Uma
estrela entra azul pela janela.
Batendo
as asas, rasga o pensamento - pretenso último -
entornado
em serpentinas redemunhas.
Nem
certezas, nem ambições, nem saudades (ou todas),
somente
a queixa turva da solidão que geme só,
aflita,
cansada, muito cansada, de tanto remar sem rumar,
quando
só queria abrir os braços, de barriga para o alto,
sentindo
a água calar os ouvidos,
num
olhar estranhamente apaixonado de um céu brilhante.
As
cinzas do espírito me mostraram a tristeza por trás do nariz do palhaço.
Um
sorriso abriu-se na parede,
a
voz, aquela que vem de não sei onde,
a
lembrar-me prestimosa:
Não
queria felicidade, nem amor,
Mas
apenas esperança.
A
vida não é feita de desilusões,
assim
é o Inferno!
Na
arca de nossos dias, mancheias de sonhos esquecidos
em
nome da egoística sobrevivência
-
tanto sofrimento, tanta indiferença e tanta dor.
Ao
redor, esculturas como gente se abraçam pesarosas.
Muito
fingimento para suportar e esquecer
que
todo adeus traz em si um gostinho de morte.
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