Sou grande fã dos personagens dos Fumetti (quadrinhos) italianos. Hoje, entre eles, um dos que mais acompanho com regularidade é Martin Mystère, o detetive do impossível.
Atualmente publicado
pela Editora Mythos, Martin, um antropólogo, arqueólogo, perito em arte e
cibernética e colecionador de objetos incomuns, criado pelo roteirista Alfredo
Castelli (criador também de Allan Quatermain), gira o mundo – ao lado de seu
assistente Java, um homem de neandertal, e de sua eterna noiva Diana Lombard – na
busca de solucionar enigmas com origem em lendas, mitologias, magia, seitas, esoterismos
e outras curiosas manifestações místicas que sobrevivem paralelamente, e muitas
vezes à sombra, do progresso (ou não) da humanidade.
Em seu nº 28, cujo
título é “As crianças dos olhos brancos”, após presenciar a curiosa ressurreição
de um menino, o desaparecimento de sua noiva e insolúveis assassinatos, ao lado
de Java se dirige à Ilha de Bali, província da Indonésia, na tentativa de
resolver o mistério das “crianças de olhos brancos” (as 3 que ressuscitaram) e
resgatar Diana.
Como sempre em
suas aventuras, somos apresentados à fronteira do desconhecido, a civilizações,
culturas, religiões, templos extintos ou em extinção, o que torna muito rico o
roteiro e a leitura dessas histórias.
Desta vez, uma das
obras literárias fundamentais da Índia, o Ramayana, famoso poema épico
em sânscrito, com 24 mil versos, numa métrica de 32 sílabas, distribuídos em 7 cantos,
cujo protagonista é o príncipe Rama, uma das divindades hindus mais populares,
é o eixo da história, trazendo como tema a eterna luta entre o bem (Rama) –
aliado aos macacos sagrados da Floresta dos Macacos de Bali (Bukit Sari) – e o
mal (Rawana) – uma divindade que se alimenta dos sentimentos e pensamentos maus
das pessoas, ou seja, o “demônio”.
Para quem gosta de
quadrinhos, viajar (de verdade), história e cultura antiga, impossível não
visitar algumas dessas inquietantes páginas do que há de melhor nas HQs contemporâneas
(embora as suas aventuras se passem na década de 80).
PS: o
formatinho atual está esteticamente melhor, além de ser mais duradouro (capa em
papel cartão plastificado e miolo em papel off-set). E melhor: se você quiser,
ainda pode adquirir toda a nova série que está, hoje, no número 31. Eu tenho
todas.
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