domingo, 15 de novembro de 2015

AlmanaCULTURA In Dica: Lançamento "A Memória das Coisas"*, de Marília Lovatel (21.11)


(*) Dica de leitura do quadro "Vamos Ler" da REVISTA O POVO na rádio O POVO/CBN, com Maísa Vasconcelos e participação quinzenal de Raymundo Netto
(terças-feiras, às 15h45) - 17 de novembro de 2015

Lançamento
Data: 21 de novembro de 2015, às 17h
Local: Espaço O POVO de Cultura & Arte
(Av. Aguanambi, 282, Joaquim Távora – anexo à sede do jornal O POVO)
Investimento: R$ 34,90
Importante:
Estacionamento gratuito ao lado da sede do jornal O POVO (mediante a apresentação de voucher distribuído durante o lançamento)

Sobre a obra:
E se todas as coisas do mundo, não apenas “nós-coisas”, mas também os objetos, mesmo aqueles considerados insignificantes, tivessem a faculdade de guardar em si a consciência de suas experiências “vividas”, associadas, numa aventura antropomórfica, a pretensos sentimentos como medo, alegria, insegurança e saudade?
Em A Memória das Coisas (EDR), Marília Lovatel, educadora, mestranda em Literatura, ganhadora, em 1988, do Prêmio Nacional Jovem Escritor, autora de A Sala de Aula e outros Contos (Scipione), Templária, Cidade entre Mundos (Novo Século) – em coautoria com o filho Matheus Lovatel – e Fábulas e Contos em Versos (Armazém da Cultura) e integrante da VII Antologia de Poetas Lusófonos (Folheto, de Portugal), nos apresenta um cenário composto de 27 objetos, as tais “coisas” aparentemente ou supostamente inanimadas, que, para nossa surpresa, revivescem, tomados por nostalgias ou tensões íntimas em forma de lembranças. Aliás, a memória, elemento constituidor de identidades individuais e/ou coletivas, é a grande personagem da história, além de sua grande “narradora”.
A obra, ilustrada por Karlson Gracie, inicia com uma brilhante apresentação do prof. José Leite Jr. – ao contrário de algumas que encontramos, podemos afirmar que ele realmente a leu –, na qual discorre sobre a sua estrutura e as características de sua escrita: “Descrições ricas de sinestesia, plasticidade e jogo verbal vão revelando uma imagem narrativa que faz sobressair o aparente segundo plano (o mundo das pessoas).”
De fato, acrescemos ao mérito da autora de, em primeira pessoa, manifestar os sentimentos de uma série de objetos, indo de um botão – numa imagem belissimamente arquitetada de uma extrema-unção e de um reencontro – a um caminhão não sentimental repleto de vidas em caixas de papelão, o de desenvolver uma trama, podemos dizer “transversal”, que une essas coisas entre si e aos donos delas, como testemunhas de uma história que é desenrolada aos poucos, num desafio gostoso de quebra-cabeças, provocando o leitor a construir na mente a história que se passa dos “humanos”, aqueles que atuam, não despercebidos mas como figurantes, num paradoxo protagonismo de um conflito de mundos, muito bem enredado por Marília.
Ou seja, a obra, composta em narrativas, reveste-se afinal em mnemônico romance, numa potente atmosfera de sugestão, e assegura, como afirma a própria autora: “nasce pelas mãos de quem a lê”!
Temos a certeza de que A Memória das Coisas, que já deve acondicionar boas memórias desde a sua concepção, não será mais uma “peça de decoração”, mas “de coração”, estante privilegiada de nossas melhores leituras.

Raymundo Netto

Informações A Memória das Coisas (EDR):
Nº de páginas: 96
Formato: 15,4 x 22 cm
Peso: 0,170Kg
Acabamento: brochura
Publicação: 2015
Preço: R$ 34,90

Disponível também na Livraria Virtual
livraria.fdr.com.br


2 comentários:

  1. Querido Raymundo Netto,
    Sim, é um livro que acondiciona boas memórias desde a sua concepção. E você acaba de somar uma belíssima àquelas já existentes. Difícil dizer o que mais me emociona neste momento. A sensibilidade da sua leitura. A delicadeza do seu texto constituído das palavras encantadoras que você maneja com maestria. A cada dia há novos motivos para celebrar essa mágica da literatura que promove encontros muito especiais, como o nosso, cada vez que cruzamos essas pontes de papel.
    Muito obrigada.
    Um abraço,
    Marília.

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  2. Caríssimo Raymundo Netto,
    como posso ver, um belo texto motiva uma bela crítica. Fico feliz em ver essa conjunção de dois (dis)cursos: o seu, com a fluência do afluente, a trazer novas águas ao batismo dessas memórias - "A Memória das Coisas" -, e o de Marília Lovatel, que vem irrigar esta terra seca, porém abençoada de grandes mulheres escritoras, a exemplo de Rachel de Queiroz, Ana Miranda e Socorro Acioli.

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