A divulgação do Censo 2010 revela que 13,9 milhões de
jovens, adultos e idosos (ou 9,6% da população de 15 ou mais anos) não sabem
ler nem escrever, despertando no Brasil a obrigação de dobrar o “ritmo de queda
do analfabetismo”, e assim cumprir a meta assumida perante a Organização das
Nações Unidas (ONU) que é de alcançar a taxa de 6,7% em 2015.
Acontecimentos mundiais em favor da
eliminação do analfabetismo e elevação da taxa de escolaridade com vistas à
melhoria da qualidade de vida e do aumento do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) têm levado autoridades da educação a refletirem sobre um dos mais
desafiadores problemas das gestões modernas.
Mister se faz registrar inconteste
conquista: pela primeira vez temos na história da educação popular do Brasil
uma reserva humana apta a potencializar o País na perspectiva de resolver seu
problema de analfabetismo.
Definido pela Unesco o 8 de setembro
como Dia Internacional da Alfabetização
de Adultos, a Organização passou a conclamar os países para desencadear
movimentos na sociedade, respeitando-se a diversidade de concepções e modelos,
envolvendo vários atores (governos, sociedades, universidades).
Há pouco assumimos a responsabilidade
da orientação inicial e elaboração do projeto de alfabetização para a
administração municipal. Com o título “Fortaleza: território livre do
analfabetismo”, uma adequação do método cubano “Yo, sí puedo” à nossa
realidade. Agora temos o prazer de apresentar uma nova visão, ainda mais
avançada, para o MEC, com indicativo de interface com o Pronatec, amparados por
experiências exitosas da alfabetização de jovens e adultos com caráter de
educação contextualizada.
O programa propõe ser executado
mediante o esforço conjunto de instituições públicas e privadas,
constituindo-se uma proposta de educação de jovens e adultos para o programa Brasil Alfabetizado. São duas vertentes,
integradas e complementares: escolarização e capacitação profissional,
complementadas com atividades de ética e cidadania.
Tais fatos evocam conclusão inevitável:
“a educação não tem idade”. Considerando a projeção de que a população de
jovens, adultos e idosos será de 154,9
milhões em 2015, o País deveria alcançar 10,4 milhões de analfabetos daqui a
quatro anos. Será necessário um esforço muito grande para alcançar a meta
afixada pelo Brasil com a Unesco.
PS: Sobre o título, não será demais
concluir: qualquer idade é tempo para a alfabetização do homem. Cidadania é
para todas as idades.
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