Minha mãe entrou pela casa pedindo
para que todos os 5 filhos (na época não tinha nascido a caçula Maria Thereza)
se arrumassem, pois lá fora já esperava um fotógrafo, daqueles de porta em porta,
que cruzava o Monte Castelo.
Foi aquela algazarra, todo mundo
colocando suas gastas botinhas ortopédicas, sua roupa de festa ou mesmo
empunhando seu brinquedo favorito (como foi o caso da Alice com a sua “Suzie”).
Na pressa e euforia, “tirar retrato”
era coisa rara (e cara), ainda saí com marca no queixo do Nescau (“A energia
que dá gosto”) que tomei ligeiro na cozinha.
Aquelas crianças, cadeiras cativas da
“Vila Sésamo” (TV Globo) e dos desenhos de Hanna-Barbera (na época, debruçados
sobre uma TV Admiral P&B 17 polegadas), desbravadores do imaginário de um
quintal para eles imenso, nem pensavam na importância que seria para eles desse
registro.
Éramos 5, mas em breve seríamos 6,
como num famoso e hoje quase esquecido romance de Maria José Dupré (1898-1984).
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