Numa
sexta, após discutir por horas no Café-Clube de Leitura do Espaço O POVO de
Cultura & Arte, alguns contos de autoras sobre relações afetivas (namoros,
casamentos, relação de mães e filhos, rejeição, separação, amor, esquecimento, morte, ódio, neuroses e desejos insatisfeitos, compensações e outras coisas mais), quem diria que acabaria no cinema
para assistir justamente o filme "Álbum de Família".
O
momento mais suave foi encontrar à porta do cinema o poeta e professor Adriano
Espínola, em breve passagem em Fortaleza, já me prevenindo que o filme era
pesado (curiosamente, na saída, no shopping ao lado, encontrei a escritora e
também professora Lourdinha Leite Barbosa... que bom que nós "fantasmas andantes" temos oportunidade de encontrarmos com essas pessoas no meio de nosso
caminho vagante.)
Enfim,
no filme, dirigido por John Wells e originalmente escrito por Tracy Letts, o velho
poeta Beverly (Sam Shepard), não aguentando mais a vida ao lado da esposa
Violet (Meryl Steep), doente de câncer na boca e viciada em medicamentos, contrata
uma empregada, uma índia, desaparece de casa e se mata. As filhas Bárbara
(Júlia Roberts) e Karen (Juliette Lewis) que não moram na cidade, e Ivy (Julianne Nicholson), a única que ficou com os pais, se reúnem para as cerimônias fúnebres e são envolvidas numa tremenda lavagem de roupa (íntima) suja de uma
vida inteira. Irmãos, pais, tios, cunhados, neta e primo.
Bárbara
chega com o marido (Ewan McGregor) e a filha (Abigail Breslin). Não diz nada, mas
a mãe já sabe que ela está separada (por conta de uma garota que apareceu na
vida dele). A relação dela com a filha também não é das melhores. Assim, como a
vida da fragilizada irmã Karen, noiva de Steve (Dermot Mulroney), com três
casamentos no passado e que, durante a narrativa tenta seduzir a adolescente filha
de Bárbara, e a história misteriosa de Little Charles, sobrinho de Violet,
filho desprezado pela irmã (Margo Martindale), para o desespero do paciente
cunhado, Charles (Chris Cooper), e da instável e insegura Ivy.
Embora
consiga extrair algumas risadas, o filme é drama pesado, pesadíssimo, sem
exagero, ou melhor, com muito, movido por
humilhações, xingamentos, exposições de fragilidades. O elenco, por ser
de altíssima qualidade, garante a verdade em tudo, seja na questão da
dependência química, da maldade materna (que parece ser genético e hereditário),
no suicídio, alcoolismo, muita maconha no ar, divórcio e pedofilia. Um álbum,
digo, um prato cheio para qualquer cinéfilo que gosta de algo mais além de
comer pipoca.
Raymundo, aconselho também outro filme em cartaz atualmente: "O Lobo de Wall Street". É simplesmente sensacional, você não vê o tempo passar (e olha que o filme tem quase 3h de duração). Abraço!
ResponderExcluirIrei assistir, Rafael, obrigado. Já me indicaram também, embora tenha outros na fila que estão para sair de cartaz. Abração, cara.
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