segunda-feira, 17 de março de 2014

Lançamento "Mademoiselle K", hoje, a partir das 19h no bar Seu Boteco (próximo à Praça Portugal)


Para melhor descrever determinadas situações enquanto cobria a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, Ruy Lima lançou mão de um artifício muito comum entre escritores, embora o jornalista recuse o título. Ruy criou, então, a personagem "Mademoiselle K", que dá nome ao livro. Uma mulher “moderna, ispilicute, que faz os homens de gato e sapato”. Uma estrangeira que ama o Brasil e não é de lugar nenhum, no final das contas.
A presença de M. K. foi tão marcante que, passada a Copa, a personagem acompanhou Ruy nas reflexões sobre a relação entre homem e mulher, tema recorrente nas crônicas. “É um exercício de autopiedade de uma pessoa mais idosa com uma nova geração de mulheres”, diz o autor sobre a criação feminina.
Outro assunto comum, e um dos mais interessantes na reunião de crônicas, é o jornalismo. Os bastidores de reportagens importantes assinadas por Ruy, quando ele ainda era um afoito e jovem repórter freelancer que tinha de correr atrás dos melhores entrevistados. Tempos em que o telefone não ajudava muito e a Internet nem passava perto dos sonhos dos jornalistas.
“Assim eu fiz grandes entrevistas, como com o Ferreira Gullar em Buenos Aires; o Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz; e Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura, que entrevistei na Cidade do México alguns anos depois”, cita alguns exemplos. Há ainda o encontro de Ruy com Elis Regina, as aventuras que ele e sua equipe de TV passaram no Chile, em 1984, durante o regime ditatorial de Augusto Pinochet.
E muitas outras histórias, sacadas da memória ou atravessadas pelo olhar atento do repórter que é, sim, cronista. “De repente sai aí um segundo (livro). Já tô anotando algumas coisas”, promete. 

Raphaelle Batista para O POVO

Lançamento: a partir das 19h no bar Seu Boteco (Av. Dom Luis, 575 - próximo à Praça Portugal)



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