Os Guerreiros de
Monte-Mor
(Armazém da
Cultura)
de Nilto
Maciel
Data: 1º de
dezembro de 2011 (quinta-feira)
Horário: a
partir das 19h
Local: Livraria
Cultura (Av. Dom Luiz, 1010, Meireles)
Entrevista com o Autor: por Raymundo Netto,
escritor.
Para contato com o Autor: niltomaciel@uol.com.br
Sobre
a Obra de Nilto Maciel: Os
Guerreiros de Monte-Mor, novela publicada pela primeira vez em 1988, pelo
selo Contexto Jovem, de São Paulo,
traz uma história divertidíssima, marcada pela ironia e a crítica aguda, além
de um vocabulário e expressões de época e de costumes, características do texto
de Nilto Maciel, um dos mais profícuos nomes da Literatura Cearense.
A saga
quixotesca-macunaímica da família Cardoso, remanescente da tribo Jenipapo,
iniciada por Antônio, grande revolucionário nativista — embora visto como
excêntrico — que inspira seus descendentes a conspirarem contra o imperador, a
autoridade portuguesa e a Igreja, numa denúncia revelada, em segundas
intenções, do etnocídio pela opressão colonizadora portuguesa.
Antônio,
índio criador de armas de guerras caseiras e enferrujadas, sempre a elaborar
estratégias militares que, pensa, libertarão os jenipapos do domínio português,
trama tudo em sua cabeça, em conversas demoradas com os animais da varanda,
espantando galinhas, sonhando solitário com o sucesso do Regimento Cardoso,
composto por ele o filho, ainda menino, o João, pequeno fazedor de buracos na
terra em busca de minhocas, que, ao crescer, torna-se conhecido como contador
de lorotas fantasiosas de príncipes, fadas e de outras lendas regionais. Mais
tarde, após desilusões, João assume, ao lado do neto José e do demente índio
xocó, Chico — seu até então “escudeiro”, formado nos campos de batalha do
Cariri, e adestrador de uma infantaria de morcegos revestidos em armaduras de
aço (arma secreta do Regimento) e de um bode, o velho Nazaréu, montaria militar
do levante contra a vila Monte-Mor (nome antigo de Baturité, terra natal de
Nilto) —, a proclamação da República Imperial dos Tapuios. A narrativa, a
princípio não é linear. O tempo vai e volta numa costura bem feita a dominar o
leitor curioso. João torna-se o personagem-eixo da narrativa que se desdobra
mirabolante e desastrosamente num clima fantástico e humorado entre fatos da
história do Siará Grande, como a chegada de D. João VI no Brasil, a
Inconfidência Mineira, a Confederação do Equador, a tentativa de derrotar José
de Alencar (o pai), de encontros com padre Verdeixa, dentre outros, e
permitindo que o leitor participe das intermináveis e hilárias reuniões dos
revolucionários nativistas onde se discutiam planos de dominação, patentes,
nomes para o novo país, e até do primeiro golpe militar pré-revolucionário.
O Armazém da Cultura, ao publicar o
imperdível Os Guerreiros de Monte-Mor,
faz jus ao autor Nilto Maciel, destacando mais uma face de sua bibliografia,
com certeza, tão instigante quanto muitas do melhor cenário da literatura
brasileira.
Raymundo Netto
Sobre o Autor: NILTO
MACIEL nasceu em
Baturité, Ceará, em 1945. Cursou Direito na UFC. Em 1976, um dos criadores da revista
O Saco. Mudou-se para Brasília em 1977, onde deu início, em 1992, à
publicação da Literatura: revista do
escritor brasileiro, regressando a Fortaleza em 2002.
Entre os melhores
contistas brasileiros, obteve primeiro lugar em vários concursos literários
nacionais e estaduais. Organizou, com Glauco Mattoso, Queda de Braço: uma
antologia do conto marginal (Rio de Janeiro/Fortaleza, 1977). Participou de
diversas coletâneas e antologias, entre elas: Quartas Histórias: contos
baseados em narrativas de Guimarães Rosa e Capitu Mandou Flores, ambas
organizadas por Rinaldo de Fernandes, e “O
Cravo Roxo do Diabo”: o conto fantástico no Ceará, organizado por Pedro
Salgueiro.
O Cabra que Virou Bode foi transposto para a tela pelo cineasta Clébio Viriato
Ribeiro, em 1993.
Publicou nos mais
diversos gêneros literários e em diversas línguas (esperanto, italiano,
espanhol e francês): Tempos de Mula Preta, Itinerário, Punhalzinho Cravado de Ódio, Os Guerreiros de
Monte-Mor (a ser relançado em
breve pelo Armazém da Cultura), As Insolentes Patas do Cão, A
Guerra da Donzela, Carnavalha, Vasto
Abismo, A Rosa Gótica, Pescoço de Girafa na Poeira, A Última Noite de Helena, A Leste da
Morte, dentre outros. Como pesquisador do gênero CONTO, publicou: Panorama do Conto Cearense e Contistas do Ceará: d’A Quinzena ao CAOS
Portátil.
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