sábado, 8 de outubro de 2011

"Tango do Covil", para alegrar-nos a tristeza de um sábado triste (8.10)




O “Tango do Covil”, da Ópera do Malandro,
de Chico Buarque,
uma das coisas mais bonitas que conheci na vida.



Ai, quem me dera ser cantor
Quem dera ser tenor
Quem sabe ter a voz
Igual aos rouxinóis
Igual ao trovador
Que canta os arrebóis
Pra te dizer gentil:
Bem-vinda
Deixa eu cantar tua beleza
Tu és a mais linda princesa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser doutor
Formado em Salvador
Ter um diploma, anel
E voz de bacharel
Fazer em teu louvor
Discursos a granel
Pra te dizer gentil:
Bem-vinda
Tu és a dama mais formosa
E, ouso dizer, a mais gostosa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser garçom
Ter um sapato bom
Quem sabe até talvez 
Ser um garçom francês
Falar de champinhom
Falar de molho inglês
Pra te dizer gentil:
Bem-vinda
És tão graciosa e tão miúda
Tu és a dama mais tesuda
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser Gardel
Tenor e bacharel
Francês e rouxinol
Doutor em champinhom
Garçom em Salvador
E locutor de futebol
Pra te dizer febril:
Bem-vinda
Tua beleza é quase um crime
Tu és a bunda mais sublime
Aqui deste covil

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. A opera inteira é linda!
    Não esqueço, há uns anos tive a oportunidade de ouvir uma nova gravação da opera em que Lucinha Lins cantava. O CD era lindo e me fez viver e chorar muito a cada cena que imaginava, levada pela musica...
    tudo de bom!

    ResponderExcluir
  3. Sim, a obra é um marco, Emiliana. Obrigado pelo comentário e atenção. Com abraço.

    ResponderExcluir