terça-feira, 24 de outubro de 2017

Lançamento de "Todo Dia é Dia de Sophia", quadrinhos de Sophia Bandeira e Nathália Pimentel (28.10)



Lançamento
Data e Horário: 28 de outubro de 2017, a partir das 9h
Local: Passeio Público

Sobre a obra:
Quando criança, minhas primeiras leituras, vieram em forma de quadrinhos. E sabia: todo dia era dia de quadrinhos.
Hoje, chega-me às mãos, Todo dia é dia de Sophia, uma short HQ ilustrada e quadrinizada por Nathália Pimentel, a partir de uma seleção de breves histórias baseadas nas experiências vividas e percepções de Sophia Bandeira, uma menininha, que, colecionadas pela mãe, a poeta Milena Bandeira, nos apresentam temas como família, gênero, comunicação, preconceito, desigualdade, bullying, além de pequenas frustrações e inseguranças próprias da idade, ora socializadas ao leitor de forma lúdica. Ele(a), o(a) leitor(a), surpreendentemente perceberá que, mesmo na maturidade, não poderá dizer que detém respostas precisas aos seus questionamentos, estando, como ela, diante de uma sociedade incompreensível e conflitante.
Sim, exercitando a sua forma de pensar e ver o mundo, na busca de respostas não tão simples assim, Sophia, assim como as crianças de forma geral, tem o poder da ludicidade. Tudo aparenta fazer parte de um jogo, de uma brincadeira. Por isso, a educação, que tem – ou deveria ter – o compromisso com a formação dos valores da criança, independentemente se meninos ou meninas, tem papel fundamental no uso de atividades lúdicas para a formação de seu caráter e personalidade.
Platão, em sua A República, já aconselhava a educação pelo brincar, pela busca do prazer, e não pela violência e/ou imposição, para nós, a forma mais prática e desastrosa de se fomentar um espelho dessa sociedade atual: parida, perdida e sem amor. Aristóteles, seu discípulo, também afirmava que, ao brincar, a criança entra em processo de cartase, de “purificação da alma”, por conta da relevante descarga de sentimentos e de emoções, consequência, simplesmente, da caetânica “vivência de coisas belas”. Ou seja, essa arte até nos parece ser coisa de criança, de brincadeira, mas é atividade séria que pode mudar o destino de quem se envolve com ela.
Acho que a Sophia, em sua filoSOPHIA, mais brasileira do que grega, poderia e deveria difundir seus quadrinhos na escola, aos colegas, como parte dessa brincadeira gráfica, abraçando em ciranda a sua visão de mundo, provocando os colegas e os pais delas, porque o pensar não tem partido, mas é, sem dúvida, um desafio. Repetir modelos impostos, pensamentos cristalizados, sim, é o caminho mais curto para a desigualdade, a injustiça e o individualismo. Quisera fôssemos eternamente crianças.
Parabéns Sophia, Milena, Khalil e Natália por esta obra.

Raymundo Netto





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