Capa (ilustração): Zé Tarcísio
Há pouco tempo, entrei em contato com o nº 2 da
Revista Mutirão, feita em Fortaleza e lançada em 2016. A revista é de
literatura (poesia e prosa) e também de artes visuais (fotografia, desenho,
colagem, poesia visual, experimentações...), com capa do maravilhoso artista
José Tarcísio e textos de artistas jovens, tudo organizado pelo Poeta de
Meia-Tigela, como num quebra-cabeça já sugerido pela folha de rosto (o mesmo desenho da capa “desmontado”, para
recortar, remontar e colar ao final da revista em espaço indicado para isso).
Nenhum
dos textos tem indicação da autoria na própria página, mas só ao final, numa
“escala”, que aponta somente os nomes dos artistas e a página de onde está o
trabalho. Esse recurso me obrigou – curioso que sou – a manipular a revista de
frente pra trás, de trás pra frente, num ir e vir próprio de quem quer saber
quem escreveu aquele texto de que gostei (ou de que não gostei). Fico com a
impressão de que o editor/organizador queria que a revista fosse encarada como
um objeto cuja materialidade pudesse fugir aos padrões de leitura das revistas,
ou seja, à maneira relativamente linear e sequencial de ler textos em revistas,
embora não seja obrigatório – pois todo leitor tem uma margem de liberdade de
condução de sua relação com o objeto a ser lido.
Os temas,
as linguagens e os estilos são variados, heterogêneos. Já a li toda e estou
tentando preparar um texto pro meu blog, só pra organizar as ideias. Para o
momento, destaco: a sequência do poema-visual experimentação de Nataly
Pinho; os textos do Luciano Bonfim (cujo livro de histórias e
considerações “Móbiles”, de 2007, Edições do Caos, Fortaleza, eu recomendo); os
textos desafiadores da Nina Rizzi, sobretudo o poema “noturno do benfica”, uma
lindeza; o texto também desafiador de Talles Azigon “Carta de destruição ou
Praça Portugual”. Mas tem muito mais coisa bacana nessa revista.
Tão
bacana quanto seu editorial cheio de trocadilhos com os textos e os estilos dos
autores, feito com o bom humor do Raymundo Netto, a quem agradeço por ter me
apresentado à revista e pela gentileza costumeira, coisas próprias de quem sabe
conviver.
MEIA-TIGELA, Poeta de (Org.). Mutirão #2. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2016.
MEIA-TIGELA, Poeta de (Org.). Mutirão #2. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2016.
Ei, Raymundo. Que bacana que vejo aqui essas primeiras impressões da revista. Abração.
ResponderExcluirGratidão pela Postagem,
ResponderExcluirRaymundo e grato, Miguel,
Pela apreciação: valeu!
MUTIRÃO, Camaradagem
Obrigado, Miguel e Poeta.
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