Quando
menino (o filme é de 1972) eu ouvi "Baioque" pela primeira vez. Não
lembro o motivo dela ter me chamado mais atenção do que qualquer outra na época,
mas depois, bem depois, passei a procurá-la
e "lê-la" com um interesse diferente.
Era já
a poesia de alguma forma apunhalando-me e esculhambando a minha vida...
Para assistir ao trecho de "Quando o Carnaval Chegar", de Cacá Diegues, acesse:
Quando
eu canto, que se cuide
Quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada
Não conhece perdão
Quando eu rio
Quem não for meu irmão
O meu canto, punhalada
Não conhece perdão
Quando eu rio
Quando rio, rio seco
Como é seco o sertão, meu sorriso
É uma fenda escavada no chão
Quando eu choro
Quando choro, é uma enchente
Surpreendendo o verão
É o inverno, de repente
Inundando o sertão
Quando eu amo
Quando amo, eu devoro
Todo o meu coração eu odeio
Eu adoro numa mesma oração
Quando eu canto
Mamy, não quero seguir definhando sol a sol
Me leva daqui, eu quero partir
Requebrando um rock and roll
Nem quero saber como se dança o baião
Eu quero ligar, eu quero um lugar
Ao sol de Ipanema, cinema e televisão
Nenhum comentário:
Postar um comentário