É este o título do meu último lançamento. Um
título que, me parece, desperta certo estranhamento nos leitores, pelo menos em
alguns poucos que tenho acumulado em vinte anos de exercício e dos quais invejo
a generosa persistência e lealdade.
Uma
reunião de crônicas – há quem diga se tratar de contos, e essa confusão
meramente didática, acredito, contribui para o efeito desejado – que têm como
pano de fundo o mais banal cotidiano de personagens aparentemente simples.
Claro, essas
pessoas não poderiam ser eu nem você, mas algum de nossos vizinhos, outros
parentes distantes, decerto um cunhado, alguém na esquina ou um desafeto de
infância. Nunca, nunca essas “Coisas...” potencialmente burlescas aconteceriam
conosco: um homem que, após o término de relacionamento, sofre como o diabo de
saudades e pela perda da... sogra!; o mistério de uma mulher belíssima que não
segura namorado, pois dizem: “Homem que tem a Dadivosa – é o merecido nome da
moça – não presta mais não”, gerando especulações e despertando quase uma competição
entre corajosos candidatos; Camila, a esposa insegura e obsessiva que não
desgruda do sufocado marido; o sofrido Dedé, que não sabendo como fazer para
saciar a namorada ninfomaníaca, tenta convencer os colegas de trabalho a “dar
uma força”; Peixoto, que não admitindo assistir à nudez da mulher em casa, é
surpreendido quando ela veste uma burca; a difícil tarefa do desembargador na
tentativa de fazer seu inútil filho a ser alguém na vida; o homem chamado
“Ninguém”, que se apaixona e vive um conflituoso romance com uma manequim de
vitrine; Padilha, que declara seu amor pela esposa do melhor amigo, o Honório, deixando-o
absolutamente ensandecido de ciúmes; o sargento Barata que, cansado de ser
humilhado pela mulher, percebe que a única forma de ela deixá-lo em paz é dando
um jeito para que ela o traia; Petra, a mulher insensível, que nunca chora por
nada, mas que descobre o poder das lágrimas cortando cebolas; Jandira, a
moralista do condomínio, que incomodada com os gemidos e gritos devassos de um
casal vizinho, vai à luta; a garota que despreza o pai, simplesmente por não
aceitar ter herdado dele o seu tremendo nariz; o militar da reserva, síndico
exemplar do condomínio, até o dia em que colocou uma prótese peniana, entre
outras coisas engraçadas... talvez nem tanto, afinal, fazer rir não é fácil.
Principalmente no papel, quando não é possível garantir o timing
desejado na leitura do leitor, assim como pela ausência de gestos, expressões e
voz, instrumentais próprios de humoristas no palco ou mesmo em uma singela mesa
de bar.
Contudo,
mesmo assim, o livro se arrisca, mesmo sem qualquer outra pretensão, a divertir
e a conduzir o leitor em um caminho de ironias, referências, alusões, deboche,
cinismo e um pouco de paranoia, de forma que comprovemos, com uma boa dose de
crítica e de reflexão, a velha máxima de o brasileiro ter a mania de rir de
suas próprias desgraças... ou de sua mais comovente hipocrisia.
P.S: Os
interessados, por ora, podem adquirir o livro por PIX, sendo a chave: livrodoray@gmail.com.
Por este mesmo e-mail que é a chave do PIX, após efetivar o pagamento de R$ 60,00, me envie seu nome, endereço completo e CEP, que enviarei para você.