Tenho
muito desconfiança e receio dessa mania norte-americana, à vista grossa da cenográfica
ONU, de “assumir as dores de todo o mundo”, feito um indesejado Super-Homem ou
qualquer um desses heróis de meia-tigela que sobrevoam os céus de cuecas ao avesso
(nunca entendi isso) e o imaginário desse povo ególatra, ruim de geografia,
tarado por basquete e que enfeita tudo com gergelim, fritas e bacon.
Os Estados
Unidos, num “american dream”, enriqueceram na base do comércio e fabricação de
armas, ou de largos empréstimos para a sua compra, mantendo acesas as guerras e
o terrorismo no mundo, cúmplice silencioso em discursos de “piece and love”, fazendo o seu próprio terrorismo, o econômico-predatório,
o que devasta — sem comida, sem água, sem recursos e sem jeito — os países que
nem queremos saber que existem, pois são, em sua maioria, dominados por
ditadores broncos, líderes fanáticos, habitados por gente pobre, “atrasada”,
não-cristã e doente, repletos de pestes da moda (Aids/Sida, Ébola), ou mesmo as
históricas, já extintas nos demais países, e outras novidades. Esses povos que,
se escaparem de tudo isso, ainda lhes restará a fome, a sede, a violência, a
humilhação, o desprezo, o estupro, enfim, uma série de mazelas que não nos
dizem respeito porque somos “emergentes”, já fomos pobres, “zés cariocas”, hoje,
não, somos abençoados por Deus e bonitos por natureza, exclusive os milhares de
brasileiros que ainda não entenderam direito o tal “american way of life”.
São
muitas as histórias de personagens americanos que, por não agradarem a
inteligência pentagonal, acabaram “comendo capim” cedo, geralmente mortos por
tiros de um doido que vinha passando na rua e blá-blá-blá. Mistérios
indissolúveis do senhor Columbo, via “efibiai”, “siaiei” e “mibi” na série
“Acredite se Puder”.
Não vou
mentir. Senti-me enojado com o clima de celebração transmitido pela TV mundial,
via Casa Branca, após o assassinato do Mister Bin. Triste o ufanismo daqueles a
aguardar a desejada execução e a não surpreendente “vitória” americana — por
conta disso, em único dia, o Obama aumentou em 9 pontos a sua expectativa de
eleição, o dólar aumentou sua cotação e os índices da bolsa americana subiram.
E mais:
mataram a cobra e não mostraram o pau. Cadê o homem? Jogaram no mar, enrolado
em branco, respeitando-lhe os rituais da crença... Que comédia é essa?
Por
isso lembrei também de quando eles mataram o Che Guevara, este que hoje enfeita
as camisas dos revolucionários ou pseudo-revolucionários (pelo menos ajuda a
ganhar a mulherada na faculdade). A comemoração foi daí para melhor, com
direito a troféu e tudo (como aqui bem os imitaram com a exposição do
Marighela). Não estou comparando o Che com o Osama. Aliás, este cabra santo não
era — como não é o Obama nem o Lula —, mas não aceito que os Estados Unidos tomem
nas mãos a soberania de países alheios, principalmente quando inventam motivos
para destruir seus inimigos, às vezes, ex-aliados, às vezes, gente que sabe demais
(ou de mais). Sempre tão culpados de tanta coisa, têm, a seu favor, o poder da
imagem, o homem-aranha, os programas, os filmes, a Coca-Cola, o “Toy-Story” e,
infelizmente, o “Dr. Jivago”, que é russo.
Quando os
MacAmericanos, similares ao seu herói genocida Custer, invadiram o Iraque com a
justificativa de acabar com as armas químicas, tipo assim, “Putz, foi mal, não encontramos,
ó”, mesmo após tanta devastação, ainda fizeram desserviços à humanidade, como: saque
de milhares de objetos do Museu do Iraque (dentre eles, dezenas de esculturas
assírias em marfim); a destruição, por ação de bombas ou para serem
transformados em heliportos e estacionamento de veículos militares, de sítios
arqueológicos sumérios (povo que inventou a escrita em 3.000 a.C.); a perda do
acervo de manuscritos sobre a civilização mesopotâmica, por incêndio da
Biblioteca Nacional do Iraque no dia da conquista de Bagdá; danos ao Portão de
Ishtar, a entrada principal da Babilônia, que resistiu à destruição pelos
Persas no século VI a.C., mas que, ao povo norte-americano, se rendeu.
Cabe bem
daí a nossa atenção. Pode ser que um dia eles cismem em nos tirar alguma coisa —
nossos recursos naturais, por exemplo, que ninguém no mundo tem igual, mas que por
aqui desperdiçamos — e, no afã de nos proteger de nós mesmos, será um salvem-se
quem puder, “We are the World”, pois até parece que ninguém está conosco, se
eles também não estiverem. The End.
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