“No meio do caminho tinha uma pedra”, diríamos poeticamente. Entretanto,
nada há de mais poético que a vida real, na qual se diz “No meio do caminho
tinha uma calcinha!” Sim, havia uma, predominantemente vermelha, sem emendas, em
pleno Congresso Nacional. Pensou-se imediatamente pertencer à autoridade
“presumidamente” apenas, de esquerda. Mas não. Caíra do bolso do paletó de
algum vosso excelente deputado. O que estaria fazendo em plenária com ela é um
mistério. Presente de eleitorado? Simbologia de campanha? Traço comemorativo de
caixa dois? Deliberação de saída de armário? Cola de votação? Sabe-se lá o bom
e corado Deus, que há muito entregou a pasta da política para o capiroto, daí o
mesmo “demo” de democracia ser primo-irmão e compadre do da “demagogia”.
A inteligência olfativa do Congresso habilmente confirmou que a referida fora
recém-utilizada e coletou de sua minúscula rede, por meio de filtros de
segmentação morfológica, traços de apelos públicos, digo, de pelos púbicos,
oxigenalmente matizados. Fragmentos virilhais envoltos em excessos graxos
demonstram que a dona da lembrançola deveria encher a mão do deputado.
O desmemoriado (para variar) congressofista até a presente data não foi
resgatar seu brinde na seção de “Achados e Perdidos”, área esquecida no
Congresso, onde provavelmente não estão catalogadas outras “rendas” como as dos
mensalões, de auxílios autodedicados e de remessas em envelopes de papel madeira.
Caso a antiga ocupante queira se pronunciar, a tribuna carinhosamente conclama
e agradece.
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