Nesses
dias os jornais deram amplo espaço à celebração do centenário de nascimento de
Rubem Braga. Não sei se ele chegou a morar na Bahia. Consta que além do Rio,
trabalhou em jornais de Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Porto Alegre. Mas,
em compensação, foi colega de pensão de Jorge Amado em São Paulo e fez um livro
ilustrado por Caribé sobre o Espirito Santo.
Os
jornais estão cheios de estorinhas sobre ele, contadas por amigos e
admiradores. A cobertura onde morava ficava a poucos metros da minha, aqui em
Ipanema. Um dia ele até me enviou uma foto do meu apartamento tal qual ele o
via pelo espelho de seu quarto.
Hoje
há entre nós, além da eternidade, o Complexo Rubem Braga - uma torre de dez
andares que é a tão aguardada estação do metrô.
Fomos
colegas no Conselho Editorial da Francisco Alves nos anos 70. Naquele Conselho
só me lembro de ele ter indicado um livro sobre como tratar passarinhos. Sobre
passarinhos conversávamos e ele me ensinou como alimentar os bem-te-vis na
minha cobertura. Em compensação quando sugeri que o Jiro Takanashi, da Ática,
publicasse crônicas de Rubem, Jiro pegou logo a ideia e criou a coleção “Gostar
de ler” que faz a cabeça de varias gerações.
Estivemos
juntos em congressos, em concursos literários, e claro, na casa de Tônia
Carrero. E eu que sendo professor tinha que ler teses de alunos e certos livros
chatos, invejava-o por ter me dito que só lia o que gostava. Suas amizades
políticas valeram-lhe ser embaixador no Marrocos e adido comercial no Chile.
Nada mais anti-Rubem Braga.
Há
até uma inacreditável foto dele de fraque e cartola como embaixador. Tinha um
ar bonachão e, metendo-se em política, foi preso; e sendo o cantor dos quintais
e praias, foi correspondente de guerra tanto da Revolução de 30 no Brasil
quanto da Segunda Guerra Mundial, na Itália.
Entre
os estudiosos de Rubem destaco dois: Ana
Karla Dubiela [grifo nosso], lá
em Fortaleza e Marco Antonio Carvalho que morreu sem poder receber o prêmio
Jabuti pela bela biografia de Rubem, que recomendo enfaticamente.
Muito legal, Raymundo Neto. Obrigada! Bjos!
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