rua Jorge da Rocha, 154, Aldeota — telefone: (85) 3224.9780)
* Na ocasião, Saulo Lemos, autor de Expectativas heróicas: mito, história e leitura de Parabélum, de Gilmar de Carvalho, ganhador do Prêmio Braga Montenegro de ENSAIO, da SECULT, autografará o seu livro.
Contato com o Autor: gildecar@uol.com.br
Sobre a Obra: Parabélum é um clássico. Ainda não no sentido borgiano, do livro que foi escolhido e lido por geração após geração, pois não se passaram tantas, desde a sua escrita e vinda à luz. Mas clássico nato, no sentido de seu espírito, composto de elementos universais que perpassam mitos coletivos de uma região-aldeia a resumir o mundo. O herói, a honra, a possessão, as heranças, o apocalipse... Também pela grandeza dos significados aqui existentes, nascidos de uma vivência cultural arraigada, autêntica e profunda. O narrador de Gilmar de Carvalho tem os pés enterrados, as mãos se afundam no barro, o rosto é mascarado de lama e essa terra é a alma. Sua voz vem de subterrâneos e soa desesperada. É quase um grito, longamente abafado, agora se derramando em delirantes fábulas de paixão e violência, entoadas como antífonas. Delírio que não está apenas na trama, racional e naturalmente erguida, mas também na linguagem em que tudo se narra. Sentimos a segurança de um criador em intimidade com sua criatura.
Impressiona a dicção do livro. O relato, de uma tensa e sensível virilidade, sai num jorro de pensamentos. São atos de fé, poemas bíblicos, estórias da tradição popular sempre sublinhadas pelo amor telúrico que se expressa em comentários, na própria fabulação e no verbo. A palavra aqui é o arcabouço de significados que quase ela não comporta, abrindo trilhas infinitas história humana adentro.
Para o leitor exigente e cultivado, a experiência da leitura de Parabélum é maravilhosa. Livro transformador e inesquecível, com toda a sua liberdade estrutural, trabalha uma reformação do gênero romance, o qual transcende. Romance da formação de um povo. De um homem que partiu “sem rumo e sem retorno” numa “odisseia de noites incontáveis”, e acaba encontrando a si mesmo.
Ana Miranda
Sobre o Autor: Gilmar de Carvalho nasceu em Sobral, Ceará, em 1949. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Ceará e em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, onde lecionou. Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP). Autor de Publicidade em Cordel (1994), Madeira Matriz (1999), Patativa do Assaré (2000), Patativa Poeta Pássaro do Assaré (2002) e Desenho Gráfico Popular (2000), dentre outros trabalhos acadêmicos. Tem artigos publicados em revistas do Brasil e do exterior. Como ficcionista, publicou Pluralia Tantum (1973), Resto de Munição (1982) e Pequenas Histórias de Crueldade (1987), de contos; Parabélum (1977) e Buick Frenesi (1985), romances; Queima de Arquivo (1983), de crônicas; além dos textos para o teatro: Orixás do Ceará (1974), O dia em que vaiaram o sol na Praça do Ferreira (1983), Vice & Versa (1984) e Leste Oeste Side Story (1986).
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