quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Rádio AlmanaCULTURA: "Hay Amores", com Shakira


Tema do fime "El amor en los Tiempos del Cólera", baseada na obra de Gabriel Garcia Marquez
Para assistir ao vídeo, acesse:



Ay! mi bien, que no haría yo por tí
Por tenerte un segundo, alejados del mundo
Y cerquita de mí
Ay! mi bien, como el río magdalena
Que se funde en la arena del mar
Quiero fundirme yo en tí
Hay amores que se vuelven resistentes a los daños
Como el vino que mejora con los años
Asi crece lo que siento yo por tí
Hay amores que se esperan al invierno y florecen
Y en las noches del otoño reverdecen
Tal como el amor que siento yo por ti
Ay! mi bien, no te olvides del mar
Que en las noches me ha visto llorar
Tantos recuerdos de tí
Ay! mi bien, no te olvides del día
Que separó tu vida
De la pobre vida que me tocó vivir
Hay amores que se vuelven resistentes a los daños
Como el vino que mejora con los años
Así crece lo que siento yo por ti
Hay amores que parece que se acaban y florecen
Y en las noches del otoño reverdecen
Tal como el amor que siento yo por tí
Yo por ti, por ti
Como el amor que siento yo por tí


Classificados AlmanaCULTURA: Coordenador de Cultura e Arte do CUCA Mondubim



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sábado, 25 de outubro de 2014

"Porta-Vida", de Raymundo Netto


A vida se faz mesmo quando não se faz ouvida,
Escorrendo pelas paredes frias do silêncio
Na tentativa travosa de ser pensamento.

A vida se contorce para caber num coração,
Mesmo quando esse coração já é lamento,
Quando tange e não vibram as cordas do espírito.

A vida se apropria da morte
Mesmo quando nela nada se suporta nem a si.
Quando o respirar incomoda e a moda
É a insônia a tomar o assento do sono.

A vida nada mais é do que uma sequência de vazios
Ornamentada de espelhos reflexos,
De brumas a descerem à garganta
E de um pé que evita o cerrar descuidoso da porta.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Diário de Bordo: A Livraria Folha Seca (Rio de Janeiro), de Raymundo Netto


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Uma das, apenas uma, surpresas boas que tive no Rio de Janeiro foi conhecer a Livraria e Edições Folha Seca, na histórica rua do Ouvidor, quase ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores.
Fotografava o velho casario, as igrejas, os passeios de pedra e lajes – algumas construções são tão antigas que nos reportam aos tempos coloniais – naquela rua estreita, muitas vezes apenas pedonal ou "pombonal", ou noutras, como diante do bar "Antigamente", represadas por pequenas mesas e cadeiras onde pessoas, em pleno meio-dia, conversam, dentre outras coisas, sobre histórias de seus pais e dos pais de seus pais, além de lendas e anedotas locais. Os bares e restaurantes, para todos os tipos e gostos, tomam conta do lugar, ornamentado de coloridos sobradões de dois ou três andares, vistosos em seus balcões de ferro ou alvenaria, resquícios de uma arquitetura do final de século XIX para o início do século XX.
Cruzei a 1º de Março, a Travessa do Comércio a  Rua do Mercado, a Gonçalves Dias... Depois escreverei mais sobre a Ouvidor. Por ora, o que importa, é que no meio do caminho havia um prédio. Vários andares, cor de rosa, cujo térreo apresentava quatro portas verdes em madeira encimadas por meias luas ornamentadas em ferro. Era uma livraria: a Folha Seca. Havia prometido não entrar em livrarias nessa viagem, entretanto, ela me apareceu num momento de descuido, após uma fatídica conclusão daquelas que podem mudar o rumo de tudo ou simplesmente deixar tudo como está, e entrei.
Ali conheci o culpado de tudo, o Rodrigo Ferrari, no balcão, pronto para contar histórias e a defender a sua resistente Folha Seca como um Quixote desvairado contra um moinho de megastores que pululam as capitais. Sentado, ao lado, o jornalista e ghost writer Zé Sérgio Rocha (O Globo, Jornal do Brasil, Diário de Notícias etc)  e, pouco depois, o também jornalista, escritor e tradutor Archibaldo Figueira, da União Brasileira de Escritores. No pouco tempo em que lá estive, não faltou assunto. A própria livraria puxava os temas. Assim, pensava, deveria ser os convescotes dos escritores, jornalistas e intelectuais naquela rua, naquela mesma rua, ao encontrar-se nas livrarias do passado. Na minha cabeça, muitas imagens, que mais tarde revelarei, me fizeram sentir em casa, acolhido por estranhos amigos, ou melhor, amigos estranhos, versando sobre samba, chorinho, futebol, carnaval e mais um tudo de bom que a carioca culture pode oferecer.
Minha primeira pergunta na livraria: "Rodrigo, o que você tem aí sobre Paula Brito?" O homem endoidou. Zé Sérgio lançou então, com sua voz arrastada e grave, a afirmação moleque: "Rapaz, você está falando com a reencarnação do Paula Brito!"
Logo o Rodrigo, entusiasmado, colocou à minha frente um postal comemorativo numerado dos 200 anos do pai dos editores brasileiros, o Francisco de Paula Brito, impresso pela sua livraria em 2009, com uma caricatura desenhada por Cássio Loredano, naturalmente carioca, porém, desenhista d' O Estado de S. Paulo, e que, nas palavras de Millôr Fernandes (tive o prazer de encontrá-lo no Arpoador), "Filho de um oficial da cavalaria, desde cedo se sentiu obrigado a desmontar o ser humano."
E assim, a Folha Seca (mas viva!) traz na alma a seiva pulsante e aguerrida das pequenas (grandes) livrarias, ciente de seu papel de centro de difusão e fomento da arte e da cultura (o local também promove lançamentos e rodas de samba), não apenas se restringindo à venda silenciosa e frouxa dos mercadões luxuosos de livros, CDs, DVDs que crescem a cada dia, mas não conseguem encantar e são tão iguais a todas que nunca merecerão sequer um registro de um viajante-leitor sem direção... como eu!


Eu (descumprindo promessa), Archibaldo, Rodrigo e Zé Sérgio

domingo, 19 de outubro de 2014

Rio de Janeiro em Outubro: uma expedição improvável


Café, Feira dos Hippies de Ipanema, Arpoador, Copacabana nessa semana o mar sou eu, muita água e felizes (dez) encontros.
                          
Uma hora de vida a menos. Muita discussão fútil de políticas. Flashes demais; olhos de menos.

Uma lan-house, apenas isso. Hoje é domingo; pés e mãos de cachimbo.


Saudades.

Vai, meu irmão
Pega esse avião
Você tem razão de correr assim
Desse frio, mas beija
O meu Rio de Janeiro
Antes que um aventureiro
Lance mão
Pede perdão
Pela duração dessa temporada
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa
Pede perdão
Pela omissão um tanto forçada
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
Se puder me manda
Uma notícia boa
Samba de Orly (Chico Buarque)




domingo, 12 de outubro de 2014

"Dizem que a Literatura Inventa Coisas...", 29 e 30 de outubro na UECE



"Dizem que a Literatura Inventa Coisas..." é o tema do I Colóquio sobre Literatura Cearense da Uece, a acontecer em 29 e 30 de outubro de 2014.
Agora é a vez da Uece debater e discutir a temática, procurando explorar esse mundo durante tanto tempo esquecido.
Afirmam: "O I Colóquio sobre Literatura Cearense da Universidade Estadual do Ceará nasce num dos momentos mais importantes para o debate que é protagonizado pela supervalorização do cientificismo, a subestimação dos alcances de estudos literários e a dificuldade de mantermos os olhos voltados, também, para a nossa própria Literatura.
A UECE constitui, como cenário do evento, uma das principais motivações para sua realização. É necessário, considerando o caráter histórico da Universidade Estadual do Ceará, que não falte espaço para o estudo e debate dos clássicos da Literatura Cearense assim como para a promoção e o reconhecimento de novos escritores. A fim de pôr em pauta esses três âmbitos (Literatura Cearense, a Literatura na UECE e a relação entre clássicos e novos escritores), aproveitamos o ano do centenário de Moreira Campos e convidamos todos a exaltarem um dos fatores que distanciam, positivamente, a Literatura do cientificismo absoluto: a expressividade.
Com o tema "Dizem que a Literatura inventa coisas", jogamos com o título de uma das obras mais marcantes na biografia de Moreia Campos, "Dizem que os cães veem coisas". Nosso jogo vai ao encontro do ensejo de unificar os três âmbitos temáticos citados convocando os participantes a refletirem: a Literatura inventa ou retrata? Até que ponto a produção literária de um escritor age como registro histórico?"
As inscrições podem ser feitas on-line a partir do link:



sábado, 11 de outubro de 2014

"Eleitorto", de Raymundo Netto para O POVO


As eleições se abancaram em nossa porta mais uma vez. Que droga!
Período feliz, entretanto, para as empresas que trabalham com assessoria de comunicação — principalmente aquelas que não se vexam com o abuso da capacidade de mentir e enganar por trinta e poucas moedas; que pagam discretos silêncios dos colegas nos meios de comunicação; que patrulham aqueles a revelar o já tão sabido: tudo é espetáculo! O que importa é o partido e o poder. Só! Aliás, não deveriam se chamar “partidos” e, sim, “unidos”, tão iguaizinhos se tornaram nessas P-bandas, só se denunciando após desquite amigável e temporário.
Também felizes aqueles que compensam o marasmo de um ano inteiro na geração de renda palanqueal, tamanho o investimento dos candidatos. Os cabos eleitorais, aqueles geralmente chatos e inabilidosos em quaisquer outras coisas, senão em assediar eleitor, que ficam pendurados nos quadros de gabinetes de órgãos públicos e ninguém sabe exatamente o que fazem, para que servem e ao que vêm, também se alegram, pois finalmente “mostrarão trabalho”, lembrando ao gestor-quadrilheiro a razão de ser carregado no dorso e na cangalha do povo por anos a fio.
Também felizes aqueles que não deram certo na vida e que veem na política a sua redenção — uma megasena em prestações não tão suaves —, a oportunidade de, com certo investimento, conseguir a almejada independência financeira, não pelo salário parlamentar, claro, mas pelas negociatas ad referendum e favores em frágeis licitações no exercício do sacrifício público, prática colonial arraigada com naturalidade, inclusive, na mentalidade do eleitorado que faria exatamente a mesma coisa, tivesse disposição, tempo e dinheiro para investir nessa empreitada. Aliás, que lógica há para que se gaste tanto, desfazendo-se inclusive de patrimônio pessoal para apenas servir ao povo? Da mesma forma, o que faz com que esses capitalistas ferozes, que não investem em nada que seja de outrem, abram, de repente, as portas de seus cofres para eleger alguém que vai APENAS servir ao povo?
Igualmente felizes as strippers e seus bundões de protesto, os palhaços, os empresários — que o povo inocente acha que por ter dinheiro não haverão de precisar “roubar” —, os apresentadores de programas baratos e de audiência na canela — cujos ouvintes e telespectadores foram formados para não ter crítica —, além dos pastores milagreiros e líderes de associação envenenados pela popularidade transversa, todos beneficiados pelo sem noção “voto obrigatório”, grande responsável por centenas a milhares de votos que, num passar de vistas de jornal, seriam improváveis. Fosse o “voto livre”, os eleitores “kamikazes” de todos nós — cidadania é conquista e não obrigação — correriam no feriado para ir à praia, beber cachaça, comer caranguejo, ralar na boquinha da garrafa e discutir a bunda poliédrica da Gabriela. Nós os deixaríamos lá, onde seriam felizes, enquanto cairiam nas urnas apenas os votos dos que pensam no coletivo, que acreditam em alguma coisa e que trazem algum critério na seleção desses caras. Imagino campanhas e debates, um dia, mais qualificados para, então, eleitores conscientes e não tão fáceis de levar no bico por maniqueísmos e promessas tradicionais.
Assisto à propaganda política faz tempo. O roteiro não muda! Os candidatos, canastrões sorridentes, cruzando vielas sujas, esgotos a céu aberto, beijando crianças desnutridas — as primeiras a serem traídas —, brigando por mãos magras, “ouvindo” os idosos — os mais perigosos tentam andar de skate, sobem em jumento, dançam forró... Chego a ver a indignação daquele, suando demais em estranha favela, e percebo uma lágrima quase a cair de seu rosto. Deve pensar: “E ainda existe lugar assim? Eu, hein? Se for eleito, Deus me livre aparecer por aqui outra vez!” Mas ele voltará, sim, na próxima eleição, e o quadro não estará diferente... Talvez, pior.
Cinegrafistas presentes, muito dinheiro gasto em campanhas, no palanque todos adesivados sorriem muito, pactuando a futura vaga no gabinete. O candidato, inexperiente, cospe no microfone quase sem voz: “Isso tudo vai acabar, meu povo!”. É aplaudido pela multidão que ri e sabe: “Mas é claro que não!” Por ora, pedem uma camiseta, tijolos ou telhas, uns espelhinhos e colares de contas e uma foto banguela ao lado daquele que nunca mais verão, quando apertam-se afetuosamente para o retrato: “Ah, doutor, que nós vamos votar é em você... também!”

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Rádio AlmanaCULTURA: "Noturno", de Raymundo Fagner


Para assistir ao vídeo e ouvir a música:



O aço dos meus olhos
E o fel das minhas palavras
Acalmaram meu silêncio
Mas deixaram suas marcas...
Se hoje sou deserto
É que eu não sabia
Que as flores com o tempo
Perdem a força
E a ventania
Vem mais forte...
Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou
Há muito me deixou...
Ai, Coração alado
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu
Não acredito mais
No fogo ingênuo, da paixão
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança...

Nessa estrada
Só quem pode me seguir
Sou eu!
Sou eu! Sou eu!...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

"Prêmio Cidadania Judiciária", da Fundação Demócrito Rocha


O Prêmio Cidadania Judiciária é uma ação da Fundação Demócrito Rocha em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

São distintas as categorias e modalidades (universidades, mídias jornalísticas, escolas etc.).

O Regulamento poderá ser consultado por meio do site www.fdr.com.br/premiocidadaniajudiciaria.

As inscrições deverão ser feitas até o dia 15 de outubro.

Consulte hoje!


sábado, 4 de outubro de 2014

AlmanaCULTURA Super InDICA: "Por Una Cabeza", dance um tango ou cante com Gardel


Por Una Cabeza
Para assistir ao vídeo, acesse e
dance um tango:

ou cante com Gardel (1935):


Por una cabeza
De un noble potrillo
Que justo en la raya
Afloja al llegar
Y que al regresar
Parece decir:
No olvidéis, hermano,
Vos sabés, no hay que jugar.

Por una cabeza
Metejón de un día
De aquella coqueta
Y risueña mujer
Que al jurar sonriendo
El amor que está mintiendo
Quema en una hoguera
Todo mi querer

Por una cabeza
Todas las locuras
Su boca que besa
Borra la tristeza
Calma la amargura
Por una cabeza
Si ella me olvida
Qué importa perderme
Mil veces la vida
Para qué vivir

Cuantos desengaños
Por una cabeza
Yo juré mil veces
No vuelvo a insistir
Pero si un mirar
Me hiere al pasar
Su boca de fuego
Otra vez quiero besar
Basta de carreras
Se acabó la timba
¡Un final reñido
Ya no vuelvo a ver!
Pero si algún pingo
Llega a ser fija el domingo
Yo me juego entero.
¡Qué le voy a hacer!

"Voto Útil: Eleitor Inútil", por Raymundo Netto


Há muito anos ouço falar na necessidade da Reforma Política. O negócio é tão sério que é sempre deixado para depois ou para nunca, apenas lembrado durante essas eleições de araque, de derrama de dinheiro, de compra e venda de almas. Na verdade, a quem interessa mudar ou aperfeiçoar o sistema eleitoral nacional e o sistema político se o negócio do jeito que está beneficia a alguns, os mesmos, principalmente àqueles que detêm o poder e/ou o capital?
A minha primeira eleição para presidência do país se deu em 1989. Havia um clima de festa, ares de liberdade, de power to the people ou mesmo de make love not war, ou sei lá mais o quê. Nas calçadas salpicadas de vermelho, bandeiras tremulavam nas mãos de amigos com olhares brilhantes (ao contrário dos "escorados" de hoje), soltando canções ou palavras de ordem sufocadas por um "Tempo Perdido", a engatinhar numa proposta democrática nova, pelo menos para nós que éramos jovens, tão joveeens...
Naqueles dias, os debates paralisavam as cidades diante da TV. Os grande nomes da política nacional, porta-vozes de todos os segmentos — era-se ainda possível falar de direita e esquerda, uma distinção hoje aparentemente démodé —, estavam lá, e parecia que, mesmo com o eterno e injustificado desequilíbrio de espaços nas propagandas políticas, de volume de recursos e dinheiros distribuídos de forma antidemocrática e antiética, havia algo de bem claro no jogo do "quem é quem".
A vitória do Collor, candidato eleito por meio de "efeito miragem" produzido pela Globo, que enricou durante a Ditadura, e pelas revistas de "artigos de leilão" (Como a Veja e Isto É), que ainda se vendem nos dias atuais — lembrando que as mesmas que ajudaram a elegê-lo, foram as primeiras que revelaram o lado obscuro do outrora "Caçador de Marajás" após o seu "singular" impeachment —, frustrou, ao mesmo tempo em que parecia ensinar algumas primeiras lições dessa nossa democracia neófita.
Hoje, as fórmulas, me parece, não mudaram. Ao contrário, se aprimoraram e aperfeiçoaram as práticas mais desavergonhadas, ou seja, aquelas que nós, eleitores, estamos sempre provando funcionar! Basta ver: "eles" continuam lá.
Mesmo com toda boa vontade do mundo, não posso crer que empresas doem, sem esperar nada em troca, UM MILHÂO DE REAIS para campanhas de candidato. Essas mesmas empresas que não contribuem, nem por decreto, com instituições carentes nem financiam artistas por meio de renúncia fiscal, de repente aparecem em listas de campanha com generosas contribuições, é de estranhar, não é?
As revistas e jornais apoiam candidatos com propostas mirabolantes e difusas de "nova política", que, em tese, só engabelariam os mais ingênuos e tolos, se apoiando em "fantasmas" e em frases sentimentais, apelando para o lado mais frágil do ser humano, principalmente aquele que prefere se levar pelo coração do que pela cabeça. Um pecado mortal quando se pensa em governança.
As pesquisas, que deveriam ser proibidas, pois são manipuladoras e não confiáveis, principalmente aquelas divulgadas nos jornais justo no dia da eleição, influenciando aqueles que estavam no limbo, em dormência letárgica, despertando naquele dia por conta apenas de outro crime contra a democracia que é o voto obrigatório, razão da participação de centenas de milhares de moleques, irresponsáveis, ignorantes nas cabines eleitorais. Por mim, esses poderiam muito bem passar o dia na praia, beber cana, assistir um filminho em família, passear no parque, pois não se prepararam para o pleito, muitas vezes sendo responsáveis pelas vitórias de "A Onde é", de Débora Soft, e de outros "candidatos deboches". O resultado a gente vê e sente depois, mas creio que os eleitores dessa "tribo" nem lembram em quem votou.
Mas uma coisa que me incomoda muito é o voto útil. Pessoas que, mesmo não acreditando, nem simpatizando, nem encontrando nos astros ou em folhas de chá, lagartixas na parede, qualquer coisa de VALOR que justifique votar na criatura, insiste em fazê-lo apenas "para tirar o outro" ou "porque é ele que pode ganhar". Isso é antigo, medieval e tem outro nome: harakiri! (pode chamar de suicídio, se quiser).
Já tomei para mim essa lógica, mas hoje não dá mais para engatinhar na insuportabilidade dos maus resultados dessa conduta. Temos que correr porque o tempo está passando e as pessoas estão brincando, vendendo a nossa paz, a nossa saúde, a nossa educação, a nossa vida em troca de seus joguinhos partidários, enriquecendo muita gente boa que vai continuar discursando maravilhosamente, pois somos livres de expressão. Nós precisamos começar essa tal "reforma política" a partir de nossa mentalidade, repensar essas estratégias equivocados que herdamos ainda nos nossos primeiros dias republicanos.
Assim, meus amigos, ninguém precisa votar no Eunício ou no Camilo, por exemplo,  porque estão liderando as pesquisas ou votar neste para derrubar aquele e vice-versa. Votem naquele que apresenta as propostas que você quer para seu estado ou país, independentemente se ele pode ganhar ou não. Não se trata disso. Vote naquele cuja história fala por ele. Quem nunca fez, ou melhor, quem nada fez ou fez exatamente o contrário do que hoje prega, esse não vai mudar agora. Penso eu que quem pratica o voto útil é um eleitor inútil. Eu não quero ser inútil e votarei naquele candidato que, ganhando ou não, não me pesará na consciência. Para mim, perder o voto é entregá-lo nas mãos de quem não acredito, isso sim é PERDER e talvez seja o maior crime que podemos praticar contra o nosso povo, mesmo estando esse mesmo povo embriagado de promessas e discursos formulados e copiados por assessores caríssimos, especializados na arte de brincar na lama. Que Deus nos proteja!