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Data e horário: 20 de setembro de 2013 (sexta-feira), às 20h
Local: Terraço da Cultura no ideal Clube
Apresentação da obra e da autora: Aíla Sampaio
Sobre Sendas do Sacrário, de Hermínia Lima
“Há um silêncio no meio de nós. /Um silêncio que
fala, que não cala./ Um silêncio que diz.” Iniciei a leitura de Sendas do Sacrário, coletânea de poemas de Hermínia Lima, como aqueles que
“abrindo conchas, catam pérolas.” Podemos nele encontrar versos sedutores,
amorosos, cristalinos, a chegar-nos como se quase pudéssemos ouvir o eco
confessional do espírito à pena autoral. As palavras acolhe-nos a pele como
lençol, em noite desestrelar, a deslizar macio e quente, entre sensações túmidas
de humanidade exposta, a beijocar os ouvidos e afagar o brilho silente dos
olhos. O seu poema é para ser lido junto, testemunha que é do nevralcance do
que não cala e se declara aqui: “É tua/ a falta que pulsa em mim./É minha/a
sede de estar em ti.” Nas entrelinhas de sua sutileza febril, além do mar que
insinua correnteza, carrega-nos a vaga densa e tensa, mítica e provocante. O
erótico em Hermínia é bela renascença, repleta da busca do ideário grego da
beleza, da estética da linguagem fluente, ou das asas coloridas a correr, sem
medo, em direção ao sol: “Fujo e a fuga afasta-me/ do fálico ser que me falta/ nesta
fria e fatídica madrugada.” Os poemas desse sacrário íntimo desafiam a
sensibilidade do leitor, “escancarando as suas porteiras”, e, ao mesmo tempo em
que lhe fala, o interroga, numa folha em permanência de papel e gozo, que exala
o delírio da natureza, pois “não passamos de palavras/girando na esfera/ de
infindáveis esperas.”
Raymundo
Netto
Obrigada, Raymundo. Pelas palavras, pelo carinho e pela divulgação.Uma honra figurar aqui, neste espaço tão privilegiado. Abraço poético e até sexta.
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