Para assistir ao trailer legendado, acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=J24AlOYHpVU
"Não podemos viver para
sempre."
Ontem pude assistir, após uma ótima
apresentação históricoliteropsicanalítica sobre a obra dostoieviskiana, o filme
A Menina que Roubava Livros., adaptação
da obra homônima do australiano Markus Zusak. Nunca li o livro, o que me faz
falta agora, pois tenho a leve suspeita, por questões técnicas, que é o tipo do filme que será alvo de críticas negativas.
Bem, a história tem uma narradora
privilegiada: a morte. Por um motivo qualquer ela simpatiza com a menina Liesel
(Sophie Nélisse), que se encontra em viagem com a mãe e o irmão num trem a
golfadas brancas de fumaça num cenário branco de uma gélida Alemanha
hitleriana.
Sua mãe, uma comunista, é obrigada a entregar
a filha com um casal de pobres alemães: ele, Hans, interpretado magistralmente,
como sempre, por Geoffrey Rush (um pintor de letreiros, simpaticíssimo, conhecido
por ser preguiçoso) e ela, a sofrida e corajosa Rosa (uma lavadeira e
passadeira), interpretada por Emily Watson.
A menina Liesel, antes de ser acolhida
pelos pais adotivos, assiste ao enterro do irmão, morto em viagem. Encontra no
chão um livro abandonado e sente-se atraída por ele. Leva-o com ela, como se
fora uma lembrança da família. Ela não sabe ler, por isso não sabe do que se
trata. Saberá depois...
Quando é recebida pelos pais adotivos, é
vista pelo menino Rudy, que mora na casa ao lado, na rua Paraíso, e ele se
apaixona perdidamente pela menina e se torna seu melhor amigo, parceiro e
confidente, sempre à espera de um beijo dela.
Mais tarde, conhece Max, um judeu, um
amigo das sombras, que se refugia no porão da casa de seus pais e, com ele, vai
encontrar o sentido da literatura, do olhar literário, do ver com os próprios
olhos. Ensinamentos doces e bonitos. Dentre os quais se perceber que a maioria
dos sofrimentos começam após uma aparente felicidade.
Assim, é no meio da violência da guerra
de uma Alemanha nazista, que Liesel vai aprender a ler, a amar os livros, a
conhecer o amor, a paz, a guerra, a alegria, a tristeza, a solidariedade, o
medo e entender mais sobre todas as coisas que a vida (e/ou a morte) nos apresenta
e que, às vezes, a gente finge que não vê porque os seres humanos nos assombram
e porque os nossos olhos só veem mesmo o que querem, como se o mais fosse insuportavelmente
doloroso. Mas há esperança no filme, muita, felizmente, pois precisamos dela,
mesmo diante da total e absoluta vontade de ir embora.
Gostei muito. Independentemente de.
Muita beleza em tudo, principalmente na pureza do sentimento de amor, isento de
vilanias e ressentimentos, das crianças.
"Quando a vida lhe rouba, às vezes,
tem-se que roubar de volta."
Para evitar inevitáveis spoilers, paro por aqui.
Assistam!
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