segunda-feira, 28 de março de 2011

"Pensamentos Coletivos", artigo de João Soares Neto para O Estado


Depois do que aconteceu no Japão neste março de 2011, país bem preparado, por sua posição geográfica, para se defender de abalos sísmicos, mas não tão aparelhado para o consequente “Tsunami”, ocorreu uma inquietação verdadeira na maioria dos habitantes lúcidos do planeta Terra. É preciso que todos saibam do tamanho ínfimo da Terra em meio ao universo. Quem tiver tempo, procure ver a dimensão da Terra comparada a grandes planetas. Nada mais que um mero ponto azul. E é nesse pequeno ponto azul que vivem os sonhos, as esperanças, as ambições, as desditas e mazelas de quase sete bilhões de pessoas.


O nosso Brasil, “bonito por natureza”, no verso de Jorge Bem Jor, citado por Barack Obama, vive o sonho da emergente grandeza. Demonstrando atitude mandou 500 milhões de dólares para o Japão. O prejuízo japonês, ainda não calculado, é de muitos bilhões de dólares, isto sem falar no mais importante, as milhares de vidas perdidas que ainda estão sendo contadas e retiradas dos escombros.


Voltando às nossas inquietações pessoais ou pensamentos coletivos, é lúcido fazermos algumas perguntas: por quais razões lutamos como desesperados por toda uma vida e, quase sempre, não usufruímos o que, quase no final, conseguimos? Que mistérios são esses que nos impelem à vaidade sem limites em todos os campos do conhecimento? Por qual razão é tão forte o “lobby” internacional para a construção de usinas nucleares como fonte da energia elétrica que desperdiçamos por descaso ou por entender que isso não nos diz respeito? Será que os ambientalistas ao impedir a construção de barragens para a construção de hidrelétricas, produtoras de energia limpa e barata sabem o que estão fazendo? Sabem vocês qual a potencial intensidade da radioatividade de um reator da usina sinistrada de Fukushima? Cem vezes a bomba atômica que os Estados Unidos lançaram do avião “Enola Gay”, em 06 de agosto de 1945, sobre Hiroshima, quando morreram 140.000 japoneses. A radiação matou gente até cinco anos depois. Vamos orar para o pior não ocorrer agora.


O tal progresso que nos permite saber quase tudo a todo instante não descobriu, com todo o aparato científico disponível, solução para prevenir as destruições dos furacões, terremotos e “tsunamis”que, mesmo antecipados, não podem ser debelados. O que ainda se consegue fazer é evacuar populações para abrigos ou para muito longe do perigo. Agora mesmo, abri um sítio eletrônico, www.painelglobal.com.br que nos permite ver, em tempo real, o que está acontecendo na Terra em termos de terremotos, furacões e inundações. Nesse mesmo sítio, pateticamente, você é obrigado a ver anúncios de todos os tipos de quinquilharias para venda. A utilidade faz parceria com a vaidade. É assim, infelizmente, que a Terra gira. Por sinal, o acontecido no Japão mudou o eixo do nosso planeta azul.

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