domingo, 27 de novembro de 2011

Lançamento "Os Guerreiros de Monte-Mor", de Nilto Maciel, na Livraria Cultura (1.12)


Os Guerreiros de Monte-Mor
(Armazém da Cultura)
de Nilto Maciel

Data: 1º de dezembro de 2011 (quinta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: Livraria Cultura (Av. Dom Luiz, 1010, Meireles)
Entrevista com o Autor: por Raymundo Netto, escritor.
Para contato com o Autor: niltomaciel@uol.com.br

Sobre a Obra de Nilto Maciel: Os Guerreiros de Monte-Mor, novela publicada pela primeira vez em 1988, pelo selo Contexto Jovem, de São Paulo, traz uma história divertidíssima, marcada pela ironia e a crítica aguda, além de um vocabulário e expressões de época e de costumes, características do texto de Nilto Maciel, um dos mais profícuos nomes da Literatura Cearense.
A saga quixotesca-macunaímica da família Cardoso, remanescente da tribo Jenipapo, iniciada por Antônio, grande revolucionário nativista — embora visto como excêntrico — que inspira seus descendentes a conspirarem contra o imperador, a autoridade portuguesa e a Igreja, numa denúncia revelada, em segundas intenções, do etnocídio pela opressão colonizadora portuguesa.
Antônio, índio criador de armas de guerras caseiras e enferrujadas, sempre a elaborar estratégias militares que, pensa, libertarão os jenipapos do domínio português, trama tudo em sua cabeça, em conversas demoradas com os animais da varanda, espantando galinhas, sonhando solitário com o sucesso do Regimento Cardoso, composto por ele o filho, ainda menino, o João, pequeno fazedor de buracos na terra em busca de minhocas, que, ao crescer, torna-se conhecido como contador de lorotas fantasiosas de príncipes, fadas e de outras lendas regionais. Mais tarde, após desilusões, João assume, ao lado do neto José e do demente índio xocó, Chico — seu até então “escudeiro”, formado nos campos de batalha do Cariri, e adestrador de uma infantaria de morcegos revestidos em armaduras de aço (arma secreta do Regimento) e de um bode, o velho Nazaréu, montaria militar do levante contra a vila Monte-Mor (nome antigo de Baturité, terra natal de Nilto) —, a proclamação da República Imperial dos Tapuios. A narrativa, a princípio não é linear. O tempo vai e volta numa costura bem feita a dominar o leitor curioso. João torna-se o personagem-eixo da narrativa que se desdobra mirabolante e desastrosamente num clima fantástico e humorado entre fatos da história do Siará Grande, como a chegada de D. João VI no Brasil, a Inconfidência Mineira, a Confederação do Equador, a tentativa de derrotar José de Alencar (o pai), de encontros com padre Verdeixa, dentre outros, e permitindo que o leitor participe das intermináveis e hilárias reuniões dos revolucionários nativistas onde se discutiam planos de dominação, patentes, nomes para o novo país, e até do primeiro golpe militar pré-revolucionário.
O Armazém da Cultura, ao publicar o imperdível Os Guerreiros de Monte-Mor, faz jus ao autor Nilto Maciel, destacando mais uma face de sua bibliografia, com certeza, tão instigante quanto muitas do melhor cenário da literatura brasileira.

Raymundo Netto

Sobre o Autor: NILTO MACIEL nasceu em Baturité, Ceará, em 1945. Cursou Direito na UFC. Em 1976, um dos criadores da revista O Saco. Mudou-se para Brasília em 1977, onde deu início, em 1992, à publicação da Literatura: revista do escritor brasileiro, regressando a Fortaleza em 2002.
Entre os melhores contistas brasileiros, obteve primeiro lugar em vários concursos literários nacionais e estaduais. Organizou, com Glauco Mattoso, Queda de Braço: uma antologia do conto marginal (Rio de Janeiro/Fortaleza, 1977). Participou de diversas coletâneas e antologias, entre elas: Quartas Histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa e Capitu Mandou Flores, ambas organizadas por Rinaldo de Fernandes, e “O Cravo Roxo do Diabo”: o conto fantástico no Ceará, organizado por Pedro Salgueiro.
O Cabra que Virou Bode foi transposto para a tela pelo cineasta Clébio Viriato Ribeiro, em 1993.
Publicou nos mais diversos gêneros literários e em diversas línguas (esperanto, italiano, espanhol e francês): Tempos de Mula Preta, Itinerário, Punhalzinho Cravado de Ódio, Os Guerreiros de Monte-Mor (a ser relançado em breve pelo Armazém da Cultura), As Insolentes Patas do Cão, A Guerra da Donzela, Carnavalha, Vasto Abismo, A Rosa Gótica, Pescoço de Girafa na Poeira, A Última Noite de Helena, A Leste da Morte, dentre outros. Como pesquisador do gênero CONTO, publicou: Panorama do Conto Cearense e Contistas do Ceará: d’A Quinzena ao CAOS Portátil.


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