domingo, 18 de dezembro de 2022

"As Crianças dos Olhos Brancos", Martin Mystère nº 28, por Raymundo Netto


 Sou grande fã dos personagens dos Fumetti (quadrinhos) italianos. Hoje, entre eles, um dos que mais acompanho com regularidade é Martin Mystère, o detetive do impossível.

Atualmente publicado pela Editora Mythos, Martin, um antropólogo, arqueólogo, perito em arte e cibernética e colecionador de objetos incomuns, criado pelo roteirista Alfredo Castelli (criador também de Allan Quatermain), gira o mundo – ao lado de seu assistente Java, um homem de neandertal, e de sua eterna noiva Diana Lombard – na busca de solucionar enigmas com origem em lendas, mitologias, magia, seitas, esoterismos e outras curiosas manifestações místicas que sobrevivem paralelamente, e muitas vezes à sombra, do progresso (ou não) da humanidade.

Em seu nº 28, cujo título é “As crianças dos olhos brancos”, após presenciar a curiosa ressurreição de um menino, o desaparecimento de sua noiva e insolúveis assassinatos, ao lado de Java se dirige à Ilha de Bali, província da Indonésia, na tentativa de resolver o mistério das “crianças de olhos brancos” (as 3 que ressuscitaram) e resgatar Diana.

Como sempre em suas aventuras, somos apresentados à fronteira do desconhecido, a civilizações, culturas, religiões, templos extintos ou em extinção, o que torna muito rico o roteiro e a leitura dessas histórias.

Desta vez, uma das obras literárias fundamentais da Índia, o Ramayana, famoso poema épico em sânscrito, com 24 mil versos, numa métrica de 32 sílabas, distribuídos em 7 cantos, cujo protagonista é o príncipe Rama, uma das divindades hindus mais populares, é o eixo da história, trazendo como tema a eterna luta entre o bem (Rama) – aliado aos macacos sagrados da Floresta dos Macacos de Bali (Bukit Sari) – e o mal (Rawana) – uma divindade que se alimenta dos sentimentos e pensamentos maus das pessoas, ou seja, o “demônio”.

Para quem gosta de quadrinhos, viajar (de verdade), história e cultura antiga, impossível não visitar algumas dessas inquietantes páginas do que há de melhor nas HQs contemporâneas (embora as suas aventuras se passem na década de 80).

PS: o formatinho atual está esteticamente melhor, além de ser mais duradouro (capa em papel cartão plastificado e miolo em papel off-set). E melhor: se você quiser, ainda pode adquirir toda a nova série que está, hoje, no número 31. Eu tenho todas.




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