quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Última Viagem de Lustosa da Costa (3.10)



Lustosa da Costa se vai, agora, à noitinha de um tércio dia de outubro.

Mas não se vai de um todo, deixa neste mundo o seu coração, o mais forte, confiado na acolhida de seus familiares, amigos, leitores e admiradores.

Vai o Lustosa, assim, devagarinho, certo de uma travessia rica e diversa, regada à vida e ao “champã”.

Lustosa da Costa, cria de seu Costa e da flor-de-liz Dolores, personagens constantes de suas memórias de menino, assim como seu Bispo-Conde, José Saboia, Chico Monte, ou mesmo o Etelvino Soares e tantos outras polvilhadas em suas obras margeadas em Sobral ou em e outros sítios, as mais atrativas, imaginativas e doces de seu repertório de histórias contadas e recontadas, frutos de sua laboriosa “escravidão do parasitismo documental”, mas acima de tudo de seu revelado amor à escrita e ao livro, afinal, lembrando as palavras amealhadas de sua mamãe:” Não se pode tirar da cabeça, o que não botou dentro dela.”

Lustosa foi sim, o grande personagem de si mesmo — “Sou como todo mundo, obra da minha família” —, um nome que há de resistir sempre, imortal como o tempo, presente na saudade, na história e nas boas lembranças, principalmente nas boas, as melhores, que marcaram uma geração e iluminarão as futuras.

“Sempre escrevo como se fosse a última vez, como se fosse morrer amanhã, como se o jornal fosse fechar, como se uma bomba fosse cair em Fortaleza.”

Por hoje, estou muito triste. Adeus, Lustosa. Nos apesares, valeu demais.

2 comentários:

  1. Lia todos os dias no DN seus textos leves e muitas vezes cheios de humor! Ficaremos mais pobres sem a sua presença diária mas valeu por tudo! Que ele encontre a paz eterna!

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