segunda-feira, 27 de abril de 2015

"Audifax Rios/ A Saga Bubalina de Campanário", pelo Poeta de Meia-Tigela

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Ilustração: bico de pena de Ronaldo Cavalcante

"Enquanto isso era tocar adiante a vida que foi ganha de destinação
e seguir o traçado de Deus ou de Tupã"
(O Desamparo de Curumim, Os Búfalos de Campanário, de Audifax Rios)

Audifax Rios/ A Saga Bubalina de Campanário

Donde provirá tanto fabulário?
Donde o povo e essa estória e esse notório
Saber das coisas, falas, latinório?
Donde o Major Zegito, o Imaginário

Henrique, Baldomero e o multifário
Desenho do lugar, seu envoltório
(Rio, Praça, Mercado, Igreja, Empório,
Cadeia e Big Bar, todo o cenário)?

Tamanho manejar do abecedário
Não pode ser engenho de finório
Muito menos desarte de falsário.

O romance do Búfalo lendário
Faz de seu criador um Meritório
Autor, Fundador-Mor de Campanário!

O soneto acima compõe o livro Miravilha: Liriai o campo dos olhos, já no prelo. 
Finda por ser homenagem póstuma, mas gostaria mesmo era de ter tido tempo 
(bem mais tempo, Audifax)
de apresentar-se vivo àquele a quem é dedicado)


Inscrições editais de cultura do Dragão do Mar prorrogadas até 29 de abril


COMUNICADO
O Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC) torna pública a prorrogação do prazo para inscrições nos Editais Culturais 2015/2016 para o dia 29 de abril de 2015 (quarta-feira).
O documento regulamenta a seleção dos projetos que comporão a Temporada de Arte Cearense, integrando parte da programação do
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
A medida foi tomada com o objetivo de atender aos anseios da classe artística, tendo em vista que, após novo momento de diálogo com representantes de algumas linguagens, pontos do Edital foram revistos e alterados. As alterações serão publicadas ainda hoje no site www.dragaodomar.org.br, onde o centro de arte e cultura
publicará Adendo ao Edital e lançará termo de compromisso
público com os artistas, grupos,
companhias de Teatro e Dança.

“Brasil em cartas: a correspondência de Mário de Andrade”, no Espaço O POVO de Cultura & Arte


Mário de Andrade no Espaço O POVO de Cultura & Arte. 
Não acredita? Pois tire a prova!

“Brasil em cartas: a correspondência de Mário de Andrade”
Quando: dia 28 de abril, terça-feira, às 19h
Onde: Espaço O POVO de Cultura & Arte (anexo da sede do jornal O POVO – av. Aguanambi, 282, Joaquim Távora)
Convidado: Marcos Antônio de Moraes, professor da USP e pesquisador do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), que se dedica a percorrer linhas e entrelinhas da correspondência do escritor, poeta, crítico literário, musicólogo, folclorista e ensaísta Mário de Andrade, personagem fundamental do movimento modernista brasileiro, que, em 2015, está completando 70 anos de seu falecimento.
Mediadora: Fernanda Coutinho, professora do Departamento de Literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC), desde 1992, mestre em Letras pela mesma universidade e doutora em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Acompanhe a programação cultural do Espaço O POVO de Cultura & Arte:

http://blog.opovo.com.br/espacoopovo/

Nota de Pesar do governo estadual, por meio da Secult, sobre a passagem de Audifax Rios


 O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), manifesta profundo pesar pelo falecimento de Audifax Rios, artista de múltiplas linguagens e expressões, com um legado de inestimáveis contribuições para a cena cultural e a sociedade cearense. Pintor, desenhista, cronista, romancista, capista, publicitário, comunicador, pesquisador, Audifax atingiu a grande meta buscada por todo artista: o desenvolvimento de uma identidade própria, uma assinatura inconfundível, um sotaque próprio, nos vários meios e mensagens com que presentou o público, em uma longa trajetória de contribuições ao Ceará e ao Brasil.
Nascido em Santana do Acaraú, onde iniciou os estudos, Audifax radicou-se em Fortaleza no começo da década de 60 e trabalhou na extinta TV Ceará, em diversos jornais e agências de publicidade. Nas artes visuais, obteve reconhecimento realizando dezenas de exposições, em cidades como Fortaleza, Recife, Brasília e também em Nova Canudos, no sertão baiano. Suas obras também foram apreciadas na Europa e lhe renderam inúmeros prêmios em eventos como o Salão de Abril e o Salão dos Novos.
Autor de livros como Bar Peixe Frito, Gentes da Licânia, Porto dos Viventes de Aroeira, Iracemas e De um tudo, participou de várias antologias de poesia e prosa. Também contribuiu com a cena literária cearense como autor das capas de mais de uma centena de livros, sempre com seu traço intenso e inconfundível.
Sempre cercado por amigos e artistas de expressões tão várias quanto as que ele mesmo cultivou em paralelo às muitas transformações pelas quais Fortaleza passou nas últimas décadas, Audifax foi também um dos grandes arregimentadores do Clube do Bode, grupo de destaque por unir informalidade, humor e amor pelas artes. A força, a riqueza, a diversidade da cultura e da identidade cearenses encontraram em Audifax Rios, a um só tempo, um protagonista e um multiplicador. Os saberes e fazeres, as questões e as conquistas do Ceará profundo foram revelados pelo artista, para nosso privilégio.
Por tudo isso, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará manifesta solidariedade aos familiares, amigos, colegas de tantas frentes de atuação, leitores e apreciadores das obras de Audifax Rios, bem como a todo o povo cearense, neste momento de perda irreparável. Que a vasta obra deste grande e multifacetado artista siga instigando novas gerações e inspirando a todos nós.
Fonte: Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado/ Casa Civil
Foto: Banco de Dados do jornal O POVO

"Elano de Paula", o devaneador, por João Soares Neto


Elano alterou o compasso da vida de muita gente. Explico: Eu o conheci no quarto final dos anos 60. Nesse tempo, eu, recém-formado, havia voltado dos Estados Unidos após concurso. Por último, estivera na Europa onde alguns formandos em administração tiveram a audácia de, por ideia nossa, ir ver o Velho Mundo. Passagens luminosas na Fundação C. Gulbekian, em Lisboa,e na École Nationale de Administration, em Paris. Rodamos, de ônibus, pela Espanha, Suíça e Itália. Em Roma, furamos o cerco e vimos o aparato do Concílio Vaticano II.
De volta, posto em estudos e trabalhos múltiplos. Solteiro, participava, à noite, de turma no Náutico. Eu era o benjamim. Entre outros, pontificavam Fernando Távora, Lustosa da Costa, Lúcio Brasileiro e Danilo Marques.
Um dia, o Danilo informou que iria ao aeroporto apanhar o engenheiro Elano Paula. Disse que Elano estava querendo entrar no sistema financeiro da habitação do BNH. Eu, saído, falei: li tudo sobre o BNH. Na verdade, por minha inata curiosidade e formação em direito, havia lido a legislação do SFH. Danilo arregalou os olhos e pediu para levá-lo ao velho aeroporto no meu Karmann Ghia (cupê da VW com design italiano da Ghia).

domingo, 26 de abril de 2015

Audifax Rios: a perda de um artista plural


AUDIFAX RIOS, um dos artistas mais queridos e talentosos do Ceará, partiu subitamente nesse 25 de abril. A missa será amanhã, às 15h, no Jardim Metropolitano. O funeral se dará em sequência, às 16 horas.
Audifax, como tudo que ele amava e cuidava, é inesquecível. Como é difícil perder pessoas assim. É como um chute no coração.
Viva, meu irmãozinho. Viva pra sempre!


sexta-feira, 24 de abril de 2015

"Poesia de Leve", do Brechó Literário Rimbaud​ (25.04)


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O Brechó Literário Rimbaud​ realiza neste sábado, dia 25 de abril, das 14 às 18h30, a quarta edição da "Poesia de Leve".
Na edição, uma homenagem a Augusto dos Anjos, com Tetê Macambira​ e Daniel Poésio; como escritora convidada: Rejane Nascimento​; a música de Levi Gadelha; e diversos poetas convidados.
Serviço
Data e horário: 25 de abril, sábado, das 14 às 18h30
Local: Brechó Literário Rimbaud (rua Aratuba, 2142, quase esquina com a av. 13 de Maio – a rua nasce em frente ao IFCE, antiga Escola Técnica)

Mais Informações: 3281.9302

Lançamento de "João e o Pé de Feijão", de Klévisson Viana com ilustrações de Hemetério


O desenhista, ilustrador e cordelista Klévisson Viana nos conta a história de João, desta vez ilustrada pelo traço colorido de Hemetério, um garoto pobre que vivia com sua mãe no sertão nordestino. Seu único bem era a vaca serenata. Um dia, sonhou com uma fada a lhe contar sobre um gigante que vivia nos céus e que roubara o tesouro de Jesuíno, o avô de João. Que tal trocar feijões mágicos pela Serenata?
Adaptação sensível e em poesia de cordel para o famoso clássico infantil, um dos mais atrativos em todo o mundo. E é com essa mágica que os leitores poderão ganhar os céus e encontrar as maravilhas que, até então, apenas João conhecera.

Marque um encontro com essa obra que, até então, você julgava conhecer... e leve as suas crianças!

Única obra infantojuvenil cearense a ser contemplada no edital do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa.

Participação especial da Casa do Conto, contando histórias para os pequenos e grandes leitores presentes.
Serviço
João e o Pé de Feijão, de Klévisson Viana
Ilustração: Hemetério
Data: 25 de abril de 2015, sábado, a partir das 17h
Local: Espaço O POVO de Cultura & Arte
Investimento: R$ 32,00
Edições Demócrito Rocha
Visite a Livraria Virtual da FDR e conheça um mundo de títulos: livraria.fdr.com.br

quinta-feira, 23 de abril de 2015

"Um Dândi Pós-Moderno", posfácio de Pedro Salgueiro para "Crônicas Absurdas de Segunda"


Difícil alguém não ter ainda avistado pelas ruas de nossa loirinha desmiolada pelo sol esse sujeito branquelo, alto e desengonçado, com esvoaçante cabeleira branca, calças quase sempre de cores pouco convencionais, camisetas igualmente com estampas aberrantes, oclinhos de John Lennon a dar realce ao rosto estranho de nariz longo e olhos esbugalhados. Não raro alguém o confunde com um excêntrico estrangeiro, um desses predadores que invadem nossa Fortaleza Voadora durante o ano inteiro atrás de nossos sol, sal e putas. Impunemente, o indiscreto caminhante palmilha rua a rua de nossa provinciana metrópole, bairro após bairro, distribuindo sorrisos e conversando com todos, de singelas donas de casas que varrem calçadas a belas e incautas moças namoradeiras; nosso don juan de subúrbio parece estar em mil lugares ao mesmo tempo.
Eu mesmo conheci esse singular personagem faz 10 anos, quando ia com meu amigo Sânzio de Azevedo para uma festa do livro em Aracati: mal nos sentamos no apertado transporte, quando apareceu – com seu sorriso cativante e a inseparável máquina fotográfica a tiracolo, já se apresentando como escritor recém-publicado – aquele que se tornaria um de meus melhores amigos dos últimos tempos: em poucos minutos o cabeludo resumiu sua vida inteirinha, falou do seu passado de aluno do Colégio Militar de Fortaleza, fisioterapeuta com clínica montada, quadrinista premiado, militante ecológico, também contou dos seus projetos presentes e futuros, deu opinião abalizada sobre dúzia e meia de assuntos, de música popular brasileira a culinária, de política a futebol, isso tudo sem parar um instante sequer, levantar-se, tirar fotos, perguntar alguma coisa ao motorista e, pasmem, até fazer amizade com o restante dos passageiros do lotação.
Daquele dia em diante nos tornamos amigos de convivência quase diária, além de dividirmos há 8 anos uma coluna alternada e quinzenal no jornal O POVO: aprendemos o novo ofício de cronistas na marra, eu – um casmurro ermitão que mal fala e que quase não sai de casa – tive (e tenho ainda) sérias dificuldades; já ele – conversador nato e andarilho de primeira linha, desses que ficam a vontade em qualquer local e com variadas classes sociais dialoga sem assombros – se sentiu em casa. Um dândi a flanar pela cidade, a colher assuntos com sua sensibilidade fina, sua simpatia ambulante, seu sorriso cativante e seus gestos largos. Em pouco tempo estava senhor da situação, zanzando de ônibus com José de Alencar, batendo papo com Milton Dias e, acreditem, sentado na praça dos Leões com Rachel de Queiroz; enfim: costurando o presente e o passado de maneira leve e criativa – mas não se enganem com a espontaneidade do andarilho de óculos redondos e calças listradas, por trás dele se encontra um leitor voraz, um pesquisador cuidadoso e dedicado, amante dos nossos clássicos alencarinos – deles sabe quase tudo, e o que ainda não aprendeu descobre em demoradas ligações para o grande Sânzio de Azevedo, sempre tão disponível a todos que o procuram.
Ao talento literário soma-se uma vocação danada para editar livros, trabalho que faz com um amor só comparável ao que tem pelas duas filhas gêmeas, pelas quais demonstra um comovente amor paternal, orgulhoso e dedicado, desses que lhe marejam os olhos e lhe tremem a fala só de recordá-las.
Todos os que convivem com Raymundo Netto são unânimes em exigir dele uma maior dedicação à literatura: que escreva logo a esperada continuação da sua novela Cadeiras na calçada (que faz agora mesmo dez anos de publicação), que lance uma segunda edição do seu inquietante (e premiado) livro de contos Os Acangapebas, que, enfim, deixe um tempinho em sua apertada agenda de trabalho para burilar seus novos textos. E quando cobramos, quase exigimos, ele apenas ri, mas como ele ri de quase tudo e de todos, ficamos na esperança de que não massacre com trabalhos vãos o seu excepcional talento literário.
Felizes já ficamos ao sabermos que, para comemorar os 10 anos de sua estreia em livro e os 8 anos de escritas jornalísticas, ele organizou uma coletânea de suas crônicas d’O POVO – especificamente aquelas que tratam de temas literários –, a que deu o sugestivo (e ambíguo) título de Crônicas absurdas de segunda.
A esse amigo raro, incansável editor, pai amoroso, escritor com talentos vários, desejamos que lhe venham mais décadas e décadas de crônicas, novelas, contos, quadrinhos, filhos e amores – mas que não deixe nunca de flanar por aí, chafurdando ruas, criando caminhos pelas nossas irregulares calçadas, que não deixe jamais de colocar suas velhas cadeiras nelas, que continue povoando brancas páginas com seus insólitos (e tão nossos) personagens e, principalmente, não deixe de nos brindar a todos – os muitos amigos e até os raríssimos inimigos – com sua presença marcante, criativa, amorosa e terna.

Pedro Salgueiro

(para o posfácio de Crônicas Absurdas de Segunda)


sábado, 18 de abril de 2015

"Fortaleza Pajeú", de Raymundo Netto para O POVO


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Foto: Milena Bandeira

Fortaleza aniversaria: 289 anos! Quem diria, tão jovem e vaidosa, menos bela, com a carinha parecida com a de nossa gente.
Numa arrogância e provincianismo históricos, encontro pessoas que torcem o nariz para ela, a desconhecem, e bradam revoltadas, em seu confortável “apavoramento”, que pagam impostos, e isso é bem verdade, mas também é verdade que não podemos abrir mão de nosso papel cidadão de cuidar daquilo que nós dizemos amar. O que se vê todos os dias é que não a reconhecemos como NOSSA cidade, a destratamos, limitando o nosso olhar à garagem e ao hall umbilical de nosso apartamento, lançando a sua sorte à gestão do momento, na esperança idiótica do herói, seja o prefeito, o governador, o presidente, aqueles que, como milagre, e em troca de um votinho, farão tudo por nós.
Assim, a Fortaleza vai se perdendo em seu leito, mas não o Pajeú, este envergonhado, escondido embaixo do concreto, ou carregando pilhas de lixo em seu curso pálido. Junto à sombra dos muros do forte, a flor do Brasil se prostra carcomida na promessa esquecida dos ingratos moacires: “Fortaleza, sempre havemos de te amar”.
Mas, em meio a tudo, um consolo: numa ação da Secretaria de Cultura de Fortaleza, durante o 6º Seminário do Patrimônio Cultural, foi lançada a segunda série de títulos da Coleção Pajeú, em formato de bolso, concepção e coordenação editorial do amigo e escritor Gylmar Chaves, composta de títulos que contemplam alguns bairros da cidade. No ano passado, tive o prazer de compor a primeira série com o título Centro: um ‘coração’ malamado. Ao meu lado, outras personalidades desmanchavam seus olhares sobre a cidade nas folhas da coleção de grandes livrinhos – o editor nos permite escrever no gênero e/ou na perspectiva que quisermos dar ao texto, favorecendo uma diversidade e liberdade tão generosa quanto a que vemos por meio das janelas de nossas casas, dos ônibus ou mesmo pelas solas de nossos calçados –, como: Fernanda Coutinho (Maraponga), Audifax Rios (Mucuripe), Pedro Salgueiro (Pici), José Borzacchiello da Silva (Parangaba), Edmar Freitas (Messejana) e Bernardo Neto (Barra do Ceará). Em 2015, a coleção ganhou volume e novos olhares: Sânzio de Azevedo (Aldeota), Carlos Vazconcelos (Parquelândia), Arlene Holanda (Benfica), Gylmar Chaves (Aerolândia), Cláudia Leitão (Jacarecanga) e José Mapurunga (Bom Jardim).
A novidade foi a inserção na coleção de um livro destinado ao público infantil, escrito por Fabiana Guimarães e com a ilustração do talentoso Eduardo Azevedo: Parque da Liberdade e o menino poeta, local belíssimo de nosso “malamado” Centro, também conhecido como “Cidade da Criança”, logradouro acolhido pelo grupo literário Padaria Espiritual em sua folha O Pão!
E assim, resta-nos a esperança da memória escrita, lida, passada a frente, como tentativa de emprestar esses olhos às futuras gerações, já que não sabemos o que nos espera e o que vai sobrar em pé, entre tijolos e afetos. Acorda, Fortaleza! 


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Espetáculo "Baldio", com o Pavilhão da Magnólia, às terças de abril e às quintas de maio


Quais são os limites entre o que é real e o que é representação? Como as histórias e reminiscências dos atores constroem a trama? O pontapé de “Baldio” é a figura de um cão vira-lata em situação de abandono, inspirado numa das narrativas do livro Contos de Lugares Distantes, do escritor australiano Shaun Tan. O signo do animal abandonado reverbera na criação dos atores, em memórias oscilam entre delicadezas e violência. Esse é a imagem que emoldura os contrastes e oposições do espetáculo. A obra ultrapassa o relato e mistura a linguagem cinematográfica na cena sob a direção audiovisual de Lenildo Gomes e suporte técnico de Victor Grilo.
O texto, construído em processo, é assinado pelo vencedor do prêmio Funarte de Dramaturgia em 2014, o dramaturgo paraibano Astier Basílio. A direção é do professor chileno, radicado em Fortaleza, Héctor Briones, sendo uma parceria do Pavilhão da Magnólia com o Laboratório de Poéticas Cênicas e Audiovisuais (LPCA) do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC).


Ficha técnica
Direção: Héctor Briones; Dramaturgia: Astier Basílio; Assistência de Direção e Preparação Corporal: Edivaldo Batista; Elenco: Denise Costa, Eliel Carvalho, Jota Jr. Santos, Nelson Albuquerque e Silvianne Lima; Participação especial de Hylnara Anny Vidal e Edivaldo Batista; Iluminação: Wallace Rios; Trilha Sonora: Ayrton Pessoa (Bob); Concepção de Cenário: Héctor Briones; Desenho de Cenografia: Elaine Nascimento; Cenotécnica: Ricardo Barroso; Designer: Carol Veras; Direção Audiovisual: Lenildo Gomes; Técnico de Audiovisual: Vitor Grilo; Apoio Audiovisual: Hylnara Anny Vidal; Teaser: Diego Souza; Fotos: Paula Yemanjá; Figurinos: Li Mendes; Costureiras: Marli Lima e Arli Figueiredo; Coordenação de Produção: Nelson Albuquerque; Produção Executiva: Jota Jr. Santos e Silvianne Lima.



Sobre o Pavilhão da Magnólia
O Pavilhão da Magnólia, surgido em 2005, é um dos expoentes grupos de teatro de Fortaleza, com uma prática voltada para ações que movimentam a cena cultural da cidade. Com produções para o palco, rua e para o público infantil, o Pavilhão produziu espetáculos como: “A Revolta das Coisas (2005)”, “O Pássaro Azul (2008)”, Pétalas (2009), “Festa” (2012) e outros. O Pavilhão realiza residência artística no Teatro Universitário desde 2012, sendo um dos principais agentes responsáveis pela revitalização do espaço e, desde 2014, o grupo realiza também o projeto “Centro em Cartaz” no Teatro Carlos Câmara, em parceria com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, revitalizado recentemente após 20 anos abandonado.

Serviço:

Baldio 
Temporada: todas as terças, mês de abril, e às quintas no mês de maio
Horário: 20h
Local: Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno (avenida da Universidade, 2210 - Benfica, Fortaleza)
Ingressos: R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia)

Mais Informações sobre o Pavilhão:

terça-feira, 14 de abril de 2015

"Autores em Contexto", nova programação literária do Sesc, recebe Audifax Rios (15.4)


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Convidado: Audifax Rios
Mediador: Carlos Vazconcelos
Data e horário: 15 de abril, quarta-feira, às 19h
Local: Sala de Vídeo SESC Centro
(rua 24 de Maio, 692, Centro)
Informações: 3455.2118/ 3452.9066
Realização: Fecomércio | Sesc
ENTRADA GATUITA!

Na ocasião, haverá o lançamento de Dragão do Mar e seu Tempo, de Audifax Rios.


Sobre o entrevistado: AUDIFAX RIOS (1946) nasceu em Marco, distrito de Santana de Acaraú, Ceará, sendo o seu embaixador mais prestigiado. É ilustrador (traço inconfundível), cenógrafo (começou na TV Ceará), publicitário, artista plástico, almanaqueiro, pesquisador, poeta, cronista e romancista. Tem diversos livros publicados. O seu primeiro livro foi Bar Peixe Frito. A maturidade literária veio com a trilogia de romances: Memória de Encantamento (Os búfalos de campanário, Migalhas para serpentes e Voe comigo quando desmorrer). Trabalhou no Correio do Ceará e Unitário. Hoje, escreve crônicas, às sextas-feiras, no jornal O POVO. Também é o responsável pelo almanaque De Um Tudo.


Lançamento dos novos títulos da Coleção Pajeú (16.4)


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Lançamento de novos títulos da Coleção Pajeú
pela Secretaria de Cultura de Fortaleza,
como parte da programação do
6º Seminário do Patrimônio Cultural de Fortaleza

Data: 16 de abril, quinta-feira, às 18h
Local: Salão Carnaúbas do Museu da Indústria
(rua Dr. João Moreira, 143, Centro - em frente ao Passeio Público)
Curadoria da Coleção: Gylmar Chaves
Informações sobre o lançamento e a coleção: 3105.1291

Sobre a Coleção Pajeú:
A coleção Pajeú é composta de títulos, em formato bolso, escritos por personalidades da literatura e/ou da cultura cearenses, que se dirigem a memória e a relatos ou textos sobre os bairros de Fortaleza, destinados a públicos de todas as camadas sociais, comunidades inseridas no bairros contemplados e alunos da rede pública de ensino.
Os primeiros títulos publicados em 2014 foram: Centro (Raymundo Netto), Maraponga (Fernanda Coutinho), Messejana (Edmar Freitas), Mucuripe (Audifax Rios), Parangaba (José Borzacchiello da Silva), Pici (Pedro Salgueiro) e Barra do Ceará (Bernardo Neto).
Em 2015, os novos títulos que serão lançados são: Aldeota (Sânzio de Azevedo), Jacarecanga (Cláudia Leitão), Benfica (Arlene Holanda), Parquelândia (Carlos Vazconcelos), Aerolândia (Gylmar Chaves) e Bom Jardim (José mapurunga).


Palestra e Curso de História da Arte, com Jorge Coli, na Programação do Espaço O POVO.


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Nos dias 16, 17 e 18 de abril, o historiador da arte e professor da Unicamp Jorge Coli estará em Fortaleza para participar da programação do Espaço O POVO de Cultura & Arte.
Coli ministrará uma palestra na UFC, na quinta (16/4), no auditório José Albano, às 18h30min, com o título “Arte e nudez: perspectiva histórica”, e o curso “História da Arte: modernistas para o século XX”, no Espaço O POVO de Cultura & Arte, na sexta (17/4) e no sábado (18/4), das 14h às 18h.
A palestra na UFC e o curso a ser realizado no espaço O POVO são GRATUITOS. Para saber mais sobre o curso e como realizar a sua inscrição, leia a seguir:

Sobre o curso GRATUITO “História da Arte: modernistas para o século XX”
O fim do século XIX, na Europa, e a primeira metade do século XX, no Brasil, ficaram escritos como um tempo em que a arte tornava-se moderna, vanguarda da sua história. No curso História da Arte: modernistas para o século XX, o professor Jorge Coli, professor titular da Unicamp, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, doutor em filosofia e com vasta experiência em história da arte, pintura, estética e cinema traçará um panorama crítico desse período histórico.

Formulário de Inscrições: 
http://edicoesdemocritorocha.com.br/comprar-minicurso/?idpost=2754&idCurso=55

Curso gratuito, vagas limitadas (70 vagas).
Data: dias 17/04 (sexta) e 18/04 (sábado)
Horário: das 14h às 18h.
Local: Espaço O POVO de Cultura & Arte (na avenida Aguanambi, 282, sede do jornal O POVO - Estacionamento gratuito ao lado da sede d´O POVO).

Importante: Este curso disponibilizará um certificado de participação que será emitido no próprio site a partir do dia 12 de maio de 2015.  O certificado será conferido mediante a comprovação por meio de assinatura do cursista na relação de presenças.


ATENÇÃO, inscritos: Os inscritos deverão comparecer ao Espaço O POVO até às 14h15min, pois logo após o referido horário, as vagas serão disponibilizadas para os presentes em espera, concluindo o número previsto de vagas.

SAIBA MAIS sobre a programação mensal do Espaço O POVO. Acesse o blog:
http://blog.opovo.com.br/espacoopovo


sábado, 11 de abril de 2015

Sobre "Crônicas Absurdas de Segunda", por Raymundo Netto


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Ainda em fevereiro de 2007, a jornalista Camila Vieira assinou a matéria “Fio da Imaginação”, que apresentava os novos cronistas de segunda, convidados pela editora Regina Ribeiro para o caderno Vida & Arte do jornal O POVO: eu, Jorge Pieiro, Pedro Salgueiro e Fabiano dos Santos. Iniciava: “Aguçar o olhar e dar fio a imaginação. Eis os dois maiores exercícios de qualquer cronista que pretende flanar pela cidade, segundo o escritor cearense Raymundo Netto.”
Foi daí que na segunda-feira, 5 de março de 2007, despontava na página 6 do caderno “A moça do zepelim prateado”, minha primeira contribuição há oito anos passados e presentes. Nela, contei com Rachel de Queiroz, não a escritora em carne e osso, mas em bronze de estátua da praça dos Leões, a conversarmos em uma urbanita manhã de chuva sobre o exercício fabril e febril da crônica.
O texto fechava o caderno, última página, quando na primeira se clamava em letras garrafais: “Sim, nós amamos o Chico!”, anunciando a chicofilia e o show “Carioca”. Nas outras páginas, via-se dom Airton Monte, cronista heroico do periódico, discorrendo sobre uma revolucionária teoria de Alano Freitas sobre relações entre homens e mulheres, enquanto o José Simão, esculhambador geral da República, pingava o seu colírio alucinógeno sobre o papa. O caderno, além de falar ainda mais sobre o Chico, indicava a estreia da novela Paraíso Tropical, e, no meio desse Paraíso, debulhava conflitos no Centro Cultural Dragão do Mar e o almejado retorno das aulas da Escola de Audiovisual da Prefeitura de Fortaleza.
Durante anos, acompanhei jornais e noticiários, perambulava pela cidade e lia autores cearenses, enquanto conhecia outros, já que apenas recentemente (em 2005, quando publiquei “Um Conto no Passado: cadeiras na calçada”, meu primeiro livro) me havia sido apresentado de perto o cenário literário local.
Estava entusiasmado com o movimento das coisas, com os inúmeros lançamentos que participei, o novo círculo de amizades, a publicação de revistas literárias, as conversas interessantes em bares, praças e sebos, as promessas do porvir, a experimentação de outros gêneros, a militância de empolgação quase estudantil.
Nesse meio tempo, nas crônicas de segunda, eu me permitia encontrar com esses autores que lia. Alguns estavam mortos, é verdade, mas não menos vivos que os demais. E esses encontros me eram tão sinceros, a proporcionar um aprendizado incomum. Na cabeça doente de escrevinhador, não havia dúvida da realidade de tais encontros. Estive mesmo com eles! Após a publicação de cada uma dessas crônicas, não me sentia mais o mesmo. Era fabuloso andar de ônibus com o rabugento Alencar falando mal de crônicas ou da estátua de Iracema na lagoa de Messejana; assistir à luta do poeta José Alcides Pinto com um dragão que veio de Sobral para destruir Fortaleza; conhecer a casa de Milton Dias após receber dele uma carta; acompanhar um enterro ao lado de um inconveniente Quintino Cunha; discutir sobre o exercício do direito com Clóvis Beviláqua; papear com Airton Monte em corpo de barata; encontrar-me num milharal de papel crepom com um espantalho que era a cara do Francisco Carvalho; ao lado de Lustosa da Costa acolher um transloucado e saudoso major Facundo quando ele decidiu sair de sua sepultura; conhecer, por meio do Audifax Rios e Ciro Colares, a Academia do Beco; tomar café com o Zé Pereira da Luz em meio a nuvens do céu; reunir-me com a Ana Miranda e seus amigos no fundo da sopeira da sua avó, entre outros tantos e tantos momentos, aparentemente absurdos, inesquecíveis.
São esses encontros que insuflam as “Crônicas Absurdas de Segunda”, uma declaração desajeitada e coletiva de amor à república do nosso Ceará-Moleque: Fortaleza!

Serviço
Crônicas Absurdas de Segunda
lustrações de Capa e Miolo: Valber Benevides
Ilustrações originais das edições em jornais: Carlus Campos e Guabiras
Apresentação e Introdução do livro (respectivamente): Ana Miranda e Sânzio de Azevedo
Posfácio: Pedro Salgueiro
Apresentação do autor (lançamento): Fabiano dos Santos, secretário adjunto da Cultura do Estado do Ceará.
Data e horário: 11 de abril (sábado), a partir das 17 horas.
Local: Espaço O POVO de Cultura & Arte (av. Aguanambi, 282 - anexo ao jornal O POVO) - estacionamento gratuito ao lado do jornal.
Preço especial de Lançamento: R$ 30,00
E, em seguida, às 19h, show com a cantora Teti.

EM BREVE, após a semana de lançamento, na Livraria Virtual da FDR: www.livraria.fdr.com.br