Partiu
ontem, tarde de 30 de maio de 2022, o nosso amigo FRANCISCO (CHICO) VELOSO,
arquiteto graduado pela UFC (1975), técnico do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que teve grande e relevante atuação na
área, participando sempre que convidado de departamentos, comissões, grupos de
trabalho, projetos, entrevistas, eventos, entre outros, quando o assunto, para
ele muito caro e indispensável, era PATRIMÔNIO.
Durante anos compartilhamos da gestão da Associação
dos Amigos do Museu do Ceará, na qual era presidente. Em sua casa, há uns 2
quarteirões da casa da minha infância, traz uma discografia invejável, coleção de
uma vida inteira, sendo a música uma de suas maiores paixões, assim como o cinema
e ainda a literatura, excelente e crítico leitor que é.
Quando soube que ambos éramos encantados
com a obra “Doutor Jivago”, do original russo Boris Pasternak (1890-1960), fez questão
de gravar e me entregar um CD com a trilha sonora da qual pontuava o clássico “Tema
de Lara”.
Ser humano de qualidade incomparável, de
conversa boa, rica e mansa, leu meus livros, desde o primeiro, conversava sobre
eles, e vez ou outra, para iniciar uma conversa, puxava da memória uma situação,
um personagem ou um tema deles.
Há muito pouco, era ele amargando a perda
do amigo CAMPELO COSTA, também arquiteto.
Pensando hoje, tive a alegria e a honra de
tê-lo como apresentador do “Álbum Fortaleza Ilustrada” (EDR, 2020), ninguém
mais merecedor do que o grande Chico para abrir esse trabalho que é, acima
tudo, uma coleção de afetos de uma Fortaleza continuamente EM RISCO, nas mãos
de políticas frágeis, políticos e empresários inescrupulosos (e ignorantes) e de
uma população que confunde cultura com entretenimento barato (e cachês
milionários) de vitrines sem espírito.
Ao Veloso, minha eterna gratidão, por ser
dessas pessoas que fazem o trilhar da nossa vida ser pulsante, suportável e
valer a pena. Muita luz para você, meu amigo.
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