Há
dias venho recebendo mensagens de felicitações pelo Ano Novo, esse desconhecido
2020.
Com essa diversa teia de redes sociais (e/ou
antissociais) é natural uma avalanche delas, muitas se repetindo em clichês
acumulados de todos os anos, antes carimbados em letras douradas de cartões de
Natal em tempos idos, ou mesmo com certa formalidade – como se estivessem
falando de algo místico e quase miraculoso –, o que seria estranho se
pensássemos se tratar de uma natural sequência de dias ou que a mudança de nossa vida dependesse dessa "passagem". Por vezes, sou atacado
por uma incômoda – por ser irreal – intimidade, mas tenho ciência de que cabe à
virtualidade esse legado de improbabilidades.
De qualquer forma, cabe a nós separarmos o joio do
trigo – para também eu empregar clichês – e saber reconhecer as palavras (e as
pessoas) que nos tocam por serem verdadeiras, emitidas sem a cerimônia da data
ou apenas pela facilidade de sua emissão, mas por uma afeto recíproco de todos os dias, independentemente da distância geográfica ou temporal que pode nos separar.
O mundo é outro, cada vez mais, e perceber a
distinção do que é real do ilusório é necessário para nossa sobrevivência e
sanidade. A ideia que eu tenho é que abriram no centro de tudo um imenso
picadeiro e as pessoas estão brigando – mas dizem se amando – pelo papel
principal e pela visibilidade curtida, numa olimpíada espetaculosa de falsidade, superficialidade e de “se passismos”.
A minha vaga deixo para os aventureiros, prefiro
me quedar por trás das cortinas, onde não chegam os holofotes, mas as coisas acontecem e se sustentam e não
há celofane, glitter ou frágeis estrelas de
papel laminado disfarçando a guerra impermanente das vaidades, do egoísmo, da
ambição.
Tanta fé, tão bons sentimentos... Ah, se o mundo
fosse mesmo repleto de pessoas que tivessem em seu coração, e não apenas no
discurso e nas “boas intenções”, esse bem querer ao outro, mesmo aos
desconhecidos – talvez principalmente a eles –, provavelmente o mundo seria
outro, melhor e mais saudavelmente habitável.
Cada vez estou mais convicto: a EDUCAÇÃO É QUE SALVA!
O que mais falta no mundo é educação. Não me
refiro à mera ou mecânica instrução, conhecimento das disciplinas, de línguas, das ciências, do domínio
das tecnologias, mas da educação que forma CIDADÃOS, pessoas que
respeitam os seus limites e os direitos alheios, que combatem os preconceitos, abraçam as causas
humanas e se indignam com o sofrimento de outrem, que entendem e promovem a justiça, a igualdade, a solidariedade (não me refiro à caridade nem assistencialismo) e que
acreditam de verdade que ninguém pode
ser feliz sozinho.
Religião, fé, política, ciências, tudo isso sem
educação é FALSO ou VAZIO. Mera ilustração.
E é esse mundo EDUCADO que desejo para mim e para todos os
meus familiares e amigos nos anos vindouros.
Grande abraço de verdade.
ESSE É O MEU AMIGO RAYMUNDO NETTO EM MAIS UM TEXTO CERTEIRO E CHEIO DE REMINISCÊNCIAS!!! A VERDADEIRA PRAIA DELE!!! CONGRATULAÇÕES!!!😇😇😇😇😇😇!!!
ResponderExcluirObrigado, Túlio Monteiro. Um ótimo Ano Novo para você.
ExcluirObrigado por compartilhar comigo esse voto por um mundo educado. Tambem o desejo para vc e todos nós. Desejo muitas coisas que acho boas aconteçam em 2020:uma delas é continuar lendo suas crônicas.Te abraço igualmente.
ResponderExcluirTião, grato pela sua leitura e gentileza de sempre. Um ótimo 2020!
ExcluirQue palavras revigoradoras...como seria bom termos atitudes e consciência voltadas pra dias melhores...mas vamos ter esperança em mudanças...
ResponderExcluirSim, Leonília. Um dia, quem sabem, um dia... Um Ano Novo bem bom para você, querida.
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