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Para
Pensar e Viver nosso Patrimônio Cultural
Luiza Helena Amorim
Jornalista e mestranda em História Social
(Grupo de Estudos e Pesquisa em
Patrimônio e Memória - GEPPM )
Quem faz a
nossa História? Uma das formas de responder essa pergunta é através da escrita
acadêmica, mas muitas vezes esta linguagem não é acessível, é hermética. Porém,
existem pesquisadores que percorrem um caminho paralelo. Eles produzem conteúdo
com uma linguagem acessível, voltados para um público não especializado. É a
chamada “Divulgação Científica”, mas que na historiografia atual pode se situar
dentro do campo da História Pública. Em comum, compartilham com a preocupação
sobre a circulação dos conhecimentos, mas também se aproximam de “um exercício
de responsabilidade social”, nas palavras de Nisia Trindade Lima, socióloga da
Fiocruz.
Em tempos de
embates pelo valor da cultura e dos seus bens, questões econômicas e retração
do poder público, a Fundação Demócrito Rocha teve a sensibilidade de aproximar
a Academia e a comunidade, em um esforço para difundir a importância da nossa
cultura e promover a cidadania oferecendo o acesso às informações, segundo
consta no site da instituição, valorizando-a “como setor estratégico para o
desenvolvimento socioeconômico sustentável, fortalecendo a intersetorialidade e
a transversalidade”. A ação é simples e impactante: o curso online “Formação de
Mediadores de Educação para Patrimônio”. Vale destacar que quando se fala em
Educação Patrimonial, esta deve ser feita de forma horizontal, o que significa
contar com a participação da comunidade e também dos detentores das referências
culturais.
Em doze
fascículos, o leitor se familiariza com questões legais, conceitos históricos,
reflete sobre a realidade do entorno em que vive, bem como o contexto
sociocultural e ambiental; é provocado a pensar sobre a importância de
“reconhecer, proteger e valorizar o patrimônio cultural do município na sua
diversidade de memórias e identidades”.
O material
foi produzido por especialistas, dos quais alguns, são integrantes do Grupo de
Estudos e Pesquisa em Patrimônio e Memória (GEPPM) da Universidade Federal do
Ceará (UFC).
Neste tempo
de isolamento social, o curso é uma alternativa para repensarmos os valores da
cultura brasileira e dos espaços em que vivemos (a cidade edificada, o bairro,
a rua), mas também as nossas práticas culturais vivenciadas e idealizadas.
Quando a pandemia passar, e voltarmos às nossas rotinas (sem esquecer a dor que
a doença nos causou), que possamos estar juntos dos nossos, ver o pôr do sol, e
habitar os patrimônios da nossa cidade.
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