Mestre Geraldo Jesuino, que já era mestre
consagrado nas mil e uma artes (e manhas) da nossa cultura cabeça-chata, que da
cadeia de produção de um livro domina só-tudo-e-um-pouquinho-mais, artista
plástico e gráfico talentosíssimo, agora resolveu botar as unhas de fora (mas
apenas para os incautos, que nem desconfiavam que o quadrinista magricelo de
bigode miúdo e pernas de cambito escondesse dentro de si um prosador de mão
cheia, desses com uma imaginação privilegiada, que vem acompanhada de um estilo
finérrimo, algo assim tão supimpa que mistura uns traços de português quase
clássico com pitadas de experimentalismo; tudo com um conhecimento tal que
causa certo espanto em quem o lê assim desavisadamente); resolveu, pois, o
Mestre Gê-Jota, mostrar-nos sua produção ficcional singular, pacientemente
lapidada. Retirou da gaveta, depois de muita insistência dos amigos e
admiradores de seus múltiplos talentos, estas inesquecíveis histórias.
Uma estreia
literária verdadeiramente de Mestre, dessas que envergonham muitos “gastadores
de tinta e papel” que pululam por aí, com seus narizes empinados, encastelados
(com suas vetustas arrogâncias) em seus falsos castelos e pseudoacademias.
Depois de uma publicação como Brumas,
muita gente metida a besta pensará cem vezes antes de desovar qualquer livrete
mal alinhavado pelas mil e duas gráficas com pretensão de editoras que infestam
a nossa sonsa loirinha desmilinguida pelo sol; mas também servirá de incentivo
aos diversos escrevinhadores que burilam em silêncio suas obras: tais
persistentes escritores perceberão – com a leitura desse livro maduro de
Geraldo Jesuino da Costa – que não são necessários 50, 60 ou 70 tomos para se
fazer um verdadeiro escritor, muitas vezes um ou dois ótimos volumes já bastam.
Mas torcemos
– seus velhos e novos leitores – que venham mais e mais dessas maravilhosas
histórias.
Não só
torcemos: Exigimos!
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