“Surpresas sempre aparecem. Até
mesmo na escola em que eu estudava, onde as coisas eram meio chatas, porque
nunca acontecia nada diferente (...)”
Assim, o então professor de história,
doutor em ciências sociais, poeta e ensaísta Kelson Oliveira começa a narrar A história
da menina que carregava os olhos na mão, ilustrada pelo professor de
artes visuais Marcos Queiroz, obra ganhadora do Edital de Incentivo às Artes da
Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.
Yasmin bem que poderia ser uma garota como
qualquer outra. Contudo, não era. Guardava ela um segredo, ou dois, entre os
dedos das suas mãos – ou às vezes no bolso do vestido. Os outros olhos, segundo
o garoto-narrador, não paravam de sorrir em órbitas, e “como imaginar os
planetas caminhando pelo rosto da menina?”. Para ele, ela era até parecida como
as garotas dos mangás, mas os olhos... aqueles olhos, os que trazia nas mãos, eram
o seu maior mistério, provocando a curiosidade da escola inteira.
Luiz Borges, um metido a valentão, passa
a mexer com aquela garota misteriosa e muito tímida. Ele, na tentativa de desvendar
o mistério, caçoa, cria apelidos (“cara de soim!”), provoca a menina, cabendo
ao nosso narrador a tarefa de conquistar a amizade verdadeira de Yasmim, mostrar
que nem todas as pessoas são iguais, mesmo sabendo que poderia se dar muito mal.
Será que ele conseguirá provar isso para ela?
A
história da menina que carregava os olhos na mão
é a mesma história de uma série de crianças e jovens que por serem diferentes,
por pensarem diferente, por ousarem trazer à comunidade escolar a diversidade em
sua presença são por ela rejeitados, incompreendidos, combatidos, provocados e,
por vezes, destruídos.
O bullying,
agressão
intencional e repetitiva, realizada por um ou mais alunos (garotos ou garotas)
contra um ou mais colegas que, geralmente, acham que não podem ou têm como se
defender, e que pode acontecer não apenas por meio da agressão física, material,
mas também moral e/ou psicológica, é um
problema social!
As escolas, a cada dia, tornam-se mais atentas
ao problema, buscando unir-se em estratégias de conscientização e combate anti-bullying, cientes dos estragos
produzidos, muitas vezes em caráter definitivo, na vida das vítimas.
O personagem Luiz Borges é um bullie ou bully (valentão) autêntico. Na leitura do texto de Kelson, o leitor
saberá que os “valentões”, embora não pareça, têm as suas fraquezas. Mas o mais
importante é a reflexão do narrador, o protagonista que toma a atitude, que se
encoraja diante da violência e toma posição, tornando-se agente motor de sua vida
e promovendo a transformação do ambiente ao seu redor.
Ótima oportunidade para, de forma lúdica e
prazerosa, provocar a discussão contextualizada sobre bullying e o respeito às diferenças na escola, na família e na
sociedade, promover a inclusão e identificar os medos e os desejos
infantojuvenis.
Entretanto, atento que – vocês entenderão – para
ler essa história é preciso ter tato, além de uma boa dose de sensibilidade,
delicadeza, amor e esperança.
Sim, Kelson, surpresas sempre aparecem.
E a história da pequena Yasmim é uma delas.
Serviço lançamento A história da menina que carregava os olhos
na mão,
de Kelson Oliveira, com ilustrações Marcos Queiroz:
Data e
horário: 14 de
março de 2015, sábado, às 17h
Local: Espaço O POVO de Cultura & Arte (av.
Aguanambi, 282, Joaquim Távora – anexo à sede do jornal O POVO – estacionamento
gratuito, ao lado do O POVO)
Informações
sobre o lançamento: (85)
3255.6037/(85) 3255.6226
Informações
da obra:
Nº de
páginas: 60
Acabamento: Brochura
Publicação: 2015
Ilustrações: Marcos Queiroz
Investimento: R$ 24,90
Visite a
Livraria Virtual das EDR: www.livraria.fdr.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário