segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"Ad Verso", poesia para a vida não ficar tão vazia, de Raymundo Netto (21.10)


Esqueço-me entrestrelas que temem a escuridão
Permanentes, incendiadas
No alto da virgem solidão
A curtir na minha pele o esmigalhar de infinitos.
Em seus ritos, despejam os dias cinzentos, como nos ventos a carrear as tristezas,
As amarguezas,
As palavras a me virem secas como gretas em meu chão.
Nunca de o amor chegar à hora marcada
Nunca de o desejo minar exposto
Nunca de o sorriso brilhar o rosto

Morro, morro, morto.

E, após a morte, renasço na sorte tão igual em minha diferença,
Em minha crença, em meus sonhos doentes,
Nas tardes de meus dias, tais quais manhãs sonolentes.
Recebo a noite dum silêncio antecedo a escorrer no telhado
Do seu céu a me chegar num arremedo tão azul quanto o pejo estrelado.
Face, doce, beijo, molhado.


Um comentário:

  1. Beijo, molhado...
    sentirei saudades das nossas conversas, do seu olhar distante em um outro mundo, talvez só seu..
    Sentirei saudades em insistir para que fique por aqui, pelo menos enquanto tem de viver essa 'pregAção'..

    O jeito manso que é só seu e o riso gostoso que salta aos olhos vezes ou outras, esse fará falta..

    E sobre o "Nunca de o amor chegar à hora marcada" acho que confias muito é no seu relógio que está sempre é apitando em horas, talvez, erradas..

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