Tu,
tu, tu
A torneira pinga, goteja, gotosa, gotejante,
artrítica.
Num lamento perdura, dura, mistura candura
e fura
Tanto bate até que fura.
Tu Tu Tu
A torneira pinga goteirante, entorna a gota
gotílica, gótica.
E no rumo da pia, toma prumo: se esguia
rasto de rio
Se eu rio, sorrio, só rio.
Tu Tu Tu
A torneira pinga, insiste, goteia, goturva,
gotante
Deslizando na pedra, se enreda, se entranha,
se esgota
E no ralo, morta, não é nada, gotada,
goteira, gota rota.
Tu
Tu
A torneira pinga pingos d’água, mágoa,
solidão.
A torneira pinga pinga
pingandante
A torneira é como o verso que chora.
Tu
A torneira não tem um lenço para ajudar a secar seu choro.
ResponderExcluirFeliz Natal, Raymundo Netto!
Que neste Natal jorrem torrentes de Água Viva em sua vida! Feliz Natal!
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