Lançamento
Data e Horário: 28 de outubro de 2017, a partir das 9h
Local: Passeio Público
Sobre a obra:
Quando criança, minhas primeiras leituras, vieram em forma de quadrinhos. E sabia: todo dia era dia de quadrinhos.
Quando criança, minhas primeiras leituras, vieram em forma de quadrinhos. E sabia: todo dia era dia de quadrinhos.
Hoje, chega-me
às mãos, Todo dia é dia de Sophia,
uma short HQ ilustrada e quadrinizada
por Nathália Pimentel, a partir de uma
seleção de breves histórias baseadas nas experiências vividas e percepções de Sophia Bandeira, uma menininha, que, colecionadas pela mãe, a poeta Milena
Bandeira, nos apresentam temas como família, gênero, comunicação,
preconceito, desigualdade, bullying, além
de pequenas frustrações e inseguranças próprias da idade, ora socializadas ao
leitor de forma lúdica. Ele(a), o(a) leitor(a), surpreendentemente perceberá
que, mesmo na maturidade, não poderá dizer que detém respostas precisas aos
seus questionamentos, estando, como ela, diante de uma sociedade
incompreensível e conflitante.
Sim,
exercitando a sua forma de pensar e ver o mundo, na busca de respostas não tão
simples assim, Sophia, assim como as crianças de forma geral, tem o poder da
ludicidade. Tudo aparenta fazer parte de um jogo, de uma brincadeira. Por isso,
a educação, que tem – ou deveria ter – o compromisso com a formação dos valores
da criança, independentemente se meninos ou meninas, tem papel fundamental no
uso de atividades lúdicas para a formação de seu caráter e personalidade.
Platão,
em sua A República, já aconselhava a educação pelo brincar, pela busca do
prazer, e não pela violência e/ou imposição, para nós, a forma mais prática e
desastrosa de se fomentar um espelho dessa sociedade atual: parida, perdida e
sem amor. Aristóteles, seu discípulo, também afirmava que, ao brincar, a
criança entra em processo de cartase, de “purificação da alma”, por conta da
relevante descarga de sentimentos e de emoções, consequência, simplesmente, da caetânica
“vivência de coisas belas”. Ou seja, essa arte até nos parece ser coisa de
criança, de brincadeira, mas é atividade séria que pode mudar o destino de quem
se envolve com ela.
Acho
que a Sophia, em sua filoSOPHIA, mais brasileira do que grega, poderia e
deveria difundir seus quadrinhos na escola, aos colegas, como parte dessa
brincadeira gráfica, abraçando em ciranda a sua visão de mundo, provocando os
colegas e os pais delas, porque o pensar não tem partido, mas é, sem dúvida, um
desafio. Repetir modelos impostos, pensamentos cristalizados, sim, é o caminho
mais curto para a desigualdade, a injustiça e o individualismo. Quisera
fôssemos eternamente crianças.
Parabéns
Sophia, Milena, Khalil e Natália por esta obra.
Raymundo Netto
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