sábado, 1 de outubro de 2011

"Alfabetização na Idade Errada", BC Neto para a OPINIÃO de O POVO (30.9)



A divulgação do Censo 2010 revela que 13,9 milhões de jovens, adultos e idosos (ou 9,6% da população de 15 ou mais anos) não sabem ler nem escrever, despertando no Brasil a obrigação de dobrar o “ritmo de queda do analfabetismo”, e assim cumprir a meta assumida perante a Organização das Nações Unidas (ONU) que é de alcançar a taxa de 6,7% em 2015.
Acontecimentos mundiais em favor da eliminação do analfabetismo e elevação da taxa de escolaridade com vistas à melhoria da qualidade de vida e do aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) têm levado autoridades da educação a refletirem sobre um dos mais desafiadores problemas das gestões modernas.
Mister se faz registrar inconteste conquista: pela primeira vez temos na história da educação popular do Brasil uma reserva humana apta a potencializar o País na perspectiva de resolver seu problema de analfabetismo.
Definido pela Unesco o 8 de setembro como Dia Internacional da Alfabetização de Adultos, a Organização passou a conclamar os países para desencadear movimentos na sociedade, respeitando-se a diversidade de concepções e modelos, envolvendo vários atores (governos, sociedades, universidades).
Há pouco assumimos a responsabilidade da orientação inicial e elaboração do projeto de alfabetização para a administração municipal. Com o título “Fortaleza: território livre do analfabetismo”, uma adequação do método cubano “Yo, sí puedo” à nossa realidade. Agora temos o prazer de apresentar uma nova visão, ainda mais avançada, para o MEC, com indicativo de interface com o Pronatec, amparados por experiências exitosas da alfabetização de jovens e adultos com caráter de educação contextualizada.
O programa propõe ser executado mediante o esforço conjunto de instituições públicas e privadas, constituindo-se uma proposta de educação de jovens e adultos para o programa Brasil Alfabetizado. São duas vertentes, integradas e complementares: escolarização e capacitação profissional, complementadas com atividades de ética e cidadania.
Tais fatos evocam conclusão inevitável: “a educação não tem idade”. Considerando a projeção de que a população de jovens, adultos e  idosos será de 154,9 milhões em 2015, o País deveria alcançar 10,4 milhões de analfabetos daqui a quatro anos. Será necessário um esforço muito grande para alcançar a meta afixada pelo Brasil com a Unesco.

PS: Sobre o título, não será demais concluir: qualquer idade é tempo para a alfabetização do homem. Cidadania é para todas as idades.

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